segunda-feira, 30 de abril de 2007

BCP v. Barclays

Os insucessos nas tentativas de crescimento prosseguidas pela Administração de P. Teixeira Pinto à frente do grupo Millennium/ BCP continuam.
Depois do insucesso da Roménia, a OPA hostil do BCP sobre o BPI, foi "chumbada" pelos respectivos accionistas de referência, apesar do BCP ter oferecido um preço quatro vezes o valor contabilístico do BPI.
Por comparação, e noutra OPA, mas neste caso não hostil, o Barclays propõe-se pagar "apenas" 2,8 vezes o valor contabilístico do ABN.
O Barclays, terceiro banco inglês, teve uma abordagem diferente da do BCP na sua pretensão de adquirir o ABN Amro Bank, líder do mercado holandês.Porém, agora tem é ainda de contar com a concorrência formada pelo grupo Royal Bank of Scotland, Santander e Fortis que estão dispostos a pagar mais 13% do que o preço oferecido pelo Barclays.
Pode vir a ser o maior negócio da banca a nível mundial e poderá transformar o Barclays no quinto maior banco do mundo e o segundo da Europa. Podem ser cerca de 200 mil empregados, com balcões desde a India até ao Brasil ( a fusão, contudo, provoca mais de 23.000 "saídas" de trabalhadores).
Deve ser um negócio que faz as delícias dos economistas e gestores. Será que também vai ser para os consumidores?

domingo, 29 de abril de 2007

Os Simpsons

Nunca é de mais falar daquela que é a família mais engraçada e politicamente mais incorrecta do mundo. Tanto mais que estão de parabéns.
A família Simpsons ( Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie) comemora este mês os seus 20 anos de vida, que é como quem diz de carreira. Foi no dia 19 de Abril de 1987 que os Simpsons foram emitidos pela primeira vez na televisão norte-americana, à data inseridos num show de Tracey Ullman.
O sucesso foi tanto que dois anos depois ganharam a sua independência e tiveram honras de se estrear com um programa só seu (episódios de trinta minutos), que é hoje o desenho animado com maior longevidade nos EUA, com direito a um lugar no Guinness, o livro de recordes. Criada por Matt Groening e James L. Brooks, a família Simpsons tem sido um caso de sucesso.
O seu humor subversivo e as sátiras à classe média e ao modo de vida americano, colocando "o dedo nas feridas", e as suas críticas a outros países, têm granjeado fãs um pouco por todo o mundo.
O jeito preguiçoso de Holmer, o pai, o lado de mãe-galinha de Marge, o carácter traquinas de Bart, o primogénito, o ar certinho e responsável de Lisa, a filha do meio, e as primeiras palavras de Maggie têm encantado miúdos e graúdos e tornaram-se, até, numa instituição cultural.
Chama-se Springfield a cidade onde vive a família Simpsons. Não foi ao acaso a escolha do nome. Springfield é um nome comum nos EUA. Qualquer dos 51 estados tem a sua Springfield. E essa foi a forma encontrado pelos autores para garantir que a crítica feita nos desenhos animados fosse ainda mais abrangente.
Mas, o povo americano não é o único alvo das sátiras de Groening e Brooks. O resto do mundo não lhes escapa. E a polémica, por vezes, acaba por surgir, sobretudo junto dos sectores mais conservadores. Um dos casos que mais tinta fez correr envolveu o Brasil, que num dos episódios foi retratado com macacos andando pelas ruas e muita violência. Os brasileiros não gostaram.
No total, desde a estreia, os Simpsons já contam com perto de 400 episódios e é a série animada com maior número de participações especiais. A série já ganhou vários prémios, incluindo 21 Emmys.
E, agora, para Julho próximo, está previsto o lançamento do filme "Os Simpsons", realizada por David Silverman, com argumento de Matt Groening e James L. Brooks.
Segundo a revista Newsweek, numa sequência do filme, e desafiado pelo pai para tal, Bart vai aparecer nu, lançando- se em cima do seu skate pelas ruas de Springfield, passa em frente da multidão nas ruas, pelo meio do tráfico, sempre a tentar esconder-se de quem o observa. Mas acaba revelando "as suas partes mais íntimas ao mundo inteiro".

sábado, 28 de abril de 2007

Knut

Chama-se Knut e é o primeiro filhote de urso polar, em 33 anos, que sobrevive no Zoo de Berlim.
Rejeitado pela mãe, é alimentado a biberão e tem actualmente 4 meses e 9 kg de peso.
Quando foi apresentado à imprensa, o urso conquistou a atenção das câmaras de todo o mundo e foi transformado em mascote oficial contra o aquecimento global, uma espécie de advertência sobre os perigos das mudanças climáticas e suas consequências, que atingirão diversas espécies, como os ursos polares.
Aos fins de semana, as visitas multiplicam- se e filas de centenas de metros são esperadas em frente à área do ursinho polar. Knut pode ser visitado todos os dias, de 11h às 13h, mas há muita pressa para conhecer a mascote, já que o animal cresce rapidamente.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Macau governado pelas suas gentes

