O todo-poderoso advogado Jorge Neto Valente ( entre muitas outras coisas, presidente da Associação dos Advogados) faz parte do Comité Eleitoral de Macau (composto por 325 individualidades locais) para a eleição dos deputados à Assembleia Nacional Popular chinesa.Ao integrar o Comité Eleitoral, os seus membros podem eleger e ser eleitos como um dos 12 deputados, que vão ser escolhidos em Janeiro próximo.
Para fazer parte do tal Comité é indispensável possuir nacionalidade chinesa.
E esta só se adquire se existir ascendência chinesa.
Aliás, tal foi o caso de outras individualidades locais que apesar de disporem de dupla nacionalidade, chinesa e portuguesa, optaram (ou alguém queria que eles optassem), agora, pela primeira, pois nasceram em Macau e possuem antepassados da China e de Portugal.
E, o momento escolhido foi agora, pois a opção obrigatória pela nacionalidade chinesa impunha-se se os próprios pretendiam integrar aquele Comité Eleitoral .
No caso daquele advogado, nascido em Lisboa, não consta que tenha qualquer ascendência chinesa, pelo que a "rara distinção" (como lhe chamaram alguns jornais em língua portuguesa local) de que foi objecto por parte da autoridades chinesas só pode ser justificada por estar radicado em Macau há muito tempo e pelos relevantes serviços prestados à República Popular da China e ao povo chinês.
Para tal, Neto Valente teve de renunciar à nacionalidade portuguesa.
Rara distinção??
Não percebi.
