quinta-feira, 31 de maio de 2007

Manchester United veio aos saldos



"A Sporting, SAD chegou a acordo com o Manchester United para a cedência a título definitivo dos direitos desportivos de Nani – Luís Carlos Almeida da Cunha – pelo montante de 25,5 milhões de euros. O acordo de transferência será celebrado logo que estejam concluídas as formalidades inerentes."





" A F.C. Porto - Futebol, SAD vem pelo presente comunicar que chegou a um acordo de princípio com o clube Manchester United FC para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do atleta Anderson Luís de Abreu Oliveira.
Mais informa que o acordo relativo a esta transferência será formalizado assim que o atleta concluir os exames clínicos a que se vai submeter, com o consentimento da F.C. Porto - Futebol, SAD
."


Bolsa de Xangai

O governo chinês decidiu aumentar (triplicou) o valor da comissão cobrada às transacções em bolsa com o intuito de travar a acção dos especuladores.
E, essa subida da carga fiscal foi suficiente para voltar a agitar o fantasma de um "crash" na bolsa de Xangai, pois num só dia a correcção retirou ao mercado um total de 170 mil milhões de dólares (qualquer coisa como 127 mil milhões de euros).
A queda de ontem provocou uma nova "onde de choque" na generalidade das bolsas mundiais, à semelhança do ocorrido em Fevereiro último quando a bolsa chinesa afundou 9%.
Todos os dias são abertas 300 mil novas contas de investimento na bolsa chinesa, a maioria de famílias chinesas que tentam ganhar dinheiro com a negociação bolsista.
Entretanto, os índices das bolsas europeias e norte- americanas recuperaram grande parte das perdas sofridas na abertura.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O engenheiro e o Millennium/ BCP

O engenheiro Jardim Gonçalves reformou-se embora se tivesse mantido na sombra do poder.
Porém, por duas vezes, o sucessor que ele próprio escolheu, não teve sucesso nas operações que empreendeeu.
E, eis que o engenheiro decidiu efectuar alterações estatutárias, de forma a reforçar o seu poder, mas mantendo-se na sombra.
Para isso, quis fazer depender o Conselho de Administração Executivo (CAE) do Grupo da sua pessoa, em vez dos accionistas.
Também quis que o banco, que viu nascer e fez crescer, se reforçasse e protegesse de eventuais ataques exteriores. Por isso, pretendeu aumentar a percentagem de "blindagem" dos estatutos!
O engenheiro quis salvar o banco, mas algo não correu como pretendia e foi forçado a adiar.
Não teve os accionistas "arrebanhados" à sua volta, como outrora.
E a criação (o actual presidente do CAE) parece que está contra as propostas do seu criador (o engenheiro).
Curioso é que os outros membros do CAE parece que apoiam o engenheiro, contrariando assim quem preside ao órgão em que eles têm assento!
Fidelidade ao engenheiro ou mera estratégia de poder?

terça-feira, 29 de maio de 2007

Romy Schneider

Foi Sissi, a imperatriz austríaca, aos dezasseis anos de idade, e, assim alcançou a fama.
Depois seguiram-se os filmes de Claude Chabrol, Visconti e Orson Welles. Mas também uma vida excêntrica de álcool e vários amantes.
Os alemães consideram-na uma das maiores divas e os franceses atribuiram- lhe o prémio César (o óscar francês) três vezes.
Nasceu em Viena de Áustria, em 1938, mas desde os anos 50 que vivia em Paris, onde morreu de paragem cardíaca, no dia 29 de Maio de 1982.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

A Venezuela de Chavez

O Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, decidiu não renovar a licença da estação privada de televisão, a RCTV, alegadamente por esta ser "golpista" e de favorecer os interesses da elite económica venezuelana.
A estação de televisão muito crítica da actuação de Chavez é acusada por este de ter apoiado o golpe de Estado de 2002, por incitar a manifestações contra o Governo e por apresentar telenovelas vulgares.
Chavez pretende substituir a RCTV, cujo encerramento estava previsto para ontem, por um canal comunitário, patrocinado pelo Governo.
Se a RCTV incentivou os golpistas de 2002, e a Venezuela fosse um Estado de Direito, não deveriam as suas leis ter sido aplicadas nessa altura e, então, os seus responsáveis punidos?
Porquê só agora?
Vista de longe, a Venezuela continua a ser um país adiado.
Apesar dos abundantes recursos petrolíferos, o que faz noticia é a pobreza, a corrupção, a violência (que continua a causar vítimas entre os muitos portugueses que ainda vivem por lá), os golpes e os dislates do seu Presidente.
Chavez continua a ser o actor principal desta vulgar telenovela venezuelana.

domingo, 27 de maio de 2007

Necessidades espaciais

Uma das dúvidas mais frequentes entre os que se interessam pela investigação espacial costuma ser como é que os astronautas lidam com as suas "necessidades pessoais" no espaço.
A resposta está na sucção do ar.
Na Terra, pelo menos no Ocidente, o sanitário-padrão funciona à base de descargas de água, que levam os detritos para dentro de um cano. No espaço usam ar, já que a água é problemática em gravidade zero.
No vaivém espacial, as fezes e a urina são levadas por uma "descarga" de ar. Os sanitários unissexo lembram uma sanita convencional, mas que tem correias para amarrar os pés e umas barras sobre as coxas para impedir que os astronautas comecem a voar a meio da operação. O assento foi desenhado de forma a que o astronauta cubra toda a cavidade e possa ser totalmente limpo pela descarga de ar.
A boa notícia é que, ao menos na nave espacial, urinar em pé é possível para homens e mulheres através de um funil ligado a uma mangueira. Basta ligá-lo ao sanitário usando um mecanismo próprio.
O sistema, incorporado nestas casas de banho espaciais, separa os detritos sólidos dos líquidos. Os sólidos são comprimidos e permanecem a bordo para serem descarregados depois da aterragem. Os líquidos são libertados no espaço. A NASA espera um dia poder reciclar estes detritos. O ar usado no sanitário do vaivém tem de ser filtrado para que o mau cheiro e as bactérias sejam eliminados antes que ele possa circular novamente pela nave.
Na Estação Espacial Internacional, o princípio fundamental é similar. Um ventilador produz descargas de ar para "varrer" os detritos, que também ficam armazenados. A urina é sugada e guardada em recipientes de 20 litros que são colocados na nave de carga Progress. Para detritos sólidos, um saco de plástico com furos é colocado dentro do sanitário. Um elástico fecha o orifício e o saco é armazenado num recipiente de metal. Um novo saco é automaticamente instalado para o próximo visitante.
Durante as descolagens, que podem ser demoradas, os astronautas usam fraldas descartáveis, já que não podem levantar-se para ir à casa de banho.

