quinta-feira, 12 de abril de 2007

As mensagens de Cavaco

E eis que, em menos de 48 horas, surge uma nova "mensagem" do Presidente, agora em jeito de convite aos partidos políticos para repensarem a sua posição sobre o referendo ao Tratado Constitucional Europeu.
Apesar de conhecida a sua posição (pouco favorável) sobre os referendos, a verdade é que Cavaco Silva defendeu, num passado recente, a necessidade de cumprir os compromissos que esses mesmos partidos tinham assumido publicamente sobre essa matéria, nunca tendo expresso a opinião que o Tratado deveria ser ratificado pelo Parlamento.
Daí que seja de estranhar esta "inflexão"! Ou será que se trata de mais uma mensagem placebo do Presidente (adjectivação de Paulo Gorjão em Bloguítica, sobre a mensagem de Cavaco que acompanhou a promulgação da lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, "placebo", de origem latina placere, agradar, respeita a um medicamento ministrado com fins de sugestivos ou orais que pode aliviar padecimentos unicamente pela fé que o doente tem nos seus poderes).
O PS, que incluiu a realização do referendo no programa com que venceu as útimas eleições legislativas, parece estar já disposto a esquecer mais uma promessa eleitoral, mas o PSD, pelas declarações do seu líder parlamentar reafirmou a posição do compromisso eleitoral do partido de realizar o referendo. À semelhança do que defendem a CDU e o BE. Não conheço se Paulo Portas já se pronunciou sobre o assunto....
Parece que Luis Filipe Menezes também não se pronunciou sobre o assunto!! Aliás, esta semana ainda não anunciou a sua candidatura à liderança do PSD!! Estará de férias?
Nunca entendi a razão porque se defendeu a ratificação do Tratado através de referendo, mecanismo de participação cívica para o qual os portugueses manifestam muito pouco interesse, como revelam as participações nos já realizados e quando a nossa adesão foi ratificada pela Assembleia da República.
Mais, não me parece que uma campanha eleitoral seja a melhor forma de discutir os assuntos europeus, apesar de reconhecer o déficit de discussão sobre esses temas.