quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Hipocrisia chinesa

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China acusou o Dalai Lama de quebrar o protocolo religioso ao considerar a hipótese de nomear um sucessor antes da sua morte (note-se que de acordo com as crenças budistas, o líder espiritual deve aguardar o processo de reencarnação).
A crítica do ministério chinês surgiu dias após o Dalai Lama, de 72 anos, ter dito a um jornal japonês que poderia quebrar a tradição para evitar a intromissão das autoridades chinesas na escolha do seu sucessor.
"Consideramos que as afirmações do Dalai Lama violam os rituais religiosos e as convenções históricas", afirmou o porta-voz do Ministério chinês.
"A reencarnação de um Buda é a única via de sucessão do budismo tibetano", acrescentou.
A declaração chinesa, ainda é mais absurda, porque no mês passado, a China publicou uma norma que exige que qualquer decisão sobre a reencarnação de um Buda tibetano tem de ser autorizada pelo governo de Pequim.
Em que ficamos?
Será que a autorização governamental chinesa também não viola os rituais e as convenções históricas?