Deste Porto campeão VII



sábado, 26 de maio de 2007

O palito

Seja nas mesas dos restaurantes, ou em casas particulares, o palito é um objecto indispensável na Ásia. E, no final das refeições, é vê-los, triunfantes, a serem depositados nas mesas. Ou mesmo, "passeando-se", ostensivamente, nas bocas dos humanos, tal qual como se fossem um "adereço bocal".
Será que tem alguma "ligação especial" à Ásia?
Daí a curiosidade em conhecer um pouco melhor a história do palito!
O palito é um objecto geralmente de madeira, ou outro material, como o plástico, usado para retirar detrito dos dentes, habitualmente após uma refeição.
O palito habitualmente possui uma ou duas extremidades bem afiadas para melhor inserir entre os dentes.
Os palitos existem há centenas de anos e, provavelmente, são os mais antigos instrumentos de higiene bucal, sendo conhecidos em todas as culturas.
Palitos feitos de bronze foram encontrados em túmulos pré-históricos, no norte da Itália e no leste dos Alpes. Era conhecido também na Mesopotâmia.
Existem também palitos artísticos, feitos em prata, que datam da Idade Antiga.
No século XVII, os palitos eram objetos de luxo ou de joalharia, feitos de metais nobres e enfeitados com pedras preciosas.
Em 1872, Silas Noble e J. P. Cooley patentearam a primeira máquina de fabricar palitos.
Há quem diga que, com o advento da modernidade, o uso do palito foi rejeitado, tendo sido substituído pelo fio dental e pela escova de dentes.
Mas quem afirma isto nunca deve ter vindo à Ásia porque o uso de palito permanece (demasiado) popular entre muitas pessoas locais. Ou, então, a modernidade ainda não chegou a este lado do mundo.

Deste Porto campeão VI


sexta-feira, 25 de maio de 2007

Universidade do Porto

A Universidade do Porto (UP) surge no 11.º lugar no Ranking Ibero-americano de Instituições de Investigação, que avalia a produção científica desenvolvida em cerca de 750 universidades e institutos de investigação de 10 países ibero-americanos.
No topo da classificação, referente à produção científica realizada em 2005, o último ano de avaliação, aparece o CSIC Madrid, seguido da Universidade de S. Paulo (Brasil) e da Universidade Nacional Autónoma do México.
A seguir à UP, a próxima Universidade portuguesa a surgir também nesta lista é a Técnica de Lisboa (19.ª).
O Ranking Ibero-americano de Instituições de Investigação avalia a produção científica de cerca de 750 universidades e institutos de investigação em Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, México, Peru e Venezuela.

Deste Porto campeão V



quinta-feira, 24 de maio de 2007

Frases soltas

"Estou a descobrir o meu lado mais feminino, mais sensual", Carla Chambel, actriz, ao Correio da Manhã.

"Um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o Norte do Sul do País", Almeida Santos, deputado, no final da reunião da Comisssão Nacional do PS.

"Fazer um aeroporto na Margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas. Fazer um aeroporto no Poceirão ou nas Faias seria o mesmo que construir Brasília no Alto Alentejo. Não é num deserto que se faz um aeroporto", Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, num encontro de economistas.

"Não se faça uma leitura nacional, porque o que se está a passar em Lisboa é em Lisboa que está a acontecer", Jorge Sampaio, ex- Presidente da República, no jantar de apoio a António Costa.

Deste Porto campeão IV



quarta-feira, 23 de maio de 2007

Bufos

Um professor de inglês, que trabalhava há quase 20 anos na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), foi suspenso de funções por ter feito um comentário – que a directora regional, Margarida Moreira, apelidou de insulto – à licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates.
Por isso, decidiu instaurar um processo disciplinar ao professor Fernando Charrua e decretou a sua suspensão. "Os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. O sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal", disse a directora regional, que evitou pormenores por o processo se encontrar em segredo disciplinar.
Numa carta enviada a diversas escolas, Fernando Charrua agradece "a compreensão, simpatia e amizade" dos profissionais com quem lidou ao longo de 19 anos de serviço na DREN (interrompidos apenas por um mandato de deputado do PSD na Assembleia da República) e conta também o seu afastamento: "Transcreve-se um comentário jocoso feito por mim, dentro de um gabinete a um "colega" e retirado do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente, pinta-se, maldosamente, de insulto, leva-se à directora regional de Educação do Norte, bloqueia-se devidamente o computador pessoal do serviço e, em fogo vivo, e a seco, surge o resultado: "Suspendo-o preventivamente, instauro-lhe processo disciplinar, participo ao Ministério Público"".
Neste momento, Fernando Charrua já não está suspenso. Depois da interposição de uma providência cautelar para anular a suspensão preventiva e antes da decisão do tribunal, o ministério decidiu pôr fim à sua requisição na DREN.
Parece que, actualmente, em Portugal começa a ser necessário ter cuidado na escolha das pessoas com quem se pode livremente fazer comentários, seja sobre o que for.
Alegadamente, os bufos terão acabado em 1974, mas lá que eles continuam por aí, continuam!
E mal, esteve o secretário de Estado Adjunto da Educação ao afirmar que a tutela " não tem nada de esclarecer", pois a ser verdade o caso que aqui se relata e que tudo se passou no interior de um gabinete, a atitude da directora regional parece constituir um insulto à educação, mas também à liberdade.

