quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Madre Teresa: o silêncio de Deus

Nasceu Agnes Gonxha Bojaxhiu, em Agosto de 1910, na República da Macedónia (mas de origem albanesa).
Fez o noviciado na cidade indiana de Darjeeling e, em Maio de 1931 professou tomando o nome de Teresa.
Nos anos seguintes dedicou-se ao ensino e fez um curso de enfermagem.
Em 1948, é-lhe atribuída a nacionalidade indiana e funda a congregação "Missionárias da Caridade".
E, a sua vida passou a ser dedicada aos pobres abandonados e mais desprotegidos de Calcutá. Entre as suas prioridades estava matar a fome e ensinar a ler aos "mais pobres entre os pobres", bem como a leprosos, portadores de SIDA e mulheres abandonadas.
Em 1979 recebeu o Prémio Nobel da Paz e torna-se famosa em todo o mundo, estendendo a sua congregação por todo o Mundo.
Faleceu de paragem cardíaca em 5 de Setembro de 1997 e em 2003, foi beatificada pelo Papa João Paulo II.


Dez anos depois da sua morte vai ser publicado um livro contendo cartas de Madre Teresa onde esta escreve sobre a escuridão, a solidão e a tortura da sua vida.
As cartas revelam que, excepto por um breve período em 1959, passou a maior parte dos últimos 50 anos de sua vida duvidando da presença de Deus.
"Onde está minha fé, inclusive aqui no mais profundo não há nada, meus Deus, que dolorosa é esta pena desconhecida. Não tenho fé", escreveu numa das cartas.
"Jesus te ama de uma forma muito especial. No meu caso, o silêncio e o vazio são tão grandes que olho e não vejo, escuto e não ouço", escreveu a missionária ao seu confidente, o reverendo Michael Van Der Peet, em 1979.
O editor do livro é membro da congregação fundada por Madre Teresa e foi responsável pela sua beatificação, tendo afirmado à revista americana Time: "Nunca li a vida de um santo com uma escuridão espiritual tão profunda. Ninguém sabia que ela estava tão atormentada.".
O sofrimento de Madre Teresa causado pelo silêncio de Deus mereceu uma referência por parte de Bento XVI, no sábado passado, que acrescentou que esse silêncio serve para os crentes perceberem a situação das pessoas que não acreditam em Deus.
"Se um dia eu for Santa, serei com certeza a santa da escuridão'. Estarei continuamente ausente do Paraíso", escreveu Madre Teresa.