A desfaçatez do deputado Fong Chi Keong chega a ser chocante pela forma como defende os interesses dos empresários locais.
Ontem, no plenário da Assembleia Legislativa efectuou uma nova intervenção onde criticou as associações pró-sindicais, acusando-as de protagonismo fácil e de apenas servirem para dar visibilidade aos seus dirigentes.
Para ele, as manifestações apenas servem para denegrir a imagem de Macau perante os turistas, prejudicando os comerciantes e a harmonia social!!
Adiantou, ainda, que o direito dos manifestantes é exercido às custas dos restantes cidadãos que gostariam de aproveitar o dia de folga, tendo apelado a que as pessoas não se manifestassem no próximo dia 1º de Maio.
De facto, para aquela data está prevista uma manifestação organizada por várias associações de trabalhadores, com desfile pelas artérias principais da cidade à semelhança do ocorrido no ano anterior (onde se verificaram confrontos físicos entre os manifestantes e as forças policiais, algo nunca visto em Macau, nomeadamente desde a transferência de soberania), como protesto contra a corrupção, a falta de fiscalização do emprego ilegal, a importação de mão-de-obra e pela reunificação familiar (sobre este último falarei em outro post).
Aquele deputado foi eleito pelo sufrágio directo, em nome da União Geral para o Bem- Querer de Macau e obteve nas últimas eleições para a Assembleia 8515 votos (6.82%).
Pelas intervenções que faz, parece que apenas quer o bem dele e dos outros empresários.
A desfaçatez das suas intervenções só se justificam pela existência de uma economia capitalista selvagem e desregrada, onde pontua a exploração de trabalhadores, sem direitos, e a discriminação.
De facto, a preocupação dos empresários locais é apenas uma: aumentar os seus lucros seja porque forma for.
E estes comportamentos só vêm, infelizmente, dar razão às associações mais radicais que começam a despontar de uma certa letargia e que pelo seu populismo e demagogia, facilmente conseguem ganhar as simpatias daqueles que não (ou pouco) aproveitam do actual crescimento económico que Macau atravessa.
Declarações destas só envergonham o local onde são feitas, sendo, ao mesmo tempo, características da mentalidade terceiro- mundista que por aqui impera.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

"Amigos"

As afirmações de António José Morais ao DN, publicadas na edição do passado domingo, contêm um conjunto de afirmações que dispensam qualquer comentário.
A seguir alguns pequenos extractos que ajudam a conhecer um pouco o perfil do antigo professor da UnI:

- " Não vigiou nenhum dos quatro exames correspondentes às quatro disciplinas que leccionou a José Sócrates?
Nenhum dos exames. O regente de uma cadeira, em geral, não vigia exames. Tem coisas mais importantes para fazer...";

- " Foi professor de Sócrates em quatro disciplinas diferentes. Essa acumulação é normal no ensino superior?
Absolutamente normal, tanto mais que, na altura, os alunos na UnI eram poucos e era necessário aproveitar os recursos. É preciso também não esquecer que Sócrates chega à UnI com 95% das disciplinas inerentes a uma licenciatura em Engenharia Civil efectuadas.";

- " O senhor inscreveu-se no PS na Covilhã; foi lá professor; morou no Fundão entre 89 e 91, quando Sócrates já era uma figura relevantíssima no PS do distrito. Como é possível que não o conhecesse?
Eu não fazia militância no PS. Inscrevi--me no PS da Covilhã porque um professor da UBI, que já está reformado, me convidou para integrar a comissão de honra no distrito da recandidatura presidencial do dr. Mário Soares [Janeiro de 1991]. Esse professor era opositor do deputado José Sócrates, estavam em listas opostas."

- "Mas quem era esse professor?
Era catedrático de Economia, já está reformado, agora não me recordo do nome dele. Entrei no PS em Janeiro de 1991 e penso que em Março já estava em Lisboa, por razões pessoais.";

- "E como é que foi a militância em Lisboa?
Em determinada altura começou a campanha para a eleição de uma nova comissão política concelhia em Lisboa. Apoiei a candidatura de Miguel Coelho. Comecei a frequentar as sessões dele e entre nós surgiu alguma empatia. Ele convidou-me para integrar o secretariado dele. José Sócrates apoiou Nuno Baltazar Mendes. Miguel Coelho não foi apoiado pelos notáveis do PS." ;

- "E aí onde é que entra Armando Vara?
Eu era uma referência do PS em Lisboa. Tínhamos acabado de ganhar a concelhia. Foi no Altis que fui apresentado a Armando Vara. Ele já estava no Governo."

- "Como é que se torna assessor dele e depois director do GEPI, nomeado por ele?
Em 1995 eu tinha uma carreira política. Toda a gente falava de mim. Eu era a estrela emergente do PS em Lisboa. Um putativo candidato a ministro e não a director-geral. É natural que Armando Vara, quando precisou de um engenheiro, se tenha lembrado de mim."