Deste Porto campeão III


terça-feira, 22 de maio de 2007

Hergé e Tintin

Nasceu a 22 de Maio de 1907, faz hoje 100 anos.
Belga de origem francófona, assinava os seus desenhos como Hergé (das suas iniciais RG), pois o seu nome verdadeiro foi Georges Prosper Remi.
Inspirou-se no irmão para criar Tintin, um dos mais consagrados heróis das histórias aos quadradinhos. Os albuns de Tintin são de uma precisão incrível, com todos os detalhes minuciosamente cuidados, estão traduzidos em 70 línguas e venderam mais de 200 milhões de cópias.
O estilo de Hergé influenciou outros personagens da banda desenhada como Astérix ou Lucky Luke.
Entretanto, Tintin vai voltar ao cinema com adaptação de Peter Jackson ( o realizador neo-zelandês de "O Senhor dos Anéis") e Steven Spielberg.

Deste Porto campeão II



segunda-feira, 21 de maio de 2007

Deste Porto campeão


Força do Dragão
É o Porto a ganhar
É o Porto a marcar
Esta força vais sentir
Quero ouvir a cantar

Com a força do Dragão
Com a lama desta paixão
Vais lutar (Vais!)
Vais vencer (Vais!)
Vais ganhar (Vais!)
Vais fazer
Deste Porto campeão

A bandeira está no ar
E o azul irá ganhar
Vais lutar (Vais!)
Vais vencer (Vais!)
Vais ganhar (Vais!)
Vais fazer
Deste Porto campeão
PORTO!!!

domingo, 20 de maio de 2007

Como disfarçar um arroto?

O título era "Como disfarçar um arroto?".
A seguir vinha a pergunta de um tal Tomás Caiado (é Tomás, porque nunca podia ser Zé ou Toni...):
"Há dias escapou-me um arroto, num jantar, e apressei-me a dizer "com licença" e "perdão". Senti à minha volta um silêncio crítico. O que se deve fazer?".
E, então, a Dª Assunção Cabral (é Cabral, não é Silva, tá?) respondia assim:
"A reacção crítica dos seus companheiros de jantar não se deveu ao arroto – que, não sendo provocado, é muitas vezes impossível de conter –, mas aos seus "com licença" (alguns abreviam para "cença", como se fosse mais elegante) e "perdão".
Não há nada mais piroso do que andar por aí a atirar essas palavras. Um "dá-me licença", num aperto do metro, para sair numa estação, admite-se. O "perdão" associa-se à penitência e ao arrependimento religiosos. Em linguagem social usa-se "desculpe".Mas, apesar de lhe oferecer esta inesperada e útil lição, sei que o problema que o leitor tem em mente é outro. Evidentemente que não se deve andar por aí a arrotar.
Agora o problema é se o arroto escapa, como lhe aconteceu a si. O ideal é almofadar o ruído – e o cheiro, porque os há nauseabundos –, com o guardanapo, um lenço ou a própria mão. E disfarçá-lo com discrição, em vez de o enfatizar com "com licenças".A avó de uma prima minha, que sofria de incontrolável aerofagia – que lhe saía, sonora, nas alturas mais embaraçosas, como na missa ou à mesa –, usava um estratagema: por cima do arroto, atirava um tossicar forçado, e desabafava para o lado, baixinho: «Maldita tosse». Não enganava ninguém, mas era um estratagema divertido e uma saída airosa
".
Este "brilhante" texto encontrei-o na secção "Opinião" de um jornal que dá pelo nome de "Sol" e que tem como director um jornalista chamado José António Saraiva. Pelo teor da resposta, a Dª São (ó "tia"desculpe lá a intimidade, tá?) deve ser uma entendida em "emendar" arrotos!!É bom saber, pois vou convidar a "tia" a dar um saltito a Macau....pode ser que ela consiga fazer alguma coisa por cá!!Reparo ainda que a "tia" até tem uma prima (afastada concerteza...) que tem uma Avó que arrotava, sem querer, claro...
A "tia" tem outros artigos sobre temas tão prementes como "Recusas delicadas" (como dizer não, mas de forma "delicada"), "Um ou dois beijos" (a "tia" recomenda que beijos só com os íntimos...) ou "Como tirar uma espinha" (não, não é de acne, é do peixe...). São todos um mimo.

sábado, 19 de maio de 2007

American Idol

Vai na sexta edição (a versão americana).
O programa tem tudo para ter sucesso: música, juventude, gente simples e comum, lágrimas, alegria, gente famosa, profissionalismo e muito marketing.
Já revelou alguns nomes como Kelly Clarkson, vencedora da 1ª edição, com 2 álbuns editados e 2 Grammy´s, Carrie Underwood, vencedora da 4ª edição e este ano premiada com 2 Grammy´s ou Jennifer Hudson que não ganhou nenhuma edição mas ainda, recentemente, venceu o Oscar para melhor Actriz Secundária, no musical "Dreamgirls". E outros vão a caminho de poderem deixar a sua marca na área da música, como é o caso de Chris Daughtry (que também não ganhou a quinta edição em que participou) .
Só este ano comecei acompanhar regularmente o programa e fiquei surpreendido com a dimensão deste fenómeno (apenas conhecia os pequenos filmes que circulavam na net, nomeadamente dos concorrentes demasiado maus).
O nº de pessoas que vota nos concorrentes supera sempre os 30 milhões (em apenas 2 horas de votação).
Numa das semanas desta 6ª edição, organizaram um serão humanitário, com a presença de cantores e actores famosos e conseguiram numas poucas horas juntar quase 70 milhões de dólares para ajudar as crianças vítimas do "Katrina" e em África (apenas com doações de norte- americanos).
No próximo dia 23 é a final, com os eleitos escolhidos por 60 milhões de telefonemas.
Mas os americanos não votam na melhor voz. Pode ser que a sociologia consiga explicar as causas mas esse povo vota por razões que a própria razão desconhece. É no mundo da música e na política.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Dedicatória

Tenho de escolher o que detesto- ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a acção, que a minha sensibilidade repugna; ou a acção, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.
Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas como hei-de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra".
de Bernardo Soares (heterónimo de Fernando Pessoa), in Livro do Desassossego

Dedicado ao novo Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que era juiz do Tribunal Constitucional.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Tento na língua

O líder da "Aliança Democrática para o Melhoramento e o Progresso de Hong Kong", Ma Lik, admitiu hoje ao jornal "South China Morning Post", de Hong Kong, que as suas declarações na véspera tinham sido " imprudentes e levianas".
E, de facto, foram.
Ontem, o Sr. Ma Lik considerou que, após a transição, em 1997, os estudantes locais não receberam a adequada "educação patriótica" e muitos, " não querem saber nada da Mãe- pátria". E deu um exemplo: o massacre de Tiananmen em 1989. O político pró- Pequim afirmou então que " as pessoas ainda acreditam que houve um massacre de activistas pró-democracia, em Tiananmen. Não devemos dizer que o Partido Comunista massacrou pessoas a 4 de Junho. (...) um massacre significaria que o Partido Comunista teria usado metralhadoras para intencionalmente e indiscriminadamente matar pessoas".
Se o sucedido em 1989 na Praça Tiananmen, Pequim, não foi um massacre, então foi o quê?

