A Walt Disney tornou-se o primeiro grande estúdio de Hollywood a banir o tabaco, garantindo que não haverá ninguém a fumar nos filmes "para todos" produzidos por si, anunciando ainda que o uso do tabaco será "desencorajado" nos filmes distribuídos pelas suas associadas Touchstone e Miramax.Esta posição da Disney, ocorre depois de, em Maio, a poderosa associação americana de cinema, a Motion Picture Association of America (MPAA), ter decidido que, para a classificação etária dos filmes, as cenas que mostram pessoas a fumar são equivalentes a cenas de violência ou de sexo.
Já em 2004, Jack Valenti, que foi durante 38 anos presidente da MPAA, recusou tal proposta, tendo defendido que com uma proibição destas se estaria a abrir a caixa de Pandora: a seguir viriam os defensores dos direitos dos animais ou outro grupo qualquer que viria dizer que o álcool, a fast food, as armas e a condução irresponsável também provocam muitas mortes e, por isso, não poderiam ser mostradas nos ecrãs.
Com a decisão, agora anunciada, Bridget Jones, Groucho Marx e Cruella De Ville (a vilã do filme "101 dálmatas") vão passar a ser filmes só para adultos.
Mas quem se vai atrever a fazer um filme sobre Virginia Woolf (interpretada em "The Hours" por Nicole Kidman) ou Al Capone (interpretado por Rod Steiger em 1959 e por Robert De Niro em 1987) retirando-lhes o cigarro e o charuto das mãos?
Vai ser interessante assistir até onde estarão os estúdios (e os artistas) dispostos a ceder ao politicamente correcto.