Perante "amigos" destes, para que precisa Sócrates de adversários?

O milagre da Rainha Santa Sócretina

Ia a Rainha Santa Sócretina na direcção de uma estação de televisão para distribuir mais umas quantas mentiras em forma de medidas de propaganda, na companhia na sua fiel Aia Mariana dos Olhos Lindos, quando inesperadamente lhe surge ao caminho o Rei D. Aníbal Silva e seus dois lacaios, Tony Borges e Ferreira Leite.
- Onde ides minha Rainha? Perguntou ele com voz doce.
- Meu Senhor, ia só dar uma volta com a minha aia pelos Jardins do nosso país.
- Vós sabeis, Sócretina, que o reino passa por grandes dificuldades e que o povo não anda satisfeito. Não podemos andar sempre a distribuir-lhes mentiras.
- Meu Senhor Aníbal, vós já me haveis avisado disso e eu nunca vos desobedeceria.
- Não, minha Rainha? É que o amor que o povo vos tem mostrado nas sondagens é muito estranho. Não andareis vós a enganar-me e a distribuir mentirinhas nas minhas costas?
- Não seria capaz disso, meu Senhor. Mentiu a Sócretina.
- Que levais então aí no vosso regaço?
Tudo parecia perdido. O seu regaço ia carregado de mentiras para distribuir pelo povo e só um milagre a poderia salvar. Sem saber o que fazer abriu os braços e lá de dentro, perante a surpresa de todos, caíram dezenas de diplomas.
- São diplomas, meu Senhor. São diplomas da Universidade Independente.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril de 2007

Foi a 25 de Abril de 1974 que um punhado de militares descontentes com a situação política e militar vivida no país se mobilizou, derrubando um regime caduco e totalitário.
O processo teve diversos escolhos.
Democratizar, alguns não queriam mas muitos outros lutaram por ela.
Descolonizar foi o que sabe e a vergonha que se vê (talvez a excepção seja Cabo Verde).
Desenvolver sim, claro, compare-se o país de hoje com o de há 33 anos e veja- se as diferenças.
Abril ainda por cumprir?
Se calhar.
A liberdade nunca é fácil de conquistar. E saber usá-la ainda é mais difícil.
Depois do 25A, houve alguns civis que tentaram aproveitar-se da liberdade, e dos militares, para tentar impor a ditadura que eles apreciavam noutras paragens.
Mesmo alguns dos militares, que fizeram o 25A, não queriam que nós hoje pudessemos dizer que não gostamos de cravos.
E eu não gosto de cravos...nem do vermelho ou do encarnado!
Mas gosto da liberdade de poder dizer que não gosto de cravos.
É por causa daqueles civis e daqueles militares que gostam de celebrar a data do 25A como se fosse deles, com um cravo vermelho na lapela, que eu não gosto de celebrar a data.
Esses não merecem celebrar o 25A.
Mas gosto de viver em liberdade e de votar e de criticar.
E este "post" só é possível por causa do 25A.

terça-feira, 24 de abril de 2007

A Prisa

Pina Moura foi convidado pela Prisa (grupo empresarial da área da comunicação próximo dos socialistas espanhóis, proprietários do "El Pais" e da rádio "Cadena SER") para presidir ao Conselho de Administração da Media Capital, proprietária da TVI.
E por isso, Pina Moura decidiu abandonar de vez o grupo parlamentar do PS. Não era sem tempo. Aliás, é dificil entender como se podia ser deputado da Nação e ao mesmo tempo dirigir e trabalhar para uma empresa de capital estrangeiro (a Iberdrola).
A acompanhá-lo na Administração vai estar José Lello, também do PS.
E logo surgiram críticas, nomedamente sobre o risco da independência futura da TVI estar em causa.
E não faltou quem comparasse a situação da Media Capital com o facto de Pinto Balsemão também ter um "império" na comunicação social e nem por isso a independência dos mesmos estar em causa, na medida em que Balsemão é militante fundador do PSD.
Pois....mas comparar o passado de Balsemão na comunicação social (o "Expresso" antes do 25Abril de 74 e mesmo durante o PREC, em 75, ou ainda o o comportamento da SIC quando Cavaco Silva era 1º-ministro) e o passado quer de Pina Moura, quer de Lello (basta recordar o que Lello disse recentemente sobre Ana Gomes a propósito dos voos da CIA) não será algo falacioso?

