quinta-feira, 26 de abril de 2007

"Amigos"

As afirmações de António José Morais ao DN, publicadas na edição do passado domingo, contêm um conjunto de afirmações que dispensam qualquer comentário.
A seguir alguns pequenos extractos que ajudam a conhecer um pouco o perfil do antigo professor da UnI:

- " Não vigiou nenhum dos quatro exames correspondentes às quatro disciplinas que leccionou a José Sócrates?
Nenhum dos exames. O regente de uma cadeira, em geral, não vigia exames. Tem coisas mais importantes para fazer...";

- " Foi professor de Sócrates em quatro disciplinas diferentes. Essa acumulação é normal no ensino superior?
Absolutamente normal, tanto mais que, na altura, os alunos na UnI eram poucos e era necessário aproveitar os recursos. É preciso também não esquecer que Sócrates chega à UnI com 95% das disciplinas inerentes a uma licenciatura em Engenharia Civil efectuadas.";

- " O senhor inscreveu-se no PS na Covilhã; foi lá professor; morou no Fundão entre 89 e 91, quando Sócrates já era uma figura relevantíssima no PS do distrito. Como é possível que não o conhecesse?
Eu não fazia militância no PS. Inscrevi--me no PS da Covilhã porque um professor da UBI, que já está reformado, me convidou para integrar a comissão de honra no distrito da recandidatura presidencial do dr. Mário Soares [Janeiro de 1991]. Esse professor era opositor do deputado José Sócrates, estavam em listas opostas."

- "Mas quem era esse professor?
Era catedrático de Economia, já está reformado, agora não me recordo do nome dele. Entrei no PS em Janeiro de 1991 e penso que em Março já estava em Lisboa, por razões pessoais.";

- "E como é que foi a militância em Lisboa?
Em determinada altura começou a campanha para a eleição de uma nova comissão política concelhia em Lisboa. Apoiei a candidatura de Miguel Coelho. Comecei a frequentar as sessões dele e entre nós surgiu alguma empatia. Ele convidou-me para integrar o secretariado dele. José Sócrates apoiou Nuno Baltazar Mendes. Miguel Coelho não foi apoiado pelos notáveis do PS." ;

- "E aí onde é que entra Armando Vara?
Eu era uma referência do PS em Lisboa. Tínhamos acabado de ganhar a concelhia. Foi no Altis que fui apresentado a Armando Vara. Ele já estava no Governo."

- "Como é que se torna assessor dele e depois director do GEPI, nomeado por ele?
Em 1995 eu tinha uma carreira política. Toda a gente falava de mim. Eu era a estrela emergente do PS em Lisboa. Um putativo candidato a ministro e não a director-geral. É natural que Armando Vara, quando precisou de um engenheiro, se tenha lembrado de mim."

Perante "amigos" destes, para que precisa Sócrates de adversários?