terça-feira, 10 de abril de 2007

"Silêncio do inocente"

O silêncio de José Sócrates não parece ser a resposta mais adequada às especulações jornalísticas e às desconfianças instaladas na opinião pública a propósito do controverso processo da sua licenciatura.
Aliás, ainda hoje a TSF online divulga uma notícia acerca de um estudo segundo o qual não houve qualquer diplomado no curso de Sócrates em 1996 pela Universidade Independente (UnI), o que contraria os documentos apresentados como fazendo prova da licenciatura do actual primeiro-ministro.
Segundo este estudo elaborado em 2004 pelo Observatório da Ciência e Ensino Superior, citado pelo jornal «Público», «só se licenciaram na UnI, no ano de 1996, alunos dos cursos de Ciências da Comunicação (67) e de Relações Internacionais (25)».O levantamento estatístico Diplomados (1993/2003) acrescenta que os primeiros sete diplomados em Engenharia Civil «só surgem 1997/98», um número que, segundo o diário, «coincide» com um apresentado num relatório de avaliação externa do curso de Engenharia Civil da UnI, «elaborado por uma comissão independente».Contactado pelo «Público», o gabinete do ministro do Ensino Superior fez notar que este relatório não inclui «para qualquer dos cursos, os alunos que, tendo ingressado por transferência, tenham concluído a licenciatura através de um plano de estudos fixado na sequência de um processo de equivalência».
Contudo, segundo o «Público», este critério não está explicado no relatório, referindo que na introdução do documento, onde se explica o âmbito do estudo, concretiza-se que as estatísticas se referem «ao grau de licenciado, obtido através de diferentes percursos académicos».