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O velho ciclo

Paulo Portas ganhou as directas no CDS-PP por larga maioria.
Confesso que simpatizo com a pessoa de Ribeiro e Castro, embora nada me aproxime dele em termos ideológicos (ou até desportivos, nomeadamente clubísticos...).
Tentar dirigir um partido político sem ser deputado, com a falta de visibilidade que tal acarreta, ter um grupo parlamentar em permanente guerrilha, fazer oposição a um partido com maioria absoluta na Assembleia da República e ter de lidar com uma oposição interna " sem rosto", da forma que Ribeiro e Castro o fez, merece todo o meu respeito.
O "assalto" ao poder protagonizado por Paulo Portas e seus seguidores foi plebiscitado pelos militantes do CDS-PP.Têm o líder que merecem.
Tal como na vida, também na política se devem cumprir as regras existentes (além de ética) . Os fins não justificam os meios.
Saberão os eleitores entender isso?


domingo, 22 de abril de 2007

O sexo dos portugueses

Fazem sexo duas vezes por semana, mas só 33% se diz satisfeito com a sua vida sexual.Gostavam de ter uma vida sexual mais activa.Eles e elas por igual.
Além do quarto, o carro e a casa de banho também lhes agrada, como local para fazer sexo. Já os aviões só são preferidos por 2%.
Já tiveram uma noite única com uma pessoa e dão as suas "facadinhas" na relação.
Quanto a fantasias, nada bate o sexo anal. À distância ficam o uso de lubrificante e o triângulo amoroso.
Estes dados podem ser retirados de um estudo da Durex, em 2005, onde é revelado que a fogosidade dos portugueses leva-os a fazer sexo 108 vezes por ano, o que dá uma média arredondada de 2 vezes por semana (os mais fogosos são os gregos com 164 vezes, os brasileiros ficam em segundo lugar com 145, enquanto os espanhóis se ficam pelas 104 vezes). Os menos fogosos são os japoneses com apenas 45 vezes por ano.
Mas os portugueses (eles e elas) gostavam de ter uma vida sexual mais activa (19%). Já no conjunto dos outros países, 41% dos homens que aspira a ter uma vida sexual mais activa, contra apenas 29% das mulheres.
Apesar de ocupar um honroso 18º lugar, num total de 41 países, apenas 33% dos portugueses se diz satisfeito com a sua vida sexual (a média dos países que participaram no estudo é de 44%, sendo que a taxa dos espanhóis é de 48%).
Quanto aos locais preferidos, além do quarto, 60% dos portugueses preferem o carro (para uma média do estudo de 50%) e a casa de banho, logo seguida da praia com 44% ( os gregos são os que mais preferem a praia com 57%). Outros locais citados são uma festa (39%), o parque ( 31%) e o local de trabalho (13%). Os aviões são escolhidos apenas por 2% (os islandeses são os campeões do sexo no ar com 6%).
Quanto a experiências diversas, 37% dos portugueses já tiveram uma noite única com uma pessoa (a média do estudo é de 44%) e a infidelidade foi confessada por 24% dos portugueses (a média do estudo é de 22%).
No que respeita a fantasias, o sexo anal bate o recorde das preferências com 44%, seguido do uso de lubrificante (com 29%) e o triângulo amoroso (com 12%).

sábado, 21 de abril de 2007

"Largos dias tem cem anos"


São 25 anos à frente de um clube. O balanço desses anos já foram feitos por outros. E envolvem vitórias, muitas vitórias, confrontos, derrotas, algumas derrotas, corrupção, poesia, sarcasmo, amores e desamores, polémica, a paixão de muitos e o ódio de muitos mais.



sexta-feira, 20 de abril de 2007

Camaradas

É bonito ver camaradas a defenderem-se.
Refiro-me ao jantar comemorativo do 34º aniversário do PS, onde o dr. Soares zurziu na direita, pelos ataques a José Sócrates, chegando a compará-los à campanha (cabala?) movida contra o anterior secretário- geral do PS, Ferro Rodrigues.
Mas deve ser a confusão, provocada pela idade avançada, que levam o dr. Soares a fazer tais críticas e a prestar- se a tal papel ( no dia anterior já tinha sido o dr. Coelho a "bater" no dr. Marques Mendes).
Mas o dr. Soares já se esqueceu do seu passado de ataques pessoais aos adversários, estilo "vale tudo". Por vezes resultou!
Mas se recuarmos no tempo, nunca se ouviu dele uma palavra de solidariedade contra a campanha que o jornal comunista "O Diário" (entretanto extinto) conduziu, a partir de 1979, contra o então primeiro- ministro Sá Carneiro, a propósito de uma pretensa dívida a um banco (que mais tarde se provou não existir).
Recordo, ainda, os seus ataques pessoais a Sá Carneiro, que vivia em união de facto com Snu Abecassis, aproveitando a campanha eleitoral de 1980 para denunciar, hipocritamente, tal "infâmia" social. Ou então, anos mais tarde, a campanha vil e pessoal que moveu a Freitas do Amaral durante a campanha presidencial de 1985.
Ou então, o seu segundo mandato presidencial, onde se substituiu ao líder da oposição (do seu próprio partido) e fez ele a oposição que entendia dever fazer- se ao primeiro- ministro.
A bem de Portugal? Não, dele próprio.
Por vezes, o silêncio é a melhor atitude, mas o dr. Soares não consegue resistir às luzes dos holofotes e a ser a atenção do mundo.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Credibilidade