Operação Furacão

A "Operação Furacão", desencadeada pela Polícia Federal brasileira, deteve, entre outros, dois empresários portugueses, acusados de negociar sentenças judiciais e decisões políticas para beneficiar casas de bingo e máquinas de jogo.
E o que é que isto releva para Portugal?
Acontece que um dos detidos, de seu nome Licínio Soares Bastos, terá, alegadamente, "influenciado" a escolha do candidato do PS ao círculo fora da Europa, nas últimas eleições legislativas de 2005. O candidato, imposto por Lisboa, foi Aníbal Araújo, que não chegou a ser eleito. O responsável da campanha do PS nas comunidades foi José Lello.
Licínio Bastos chegou a ser nomeado cônsul- honorário de Portugal (mas nunca concretizado), em Cabo Frio.
Mas o PS não foi o único "atingido".
Alegadamente, Cavaco Silva terá tido uma sede de campanha, durante as últimas eleições presidenciais, em Oliveira de Azeméis, numa casa cedida pelo empresário ora detido.
E, o candidato Aníbal Araújo terá sido mesmo condecorado como comendador da Ordem do Infante D. Henrique no último 10 de Junho pelo Presidente da República (mas "não por iniciativa presidencial").
A "Operação Furacão" teve início no passado mês de Abril, envolveu 70 mandatos de busca e apreensão e 25 de prisão. Os detidos são suspeitos de envolvimento em exploração de jogos ilegais, corrupção de agentes públicos, tráfico de influência e receptação. Entre os detidos encontram-se três juizes, um procurador regional da República e um delegado da Polícia Federal de Nitéroi.
É considerada a maior operação contra a corrupção jamais desencadeada no Brasil.
Será que vai haver mais desenvolvimentos noticiosos sobre este caso, ou irá ele "morrer na praia"?

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Jacques Chirac

Sai de cena ao fim de 40 anos de vida política, entre os quais 12 como Presidente da República, 18 à frente da Câmara Municipal de Paris e 4 como primeiro- ministro.
Personalidade controversa, os amigos definem-no como encantador mas os adversários falam dele como homem sem convicções.
Foi durante a sua presidência que a França conheceu um profundo declínio político e económico.
Não vai deixar saudades.
Au revoir Mr. Chirac.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Bento XVI

O Papa Bento XVI afirmou que " o anúncio de Jesus e do Seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré- colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estrangeira", no discurso que proferiu na abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino- americano e do Caribe, realizada no âmbito da sua visita ao Brasil.
Segundo o Sumo Pontífice, os índios receberam bem os padres europeus já que " Cristo era o salvador que esperavam silenciosamente".
Mais afirmou, que a Igreja Católica os tinha purificado e que " a utopia de voltar a dar vida às religiões pré-colombianas, separando-as de Cristo e da Igreja universal, não seria um progresso mas um retrocesso".
As declarações de Sua Santidade provocaram desagrado nos líderes indígenas que se consideraram ofendidos, tendo-as classificado como "arrogantes e desrespeitosas".
De facto, estima-se que milhões de índios tenham morrido no continente americano em consequência da colonização europeia, depois da chegada de Colombo à América em 1492.
A sobranceria intelectual e religiosa deste Papa é de pasmar.
Em 1992, o seu antecessor, João Paulo II, chegou a pedir desculpas pelos erros cometidos durante a evangelização dos nativos nas Américas.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O Zimbabwe

O Zimbabwe foi eleito para presidir à Comissão das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, por vontade das nações africanas e contra o desejo dos países ocidentais.
Uma escolha que só envergonha as Nações Unidas.
Além do desrespeito pelos direitos humanos, o Zimbabwe apresenta uma taxa de inflação de 2.000%. Por mês, morrem 14.000 pessoas devido à fome ou falta de medicamentos e tem 1,3 milhões de orfãos devido à SIDA.
Robert Mugabe preside aos destinos do Zimbabwe desde 1980.

domingo, 13 de maio de 2007

Hong Kong e Fátima

O que tem Hong Kong (HK) a ver com Fátima?
Para aqueles que visitam a ilha em turismo pode passar-lhes despercebido, mas entre os muitos atractivos que HK tem, para quem vive por aqui, é possível descobrir um conjunto diversificado de trilhos susceptíveis de proporcionar umas caminhadas bem agradáveis (ou "outdoors activities", como se diz por cá).
Num destes sábados primaveris, ao efectuar uma caminhada entre Discovery Bay e Mui Wo (em Lantau), a meio de uma subida que já durava há 45 minutos, passamos por um mosteiro (Trappist Haven Monastery) em cujo jardim, fechado ao público, foi possível descortinar, ao longe, aquilo que esta foto revela.
Dentro de uma redoma de vidro, lá estava a "Senhora" com 3 pastorinhos aos seus pés.
Seja- se ou não católico, ou sequer religioso, o facto é que esta imagem faz parte da simbologia de Portugal.
E foi estranhamente agradável descobrir este símbolo português, no meio do nada... apesar do cansaço, da humidade e da muita transpiração!

sábado, 12 de maio de 2007

Lego


Pois não...

