quarta-feira, 11 de abril de 2007

Esmeralda

"Parir é dor, criar é amor".
E, se dúvidas houvesse, a saga vivida pelo casal Adelina+Luis e que envolve a FILHA que pretendem seja sua de direito dá ainda mais sentido àquelas palavras.
Ninguém sai bem deste caso, mas é dificil não admirar a luta deste casal.
Depois das decisões judiciais incompreensíveis, da separação do casal, da fuga da mulher e da prisão do sargento, propõem- se agora iniciar os contactos regulares da criança com os pais biológicos, até à sua futura entrega ao pai biológico, pois a guarda da criança que agora conseguiram é meramente provisória (embora seja a primeira vez que a guarda da criança pelo casal Adelina+Luis está juridicamente tutelada).
As embrulhadas jurídicas deste caso, as decisões judiciais aligeiradas (sobre a atribuição do poder paternal) e a demissão das suas funções por parte das autoridades policiais ( ainda ninguém explicou como é possível que alguém consiga estar fugido, juntamente com uma criança, tantos meses e as autoridades não saibam do seu paradeiro ou alguém sobre quem impende um mandato judicial consiga ir a um hospital público e não ser detida, se até fotográfos lá estavam) tornam este caso paradigmático, nomeadamente dos riscos (emocionais e não só) que os adoptantes em Portugal tantas vezes correm.
O desconhecimento da legislação e a falta de formação especializada e insensibilidade de certos magistrados é chocante (terceiro mundista?) num país onde as notícias sobre casos de pedofilia e maus- tratos infantis são tão recorrentes e perturbantes. Será possível conjugar o Direito e os afectos?