As notícias sobre a Universidade Independente (UnI) são uma vergonha para o ensino superior privado e para o Estado português. Para o ensino superior privado porque é uma mancha, difícil de fazer desaparecer, reveladora até que ponto o único objectivo desta gente foi e é o lucro fácil, menosprezando qualquer valor pedagógico e desse modo, defraudando as legítimas expectativas de quem o frequenta de boa- fé.
Para o Estado português porque se demitiu da sua obrigação de fiscalizar de forma adequada o seu funcionamento.
A conferência de imprensa de ontem, dos responsáveis da UnI, mais se assemelhou a uma farsa.
Quanto ao processo de José Sócrates, a minha convicção é que se "aproveitou" das facilidades que lhe foram proporcionadas pela UnI, fruto do laxismo reinante.
Os pormenores que vão sendo conhecidos reforça essa convição: o processo de equivalências de Sócrates foi proposto por um colega do Governo ( de então), que por acaso foi o seu professor em 4 das 5 cadeiras que Sócrates concluiu na UnI, as pautas sem data, os trabalhos feitos em casa, entregues a quem não é o professor da cadeira, que o avalia, acompanhado por um cartão de cortesia que por acaso não é pessoal mas sim da Secretaria de Estado, um curso concluído ao domingo, um certificado de licenciatura emitido antes desta estar concluida.
São demasiados factos contorversos que retratam uma situação de claro favorecimento, "convenientemente" aproveitada pelo beneficiário. Se conjugarmos isso com os seus tiques de autoritarismo fica- se com o retrato do "homem de Estado", "corajoso" e "determinado" que governa Portugal com rigor e seriedade.E a credibilidade?

quarta-feira, 18 de abril de 2007

A mulher de César

Em Macau, a escassez do território faz com que qualquer questão relacionada com terras esteja invariavelmente envolvida em polémica. E nem a sucessiva conquista de mais terra ao mar através da construção de novos aterros atenua o problema.
O crescimento (diferente de desenvolvimento..) económico que a RAEM atravessa e o voraz ritmo de contrução a que se assiste nos últimos anos, em consequência da liberalização do jogo e a entrada no mercado local das novas operadoras tornam a questão das terras num assunto ainda mais premente.
Tudo isto a propósito de mais uma notícia que envolve a concessão de um terreno, sem concurso público, na zona do COTAI a uma operadora de jogo, a preços dez vezes inferior ao preço de mercado.
Interpelado por um deputado, o Executivo local, em resposta, "refugiou-se" nos termos do contrato de concessão do jogo, omitindo os valores envolvidos no negócio.
É verdade que não conheço o clausulado do contrato de concessão celebrado entre o Executivo e a operadora e que nos casos de projectos destinados a turismo, hotelaria e jogo a lei não obriga a concurso público.
Mas isso não impede que se estranhe o facto do Executivo se manter debaixo do "manto diáfano" actual e ainda não ter procedido à alteração legislativa das regras respeitantes à concessão de terras, de forma a torná-las mais claras e transparentes e desse modo, evitar os permanentes rumores e especulações que sempre envolvem este assunto.
À mulher de César não basta ser séria, certo?

terça-feira, 17 de abril de 2007

Massacre

O balanço do número de vítimas do ataque, aparentemente perpetrado por um único homem, à Universidade de Virginia Tech, nos EUA, é até agora de 33 mortos (incluindo o atirador) e 26 feridos, na sua maioria estudantes.
Na próxima quinta-feira, passam-se oito anos sobre outro tiroteio que abalou os norte-americanos. A 19 de Abril de 1999, no Liceu de Columbine, em Littleton, no estado norte-americano do Colorado, dois estudantes mataram a tiro 12 dos seus colegas e um professor, antes de cometerem suicídio. O incidente ficou conhecido como o "massacre de Columbine".
Há meio ano, cinco jovens foram mortos numa escola amish na Pensilvânia.
Tal como então, a sociedade norte- americana volta a ser sacudida pelo debate em torno da facilidade no acesso às armas de fogo e da cultura de violência.
Apesar de sucessivos revezes legislativos ao longo dos anos e poucos avanços, nos EUA existem várias organizações que lutam no sentido de um maior controlo na venda e armas de fogo, nomeadamente:
- a "Coalition to Stop Gun Violence", grupo não partidário de 45 organizações que representa 100.000 membros, fundada em 1974, com o objectivo de banir a venda de armas de fogo e reforçar a legislação sobre o controlo de venda de armas nos EUA;
- o "Brady Center To Prevent Gun Violence", assim chamado desde 2001, em homenagem a Sarah e Jim Brady (porta- voz de Ronald Reagan, gravemente ferido aquando do atentado contra este antigo Presidente norte- americano, em Março de 1981) foi criado em 1974, originalmente designado "National Council to Control Handguns", por Mark Borinsky, vítima da violência de armas de fogo. Tem como objectivo a luta pela prevenção da violência provocada por armas de fogo;
- a "Orange County Citizens for the Prevention of Gun Violence" é uma organização não-governamental fundada, em 1995, por Charles e Mary Leigh Blek, em memória do seu filho Matthew, de 21 anos, assassinado em consequência de um assalto, ao qual não ofereceu resistência, com uma arma fabricada em Orange County, a sua cidade natal, e tem por objectivo a educação como prevenção para banir a violência provocada por armas de fogo.
Nos EUA morrem 15 crianças por dia, vítimas da violência praticada com armas, e 40% dos lares norte- americanos com crianças possuem armas.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Queremos sempre mais