Porto Cartoon- World Festival

A recente edição do Porto Cartoon- World Festival contou com uma presença recorde de 1700 trabalhos, pertencentes a quase 500 cartoonistas de 60 países.
O tema desta IX edição foi a globalização, tendo a vitória sido atribuida ao polaco Grzegorz Szumovski, que venceu o festival com um índio, "roubado" aos americanos, que decide disparar um telemóvel amarrado à sua flecha.
Os brasileiros lideraram o ranking de candidatos, com 250 cartoons, tendo o Irão ficado em segundo lugar com mais de 130 trabalhos. Portugal ocupou o terceiro lugar, com 120 desenhos, enviados por cerca de 30 artistas.
Este festival é considerado pela Federação das Organizações de Cartoonistas (conhecida pela sigla FECO) um dos três principais festivais de desenho humorístico do mundo.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Vitória


De José Ramos- Horta. A contagem dos votos ainda não terminou, mas a vitória nas presidenciais pertence-lhe. Ganhou ele, Xanana, a Igreja Católica local e a Austrália. Esperemos que o povo de Timor- Leste também venha a ganhar.

Bye Bye Tony


Ao fim de 10 anos de mandato, Blair anunciou a sua demissão de líder trabalhista (e consequentemente do cargo de de 1º ministro) no final do próximo mês de Junho.
Uma década que mudou o Reino Unido, mas que ficará, definitivamente, marcada pela invasão do Iraque ao lado do velho aliado, os EUA.
O Reino Unido mudou, mas não ficou, seguramente, mais seguro. Nem o mundo.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Longe da média

Portugal vai voltar, este ano, a ter a pior taxa de crescimento da economia de todos os países da União Europeia (UE), uma situação que só não se repetirá em 2008, porque a Itália está em risco de fazer pior.
Ao mesmo tempo, Portugal deverá ser o único membro da zona euro a manter um défice orçamental classificado como "excessivo", ou seja, superior ao limite autorizado de três por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Este panorama resulta das previsões económicas semestrais apresentadas pela Comissão Europeia (CE) para os vinte e sete países da UE, e que deixam claro que Portugal está a beneficiar muito lentamente da retoma da actividade iniciada em 2006 no resto da Europa. Segundo Bruxelas, a economia portuguesa deverá crescer 1,8 por cento este ano, um valor superior em três décimas às suas anteriores previsões de Novembro e que atinge agora os valores avançados pelo Governo. Para 2008, apesar de nova revisão em alta de três décimas, a previsão de um crescimento de dois por cento fica ainda assim abaixo dos 2,4 por cento previstos pelo executivo. Estes valores estão muito aquém das previsões para a zona euro, que deverá crescer 2,6 por cento este ano, enquanto o conjunto dos Vinte e Sete deverá chegar aos 2,9 por cento.
Também no défice, mesmo se as previsões foram melhoradas face a Novembro, os valores avançados permanecem mais pessimistas que os do Governo. Este ano, a CE aponta para um défice de 3,5 por cento do PIB, contra 3,3 por cento do Ministério das Finanças.
Nos dois cenários, Portugal será este ano o único país da zona euro a manter uma situação de défice excessivo à luz do Pacto de Estabilidade e Crescimento do euro (PEC), o que o obriga a submeter-se à vigilância dos restantes parceiros.
Dos outros países que estavam na mesma situação, num passado recente, a França entrou nos eixos no ano passado, o mesmo devendo acontecer este ano com Alemanha, Itália e Grécia.
Para manter a pressão sobre o Governo, a CE lembra que o país poderá manter-se em défice excessivo em 2008, apesar de se ter comprometido com os parceiros a ficar abaixo dos três por cento do PIB.
Para o conjunto da UE, o "ritmo dinâmico" do crescimento económico deverá permitir baixar a taxa de desemprego, em 2008, para 6,9 por cento da população activa, o melhor valor dos últimos quinze anos. Portugal manterá este ano um nível superior: 7,7 por cento de desempregados, valor que baixará para 7,5 por cento em 2008, ainda assim, em ambos os anos, acima da média do euro. No conjunto da UE, deverão ser criados milhões de novos postos de trabalho - dos quais seis milhões na zona euro - entre 2006 e 2008.
Mas os portugueses também estão afastados dos restantes europeus no que toca à utilização das notas de euro.
Segundo o Relatório Anual do Banco de Portugal de 2005 (contendo os indicadores mais recentes sobre a matéria) as notas mais usadas são as de 10 e 20 euros que representam 95% do valor dos euros colocados em circulação, sendo que esta última nota ganhou um peso cada vez maior (correspondia a 71% das novas entradas em circulação).
Realidade diferente é a da Zona Euro onde a nota de 50 euros domina no que respeita à quantidade de notas em circulação, ou seja 35% do total. E, tendo em conta as 3 denominações de maior valor (500, 200 e 100 euros), estas representavam, em 2005, 82% do total em circulação na Zona Euro.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Paz na Irlanda do Norte

O pastor protestante, Ian Paisley, fervoroso defensor da tutela britânica e dirigente do Partido Unionista Democrático (DUP) - que durante décadas se recusou a colaborar com a minoria católica da Irlanda do Norte, representada pelo Sinn Féin -, tornou-se ontem primeiro-ministro do novo Governo partilhado entre católicos e protestantes, tendo como vice-primeiro-ministro Martin McGuinness, um homem que, há 30 anos, comandava o Exército Republicano Irlandês (IRA), e alvejava a tiro soldados britânicos.
O novo governo da Irlanda do Norte (também conhecida como Ulster) terá poder sobre assuntos locais, mas Londres manterá a soberania sobre a Província.
Quase 40 anos depois do início das acções de terror que ceifaram 3.500 vidas, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o seu homólogo irlandês, Bertie Ahern - que conduziram o processo de paz ao longo de dez anos -, assistiram à cerimónia de posse do novo Governo, no imponente Parlamento de Stormont, próximo de Belfast.
Recorde-se que o actual primeiro-ministro britânico promoveu, em 10 de Abril de 1998, o Acordo de Belfast (também conhecido por Acordo de Sexta-Feira Santa), que contemplava a partilha do poder entre protestantes e católicos no Ulster. Em Bertie Ahern, também eleito em 1997 (poucas semanas após a sua vitória eleitoral), Tony Blair encontrou um valioso aliado para fomentar o diálogo entre Londres e Dublin. Com efeito, o primeiro-ministro irlandês soube negociar com a facção mais radical dos unionistas, ao mesmo tempo que conseguiu manter o Sinn Féin à mesa das negociações, nas circunstâncias mais críticas.
A primeira reunião deste novo Governo, partilhado, está agendado para o final desta semana.

