sábado, 17 de novembro de 2007

Ceuta, Melilla e Gibraltar

A foto respeita à recente visita dos Reis de Espanha a Ceuta (que incluiu, ainda, a cidade de Melilla) e que tanta polémica causou em Marrocos.
Ceuta, conquistada, aos mouros, pelos portugueses em 1415, passou para soberania espanhola, em 1580, quando Portugal perdeu a sua independência e foi anexado a Espanha.
Quando Portugal recuperou a sua independência, em 1640, Ceuta permaneceu sob domínio castelhano, situação que foi oficializada em 1668, pelo Tratado de Lisboa, e que pôs fim à guerra da restauração, entre ambos os Estados ibéricos.
A cidade de Melilla foi conquistada pelos castelhanos em 1497 e desde, então, assim, tem permanecida.
Consideradas pela Constituição espanhola como "comunidades autónomas", Ceuta e Melilla, encontram-se geograficamente em território marroquino.
O que explica a reacção de profundo desagrado das autoridades marroquinas a propósito da visita dos Reis espanhóis àquelas cidades do norte de África, que, no entanto, não são consideradas pelas Nações Unidas, como territórios a descolonizar.
Os nossos vizinhos espanhóis esquecem-se de que também têm um espinho cravado na sua garganta, perdão, uma pequena parcela de terreno ocupada por um Estado estrangeiro.
Refiro-me ao rochedo de Gibraltar, no sul de Espanha, que foi cedido pelos espanhóis ao Reino Unido, pelo Tratado de Utrecht, em 1713, como forma de pagamento da Guerra da Sucessão espanhola.
Por duas vezes já, os gibraltinos recusaram, por larga maioria, a integração com Espanha.
Será que os espanhóis gostariam que Isabel II desse um saltito ao rochedo?