"Ninguém nos pode apontar nada, damos tudo em campo, as pessoas têm de estar satisfeitas pelo que temos feito. É óbvio que queremos sempre mais (...)", afirmou em conferência de imprensa o capitão do SLBenfica.
Pois querem....depois do afastamento da Taça de Portugal e das competições da Taça UEFA, o que se vai seguir?O 2º lugar do campeonato?

Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo prolongou o seu vínculo até 2012 com o Manchester United. O futebolista português, de 22 anos, receberá 9,1 milhões de euros por ano, segundo a imprensa londrina. A confirmar-se este valor, vai facturar mais de mil euros por hora, uma "diária" de 25 mil euros, 175 mil euros por semana, 9,1 milhões de euros anuais e 45,53 milhões de euros ao longo de cinco anos.
O "manager" do clube, Alex Ferguson, exultou com a renovação do contrato: “É uma notícia fantástica, que se deve ao facto de Cristiano se sentir bem aqui e de estar no clube certo. Tem uma relação excelente com os companheiros, equipa técnica, dirigentes e adeptos e continuará a evoluir para se tornar um dos grandes jogadores da história do Manchester United.”
Cristiano Ronaldo atravessa um excelente momento de forma e é considerado favorito à conquista do prémio “Melhor futebolista do ano de Inglaterra”, que será anunciado no próximo mês, quando termina a Premier League. Em Agosto de 2003, o jovem da Madeira foi transferido do Sporting para o United por pouco mais de 12 milhões de libras (perto de 18 milhões de euros ao câmbio actual).

domingo, 15 de abril de 2007

"Dois Quartos"

Para os apreciadores de música brasileira, Ana Carolina editou recentemente o duplo "Dois Quartos", passados 3 anos desde o último CD, "Estampado".
São 24 faixas, o que somando os dois “lados”, torna o álbum algo cansativo e demasiado longo.
Ana Carolina poderia, facilmente, ter condensado o repertório, concentrando-o num só ( óptimo) disco.
O assunto sexo, aliás, nunca foi tão explorado pela cantora. Nas músicas "Eu Comi a Madona" e "1.100,00 (Nega Marrenta)", do CD 1, e "Homens e Mulheres", do CD 2, ela expõe a sua sexualidade de forma aberta e sem rodeios.
Seja como for, os melhores momentos do disco estão nas baladas românticas, algumas muito inspiradas. E, se estas estivessem reunidas em apenas um, seria mais fácil encontrá-las e custaria menos apreciar cada uma delas.
"Ruas de Outono" (Gal Costa já gravou uma nova versão), "Milhares de sambas", "Aqui", "Um edificio no meio do mundo", "Claridades", "Eu não paro", "Rosas" ou "Tolerância" são canções para ouvir muito.
O disco é difícil ( se não mesmo impossível) de encontrar aqui pela Ásia (não existe na "catedral" da música em HK, na HMV) mas existe sempre uma "Amazon" à distância de um computador.

