Segundo o último relatório da Amnistia Internacional sobre a pena de morte, 2006 registou uma diminuição de 25% nas execuções e nas sentenças de morte.
Foram executados 1591 prisioneiros pelos seus próprios governos em 25 países em 2006.
Foram executados 1591 prisioneiros pelos seus próprios governos em 25 países em 2006.
Em 55 países, foram emitidas 3861 novas sentenças de morte e 20 mil pessoas estão no corredor da morte.
Noventa e um por cento das execuções ocorreram em seis países: China (1010), Irão (177), Paquistão (82), Iraque (65), Sudão (65) e Estados Unidos (53).
As estimativas para a China são especialmente preocupantes: baseando-se em relatórios tornados públicos, a Amnistia Internacional calcula que tenham sido mortas pelo menos 1010 pessoas. Mas o número real pode atingir as 8000, o que alteraria estes dados de forma radical.
No Irão, o número de acusações duplicou em relação a 2005 e o Iraque é uma entrada nova em relação ao ano passado na lista dos seis estados que mais matam os seus cidadãos.
Neste retrato da pena capital no mundo é preciso falar também dos casos em que os prisioneiros não morrem de forma rápida e sem sofrimento, por inépcia dos algozes ou dos métodos usados.Há o caso de Roean Kumara, do Sri Lanka, que foi executado no Kuwait, em Novembro de 2006, por enforcamento. Mas quando o seu corpo estava a ser transportado para a morgue, os médicos notaram que o seu coração ainda batia, muito debilmente, recorda o jornal espanhol El País. Levou cinco horas a morrer.
Mas nos EUA passa-se o mesmo: um artigo publicado esta semana na revista Public Library of Science -Medicine (acessível a partir do site http://www.plos.org/) dava conta de que a injecção letal pode causar morte por asfixia mas muito mais lentamente do que devia, provocando dores intensas. A equipa de Leonidas Koniaris, da Universidade de Miami (EUA), usou dados de dois estados norte-americanos que divulgam informação sobre as execuções e concluem que a forma como é usada a injecção letal - nos EUA e na China, por exemplo - nem sempre causa a morte através dos mecanismos fisiológicos que se pretendiam.
A injecção letal é uma mistura de drogas: um barbitúrico (tiopental, que actua como anestésico, mas não combate a dor), um bloqueador neuromuscular (brometo de pancurónio, que causa paralisia muscular) e um electrólito (cloreto de potássio, que faz com que o coração pare de bater). Espera-se que esta combinação cause anestesia e morte, devido a paragem cárdio-respiratória, mas muitos condenados demoram a morrer e no seu organismo ficam claras marcas de perturbação e dor.
São 69 os países que mantêm a pena de morte, embora a apliquem de forma variada.
Mas há cada vez mais países a abandoná-la: no ano passado, as Filipinas tornaram-se no 99.º país a abolir a pena de morte pra crimes comuns, enquanto a Geórgia e a Moldávia a retiraram mesmo das suas constituições. A Coreia do Sul está também próxima de a eliminar.