A Nação adiada

Realiza- se hoje a 2ª volta das eleições presidenciais em Timor- Leste.
Os candidatos são José Ramos Horta (apoiado por todos os candidatos derrotados que concorreram na 1ª volta) e Francisco "Lu Olo" Guterres, apoiado pela Fretilin.
Ramos Horta conta ainda com o apoio do, ainda, Presidente Xanana Gusmão que recentemente formou um partido político, o CNRT.
Com as devidas diferenças, esta atitude de Xanana fez a minha memória recuar no tempo e recordar quando um ex- Presidente da República portuguesa, em fim de mandato, "patrocinou" a formação de um partido político que pretendia moralizar a vida política portuguesa.
As primeiras eleições em que esse partido participou foram um sucesso. E uma enorme derrota para o PS.
Mas o tempo encarregou-se de normalizar a situação político- partidária portuguesa (sem a moralizar) e hoje esse tal partido é um partido marginal.
Quanto a Timor- Leste, continua uma nação adiada, fruto dos egoísmos partidários, das ambições de caserna, das incompetências politicas, dos ódios e das invejas pessoais e dos vizinhos gigantes que cobiçam a sua riqueza.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Os "lambe- botas"

Em Macau, é habitual a publicação nos meios de comunicação social escrita de mensagens de saudação, felicitação ou de comemoração/ celebração, entre outros.
Por exemplo, no Ano Novo chinês (a época do ano mais comemorada na China), os jornais são "inundados" das tais mensagens a desejar à população um ano próspero, provenientes de bancos, empresas privadas e de diversas associações.
Ou se alguém, por exemplo, é eleito para algo, a respectiva associação faz publicar uma mensagem nos jornais a dar conta do feito e a saudar o associado. Ou se um atleta alcança um bom resultado, é possível encontrar publicadas mensagens de saudação pelo feito.
Estas mensagens traduzem-se num bom negócio para os jornais, pois aparecem como publicidade paga.
Mas ao mesmo tempo são reveladoras da mentalidade provinciana, bem arcaica, e que por aqui, ainda perdura.
Isto tudo a propósito de um manifesto e de uma declaração, publicados ontem pelos jornais portugueses, depois do mesmo já ter sucedido nos jornais chineses, em nome, respectivamente, de um conjunto de associações macaenses ou de matriz portuguesa (como aqui se diz de forma politicamente correcta!!) e da (poderosa) Associação Comercial de Macau (ACM).
O objectivo do manifesto e da declaração é o mesmo: criticar a manifestação ocorrida em 1º de Maio passado em Macau, em especial o comportamento dos manifestantes e louvar a atitude das autoridades, prestando vassalagem ao Chefe do Executivo e à sua equipa governativa.
Recorde-se que dias antes da manifestação, pelo menos 3 deputados com ligações à ACM, tinham criticado e tentado desvalorizar a dita manifestação. Sem sucesso como se viu!
A linguagem utilizada em ambos os documentos são de uma atrofia mental notória reveladora do espírito que impera em Macau. Em suma, dos "lambe- botas" que aqui existem.
Mas nada disto surpreende.
Uma das formas de controlo da actividade das diversas associações existentes é através da distribuição arbitrária, pelo Executivo, de subsídios que permitem à oligarquia reinante em Macau perpetuar-se nos órgãos sociais dessas associações, assegurando, desse modo, ao Executivo um meio para defender os seus interesses.
Daí o apoio manifestado pelas diversas associações de "matriz portuguesa" e pela ACM (de cuja direcção o Chefe do Executivo chegou a ser vice- presidente até assumir o cargo de líder do governo local).

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Vanessa

Vanessa Fernandes, tricampeã europeia do trialto (natação, ciclismo e corrida) venceu a prova de Lisboa da Taça do Mundo daquela modalidade.
Foi a 15ª vitória de Vanessa Fernandes em etapas da Taça do Mundo.

A reunificação familiar

Macau assistiu nas últimas semanas, a manifestações (ordeiras) promovidas pela Associação para a Promoção da Reunificação Familiar que percorrem as principais artérias da cidade, vindo a terminar em frente à sede do Executivo local.
A razão de ser destas manifestações remonta ao início da década de 90 quando a Administração portuguesa permitiu que diversas familias vindas do continente chinês permanecessem no território. Anos mais tarde, essa mesma Administração autorizou que os membros dessa famílias (incluindo os filhos menores de 18 anos) passassem a ser considerados residentes, e, consequentemente, a serem titulares de BIR (bilhete de identidade de residente).
O que aquelas familias pretendem agora é que o Executivo actual permita que os restantes membros (os que eram, então, de maior idade), e que se encontram a viver no continente chinês, se lhes possam juntar e desse modo, beneficiarem do dito BIR, passando a ser considerados residentes. Estima- se que o número de pessoas nesta situação ronde as 10.000 pessoas.
Porém, a resposta do Executivo é que a solução definitiva destas situações depende do Governo Central em Pequim.
Cansados de esperar, a dita Associação (dirigida por um político local com vontade de ganhar visibilidade depois de nas últimas eleições ter tido uma fraca votação) entendeu promover estas manifestações com periodicidade quinzenal, como forma de pressionar o Executivo na busca de uma solução.
A reunificação familiar foi um dos lemas da manifestação do 1º de Maio passado ocorrida em Macau e tristemente famosa em todo o Mundo.

domingo, 6 de maio de 2007

Os turistas e os apelidos

- O número de turistas que visita Macau continua a aumentar. Segundo dados oficiais, o número de turistas entrados no território, durante o primeiro trimestre do ano em curso, ultrapassou os 6 milhões, o que se traduz num aumento de 21,4%, em relação ao período homólogo.
Deste número mais de metade é oriundo do Continente.
De notar que só no mês de Março entraram em Macau mais de 2 milhões de turistas. Será que vamos caber cá todos?

- Em Macau existem muitas associações e uma delas denomina-se, curiosamente, "Associação das Pessoas de Apelido Ho"!!! Os seus associados mais famosos são o actual Chefe do Executivo Edmundo Ho e Stanley Ho, "tycoon" do jogo em Macau, e que não são familiares entre si.
Aliás, a propósito de apelidos na China, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, o apelido Wang (que significa "rei") é o mais popular na China. Existem 93 milhões de chineses com este apelido, seguindo-se o apelido Li com 92 milhões, enquanto os Zhang são "apenas" 88 milhões.
Os restantes nomes comuns, como Chen, Zhou e Lin, em conjunto não passam de uns meros 20 milhões.
Os chineses sentem-se mais próximos daqueles que têm o mesmo apelido.