sábado, 14 de abril de 2007

Justiça

O pretexto é a história que segue: o jornal "Público" noticiou em Fevereiro de 2001 que o Sporting tinha desde 1996 uma dívida de 460 mil contos que estava fora do Plano Mateus. O Sporting negou a dívida e disse que tinha em dia as prestações da dívida de 840 mil contos, negociada com o fisco ( o clube continua a negar a veracidade da noticia, ver
A 4 de Abril de 2001, o Sporting avançou com um pedido de indemnização cível contra o "Público", o director deste jornal, José Manuel Fernandes, e os jornalistas João Ramos de Almeida, José Mateus e António Arnaldo Mesquita, em que exigia ser ressarcido em cem mil contos.
No dia 15 de Abril de 2005 foi proferida a decisão na 12.ª Vara Cível de Lisboa que absolveu o jornal e os jornalistas. Na sentença é afirmado que os réus “cumpriram com o dever de informação” ao publicarem a notícia.
Em Setembro de 2006, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão da primeira instância.
No entanto, após novo recurso, o Supremo veio agora contrariar as duas decisões anteriores.
No Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), pode ler- se que “atendendo à ênfase que a Declaração Universal dos Direitos do Homem dá ao direito à honra e à reputação, expressando que ninguém sofrerá ataques em relação a ela, no confronto com a menor ênfase dada ao direito de expressão e de informação, a ideia que resulta é a de que o último é limitado pelo primeiro”.
Lê-se, ainda no acórdão de 8 de Março, subscrito pelos conselheiros Salvador da Costa, Ferreira de Sousa e Armindo Luís que “é irrelevante que o facto divulgado seja ou não verídico para que se verifique a ilicitude a que se reporta este normativo, desde que, dada a sua estrutura e circunstancialismo envolvente, seja susceptível de afectar o seu crédito ou a reputação do visado”.
Assim, os conselheiros concluíram que os jornalistas agiram de “modo censurável do ponto de vista ético-jurídico”, com a “publicação ilícita e culposa da notícia”, entendendo que o direito à honra se sobrepõe ao dever de informar.
Entenderam os conselheiros que “não havia em concreto interesse público na divulgação do que foi divulgado”, situação que ofendeu o “crédito e o bom-nome do clube de futebol, que disputa a liderança da primeira liga”.
O Sporting pedia uma indemnização de cerca de 500 mil euros, mas os juízes determinaram um sétimo do valor pretendido: 75 mil euros por danos não patrimoniais.
O que me parece grave nesta história é o STJ considerar a ilicitude da publicação da noticia independentemente de apurar se o teor da noticia publicada é verdadeiro ou não.
Será que a generalização desta posição não poderá vir ter consequências graves?
Por vezes questiono-me sobre as intenções de certos intervenientes do poder judicial depois de assistir à intromissão dos tribunais nas decisões políticas (por via do recurso ao expediente das providências cautelares). Será meramente por razões de justiça?

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Declaração Conjunta

Foi a 13 de Abril de 1987 que Portugal e a República Popular da China (RPC), através dos respectivos primeiro- ministros de então, Cavaco Silva e Zhao Ziyang, assinaram o documento, que passou para a história conhecido como "Declaração Conjunta".
Esse documento estabelecia, entre outros, a transferência de soberania de Macau para a RPC, a partir de 20 de Dezembro de 1999, e a constituição da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Exactamente um ano mais tarde, a Primeira Sessão da 7ª Legislatura da Assembleia Popular Nacional deliberou a criação da Comissão de Redacção da Lei Básica da RAEM, lei de características constitucionais, aprovada a 31 de Outubro pela Primeira Sessão da 8ª Legislatura da Assembleia Popular Nacional, para entrar em vigor aquando da data da transferência de soberania, como lei fundamental da RAEM e pedra basilar do seu sistema jurídico.
A importância histórica deste acordo resulta do facto de ele dar início a um processo que iria pôr termo, por meios pacíficos, a 486 anos de presença portuguesa e permitir a aplicação prática do princípio "um país, dois sistemas" (à semelhança de Hong Kong) tão querido aos dirigentes chineses de então ( e de agora...).
Apesar de oficialmente se atribuir à dita "Declaração Conjunta" a importância que lhe é devida ( mereceu declaração por escrito do Chefe do Executivo à agência Lusa, esta semana em viagem oficial, a estreitar os laços entre a RAEM, a Tailândia, a Malásia e Singapura) desconheço se a imprensa em língua chinesa se lembrou hoje desta data.
Do lado da imprensa em português, claro que o facto foi notícia e até ouviram uns especialistas sobre a matéria, que na RAEM e, entre a comunidade lusa local, existem ao desbarato. Aliás, esta deve ser a zona no mundo onde devem existir mais especialistas (sobre as mais diversas matérias) por metro quadrado ( não esquecendo os qualificados juristas importados da nossa mãe- pátria e os locais).
Sobre o " sucesso" da RAEM, tenho umas ideias que irei desenvolver noutra(s) oportunidade(s).As aspas da palavra sucesso não estão lá por acaso. A perspectiva é de um português, europeu e ocidental, claro. Para quem as ditas especifidades locais mais não são do que peneiras para tapar os olhos de quem não quer ver.
Mas se o "sucesso" significa apenas dinheiro, então eu tiro as aspas...
Parabéns à "Declaração" pelo seu aniversário.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

