terça-feira, 6 de novembro de 2007

Jeito ou vontade?

Começou ontem, em Macau, o julgamento do ex- secretário das Obras Públicas e Transportes, Ao Man Long.
O ex-governante é acusado de mais de 70 crimes de corrupção e branqueamento de capitais, e encontra-se detido desde o início de Dezembro do ano passado.
De homem discreto, eficiente e empreeendedor, Ao passou a ditatorzinho, arrogante, ambicioso e sem escrúpulos.
Calcula-se que a sua fortuna acumulada ascenda, em dinheiro, a mais de 800 milhões de patacas (para facilitar dividam por 10 e terão o valor em euros).
Desde a prisão de Ao a situação política em Macau não mais voltou a ser a mesma, embora tudo se "componha" com os milhões de patacas que engordam as receitas públicas, provenientes do sector do jogo.
Na semana passsada, os jornais locais em língua portuguesa (terão os chineses feito o mesmo?) fizeram-se eco de umas declarações prestadas por um antigo responsável pelo "Criminal Intelligence Bureau" (Gabinete de Informações Criminais) de Hong Kong e, actualmente, presidente e CEO da "International Risk", que numa conferência naquela cidade afirmou que a corrupção, através das tríades locais, andava à solta em Macau, e atingia as altas esferas do poder, situação que, segundo ele, preocupava muito Pequim.
No dia seguinte, uma autoridade local, ligada às polícias, classificava de "patéticas" as declarações de Vickers.
Toda esta situação radica sempre no mesmo problema, a falta de transparência com que se faz política e negócios em Macau e que originam as maiores rumores e boatos.
Será por falta de jeito ou será, mesmo, por falta de vontade?