Sego+Sarko

Os franceses irritam-me e a política francesa desperta-me pouco interesse.
Este domingo é a 2ª volta das eleições presidenciais franceses.
Não consigo ter preferência.
Será mais interessante estar atento às consequências das políticas do/a vencedor/a, nomeadamente para os interesses dos portugueses que vivem em França e para os interesses de Portugal.

sábado, 5 de maio de 2007

A semana dourada de Maio

A China vive esta semana uma das chamadas "semanas douradas" do ano.
As 2 outras "semanas" são no Ano Novo chinês (festa móvel que pode ser em Fevereiro ou Março) e a propósito das comemorações do Dia Nacional, no ínicio de Outubro.
A imagem que acompanha este "post" é da agência oficial chinesa, Xinhua, e retrata a Praça Tiannamem, junto da entrada para a Cidade Proibida, em Pequim, na passada 4ª feira, quando num só dia recebeu a visita de 114 800 visitantes (o 2º número mais alto desde que foi implementado o sistema das "semanas douradas").
O sistema da "semana dourada" foi criado em 1999 e proporciona entre 3 a 7 dias de férias aos chineses, com o objectivo de "incrementar o turismo doméstico, melhorar o nível de vida nacional e permitir aos chineses a visita aos familiares que habitam em zonas distantes".
A estimativa para o "movimento de massas" nesta semana dourada, que ora finda, é de 150 milhões de chineses a viajar por todo o país!

Mário Quintana

Foi poeta, escritor (incluindo de livros infantis), tradutor e jornalista.
Nasceu em Alegrete, município do Estado brasileiro de Rio Grande do Sul, a 30 de Julho de 1906 e faleceu a 5 de Maio de 1994, em Porto Alegre.
Poeta das coisas simples, adoptou um estilo marcado pela ironia, profundidade e perfeição.


"Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti..."
Mário Quintana- in "Esconderijos do Tempo" (1980)

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Palhaçadas

Este post era para ser dedicado só à Madeira e o título estava no singular. Decidi alterá-lo para o plural porque há mais palhaçadas.
Estima-se que os dois principais partidos (PSD-M e PS) gastem cerca de 2 milhões de euros em cantores pimba durante a campanha para a Assembleia Regional na Madeira, que hoje termina.
Não tenho nada contra os cantores pimba.
Têm o direito à sua existência como todos os demais.
Mas a Madeira e os seus dirigentes já estão para além de "pimba"!
Não há mais pachorra.
Daí que a "ameaça" de AAJardim durante um comício é até capaz de não ser má ideia.
Por mim, a Madeira pode seguir "o seu caminho em liberdade sem a pátria portuguesa".
Os madeirenses votam no domingo.
E que dizer da palhaçada que se está a passar na Câmara Municipal de Lisboa? Será que Carmona realmente acha que tem condições políticas para se manter no cargo? E o facto de defender que a haver eleições deverão ser para a Presidência da Câmara e para a Assembleia Municipal, será para enfraquecer (ainda) mais o líder do PSD, uma vez que este defendeu apenas eleições para a Presidência da Câmara? Será que esta situação é o "canto de cisne" de Marques Mendes, como alguns vaticinam? Carmona foi escolha pessoal de Marques Mendes...
Outra palhaçada é o comportamento dos socialistas de Oeiras que continuam a apoiar o Presidente da autarquia local, Isaltino Morais, mesmo depois de ter sido deduzida acusação sobre ele de corrupção passiva, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal.
Palhaçada é o mínimo que se pode chamar às declarações, à TSF, de Manuel Polanco, administrador- delegado da Media Capital, acerca da nomeação de Pina Moura para presidir àquela empresa.
Parece assim que a explicação para tal nomeação ficou a dever-se "aos contactos na alta finança e na alta política" que o ex- ministro socialista dispõe. Mais acrescentou que o facto de Pina Moura ser socialista "não pesou especialmente" na sua nomeação.
Pina Moura estava afinal iludido quando afirmou na entrevista à RTP do passado dia 26 que a sua nomeação era justificado por "razões de reputação profissional".
Pois!!
Estas palhaçadas não dão mesmo vontade de rir.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

A liberdade de expressão

Hoje, 3 de Maio, comemora-se o Dia Mundial da Liberdade da Imprensa, implementado pela UNESCO, como consagração do direito fundamental da liberdade de opinião e expressão previsto na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Entretanto, há dias foi conhecida uma nova condenação do Estado português pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) ao dar razão ao jornalista José Manuel Mestre, da SIC, que tinha sido condenado em Portugal, por difamação, depois de afirmar em questões colocadas a um entrevistado, que o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, era o "patrão dos árbitros".
O TEDH entendeu que a justiça portuguesa violou o artigo 10.º da Convenção dos Direitos do Homem, que garante a todas as pessoas a liberdade de expressão. E avisou, no acórdão, que " o interesse de uma sociedade democrática é assegurar e manter a liberdade de expressão".
A decisão do tribunal europeu não é inédita. Já em 2005, o tribunal tinha sancionado o Estado português por violação do direito à liberdade de expressão por ter condenado o director do jornal "Voz do Nordeste", por difamação num artigo de opinião.
Esta nova condenação do Estado português vem de novo evidenciar a forma tacanha e redutora como a magistratura continua a apreciar, em Portugal, a liberdade de expressão.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

O 1º de Maio em Macau

A violência regressou às ruas de Macau na manifestação realizada ontem a propósito do 1º de Maio.
Os organizadores da manifestação tinham apresentado um itinerário para desfilar que foi recusado pela Polícia (decisão pouco sensata e juridicamente injustificável), nomeadamente a passagem pela rua que atravessa a zona central de Macau, a "Almeida Ribeiro".
Posteriormente, aqueles organizadores afirmaram que iriam manter o desfile pela rua por onde pretendiam desfilar, não apenas uma vez (conforme constava do trajecto "chumbado" pelas autoridades) mas duas vezes, por causa da proibição, em clara provocação e desrespeito pela lei.
As forças da autoridade estiveram bem em fazer cumprir a ordem pública e a lei.
O desagrado ou a discordância com as políticas do Executivo não justificam a atitude dos organizadores da manifestação nos dias anteriores à mesma e o comportamento provocatório de certos participantes.
Ou não foi provocação o desrespeito ocorrido quando o desfile passava defronte do local onde se realizavam as cerimónias fúnebres do irmão do Chefe do Executivo?
O "segundo sistema" (herança dos portugueses) consagrado na Lei Básica permite a liberdade de manifestação e de expressão, mas isso não deve ser confundido com anarquia e desrespeito pela lei. E isso é o que os demagogos e os populistas da "oposição" melhor sabem fazer.
Ainda, recentemente, os deputados "democratas", Ng Kuok Cheong e Au Kam San, decidiram efectuar uma recolha de assinaturas em pleno Leal Senado, cujo local foi recusado pela Administração (o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais).
Embora não se entenda a recusa, aqueles deputados, em claro desrespeito, decidiram manter o seu propósito e procederam à dita recolha de assinaturas no local que pretendiam. Não me consta que tenha havido por parte das autoridades qualquer atitude de fazer cumprir a lei.
O que é lamentável. Porque a Administração se demitiu da sua obrigação de fazer cumprir a lei e os deputados porque, irresponsavelmente, deram um mau exemplo, na medida em que se não concordavam com a decisão podiam recorrer judicialmente da mesma.
Ou os deputados não acreditam no sistema judicial de Macau?
Mas voltando a comentar a manifestação de ontem, já não me parece compatível com o direito à manifestação consagrado na lei, o facto de a Polícia ter separado (!!) os manifestantes em vários grupos. A Polícia deve limitar-se a garantir a ordem e a segurança, quer dos manifestantes, quer dos outros residentes e dos seus bens e, nesta situação, excedeu-se.
"The last but not the least", uma nota acerca dos disparos efectuados por um agente policial. Ouvidas as explicações oficiais, fica-se com a sensação de, efectivamente, se estar perante uma manifesta situação de abuso de autoridade. Justificar os disparos (cinco ou seis tiros, depende das versões, disparados para o ar) com a necessidade de proteger uma idosa e uma senhora de meia- idade da multidão parece algo excessivo, não?
Curiosamente (ou não?), os chineses, nascidos em Macau, parecem criticar a forma como decorreu a manifestação. Acham que os responsáveis são as pessoas que vivem em Macau mas provenientes do Continente chinês e que provocam estas situações de violência. Dizem eles, que as pessoas de Macau (nascidos cá) são pacatas e não "alinham" em manifestações.
De facto, a realidade em Macau não pará de surpreender e de mudar. O crescimento desenfreado dos últimos anos, além de ter enchido (bem) os bolsos de alguns (poucos) parece querer acabar com a passividade que por aqui existia.
E a elite no poder ( a chinesa e a macaense) está a deparar-se com uma realidade, até agora desconhecida para si, que reinvindica, que é demagoga e que critica de forma clara.
E como não estavam habituados, não sabem como reagir!
Ou será que sabem? Aos tiros?!
Está posto em causa um valor que o Chefe do Executivo tanto preza e que considera essencial: a harmonia e o consenso.
Como será daqui para a frente?

terça-feira, 1 de maio de 2007

Pena de morte

Segundo o último relatório da Amnistia Internacional sobre a pena de morte, 2006 registou uma diminuição de 25% nas execuções e nas sentenças de morte.
Foram executados 1591 prisioneiros pelos seus próprios governos em 25 países em 2006.
Em 55 países, foram emitidas 3861 novas sentenças de morte e 20 mil pessoas estão no corredor da morte.
Noventa e um por cento das execuções ocorreram em seis países: China (1010), Irão (177), Paquistão (82), Iraque (65), Sudão (65) e Estados Unidos (53).
As estimativas para a China são especialmente preocupantes: baseando-se em relatórios tornados públicos, a Amnistia Internacional calcula que tenham sido mortas pelo menos 1010 pessoas. Mas o número real pode atingir as 8000, o que alteraria estes dados de forma radical.
No Irão, o número de acusações duplicou em relação a 2005 e o Iraque é uma entrada nova em relação ao ano passado na lista dos seis estados que mais matam os seus cidadãos.
Neste retrato da pena capital no mundo é preciso falar também dos casos em que os prisioneiros não morrem de forma rápida e sem sofrimento, por inépcia dos algozes ou dos métodos usados.Há o caso de Roean Kumara, do Sri Lanka, que foi executado no Kuwait, em Novembro de 2006, por enforcamento. Mas quando o seu corpo estava a ser transportado para a morgue, os médicos notaram que o seu coração ainda batia, muito debilmente, recorda o jornal espanhol El País. Levou cinco horas a morrer.
Mas nos EUA passa-se o mesmo: um artigo publicado esta semana na revista Public Library of Science -Medicine (acessível a partir do site http://www.plos.org/) dava conta de que a injecção letal pode causar morte por asfixia mas muito mais lentamente do que devia, provocando dores intensas. A equipa de Leonidas Koniaris, da Universidade de Miami (EUA), usou dados de dois estados norte-americanos que divulgam informação sobre as execuções e concluem que a forma como é usada a injecção letal - nos EUA e na China, por exemplo - nem sempre causa a morte através dos mecanismos fisiológicos que se pretendiam.
A injecção letal é uma mistura de drogas: um barbitúrico (tiopental, que actua como anestésico, mas não combate a dor), um bloqueador neuromuscular (brometo de pancurónio, que causa paralisia muscular) e um electrólito (cloreto de potássio, que faz com que o coração pare de bater). Espera-se que esta combinação cause anestesia e morte, devido a paragem cárdio-respiratória, mas muitos condenados demoram a morrer e no seu organismo ficam claras marcas de perturbação e dor.
São 69 os países que mantêm a pena de morte, embora a apliquem de forma variada.
Mas há cada vez mais países a abandoná-la: no ano passado, as Filipinas tornaram-se no 99.º país a abolir a pena de morte pra crimes comuns, enquanto a Geórgia e a Moldávia a retiraram mesmo das suas constituições. A Coreia do Sul está também próxima de a eliminar.