As mensagens de Cavaco

E eis que, em menos de 48 horas, surge uma nova "mensagem" do Presidente, agora em jeito de convite aos partidos políticos para repensarem a sua posição sobre o referendo ao Tratado Constitucional Europeu.
Apesar de conhecida a sua posição (pouco favorável) sobre os referendos, a verdade é que Cavaco Silva defendeu, num passado recente, a necessidade de cumprir os compromissos que esses mesmos partidos tinham assumido publicamente sobre essa matéria, nunca tendo expresso a opinião que o Tratado deveria ser ratificado pelo Parlamento.
Daí que seja de estranhar esta "inflexão"! Ou será que se trata de mais uma mensagem placebo do Presidente (adjectivação de Paulo Gorjão em Bloguítica, sobre a mensagem de Cavaco que acompanhou a promulgação da lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, "placebo", de origem latina placere, agradar, respeita a um medicamento ministrado com fins de sugestivos ou orais que pode aliviar padecimentos unicamente pela fé que o doente tem nos seus poderes).
O PS, que incluiu a realização do referendo no programa com que venceu as útimas eleições legislativas, parece estar já disposto a esquecer mais uma promessa eleitoral, mas o PSD, pelas declarações do seu líder parlamentar reafirmou a posição do compromisso eleitoral do partido de realizar o referendo. À semelhança do que defendem a CDU e o BE. Não conheço se Paulo Portas já se pronunciou sobre o assunto....
Parece que Luis Filipe Menezes também não se pronunciou sobre o assunto!! Aliás, esta semana ainda não anunciou a sua candidatura à liderança do PSD!! Estará de férias?
Nunca entendi a razão porque se defendeu a ratificação do Tratado através de referendo, mecanismo de participação cívica para o qual os portugueses manifestam muito pouco interesse, como revelam as participações nos já realizados e quando a nossa adesão foi ratificada pela Assembleia da República.
Mais, não me parece que uma campanha eleitoral seja a melhor forma de discutir os assuntos europeus, apesar de reconhecer o déficit de discussão sobre esses temas.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Esmeralda

"Parir é dor, criar é amor".
E, se dúvidas houvesse, a saga vivida pelo casal Adelina+Luis e que envolve a FILHA que pretendem seja sua de direito dá ainda mais sentido àquelas palavras.
Ninguém sai bem deste caso, mas é dificil não admirar a luta deste casal.
Depois das decisões judiciais incompreensíveis, da separação do casal, da fuga da mulher e da prisão do sargento, propõem- se agora iniciar os contactos regulares da criança com os pais biológicos, até à sua futura entrega ao pai biológico, pois a guarda da criança que agora conseguiram é meramente provisória (embora seja a primeira vez que a guarda da criança pelo casal Adelina+Luis está juridicamente tutelada).
As embrulhadas jurídicas deste caso, as decisões judiciais aligeiradas (sobre a atribuição do poder paternal) e a demissão das suas funções por parte das autoridades policiais ( ainda ninguém explicou como é possível que alguém consiga estar fugido, juntamente com uma criança, tantos meses e as autoridades não saibam do seu paradeiro ou alguém sobre quem impende um mandato judicial consiga ir a um hospital público e não ser detida, se até fotográfos lá estavam) tornam este caso paradigmático, nomeadamente dos riscos (emocionais e não só) que os adoptantes em Portugal tantas vezes correm.
O desconhecimento da legislação e a falta de formação especializada e insensibilidade de certos magistrados é chocante (terceiro mundista?) num país onde as notícias sobre casos de pedofilia e maus- tratos infantis são tão recorrentes e perturbantes. Será possível conjugar o Direito e os afectos?

terça-feira, 10 de abril de 2007

"Silêncio do inocente"

O silêncio de José Sócrates não parece ser a resposta mais adequada às especulações jornalísticas e às desconfianças instaladas na opinião pública a propósito do controverso processo da sua licenciatura.
Aliás, ainda hoje a TSF online divulga uma notícia acerca de um estudo segundo o qual não houve qualquer diplomado no curso de Sócrates em 1996 pela Universidade Independente (UnI), o que contraria os documentos apresentados como fazendo prova da licenciatura do actual primeiro-ministro.
Segundo este estudo elaborado em 2004 pelo Observatório da Ciência e Ensino Superior, citado pelo jornal «Público», «só se licenciaram na UnI, no ano de 1996, alunos dos cursos de Ciências da Comunicação (67) e de Relações Internacionais (25)».O levantamento estatístico Diplomados (1993/2003) acrescenta que os primeiros sete diplomados em Engenharia Civil «só surgem 1997/98», um número que, segundo o diário, «coincide» com um apresentado num relatório de avaliação externa do curso de Engenharia Civil da UnI, «elaborado por uma comissão independente».Contactado pelo «Público», o gabinete do ministro do Ensino Superior fez notar que este relatório não inclui «para qualquer dos cursos, os alunos que, tendo ingressado por transferência, tenham concluído a licenciatura através de um plano de estudos fixado na sequência de um processo de equivalência».
Contudo, segundo o «Público», este critério não está explicado no relatório, referindo que na introdução do documento, onde se explica o âmbito do estudo, concretiza-se que as estatísticas se referem «ao grau de licenciado, obtido através de diferentes percursos académicos».

segunda-feira, 9 de abril de 2007

A descoberta

A Austrália foi descoberta pelos portugueses, e não pelos holandeses ou britânicos, de acordo com um novo livro.
O livro Beyond Capricorn (Além de Capricórnio, tradução literal), do pesquisador Peter Trickett, foi lançado o mês passado pela editora australiana East Street Publications.
Segundo a obra, um explorador português, que liderava uma frota de quatro navios, entrou na Baía de Botany, no que hoje é a Austrália, no ano de 1522.
A data é quase cem anos antes da passagem dos holandeses e 250 anos antes da chegada do britânico Capitão Cook, que reivindicou a Austrália como propriedade da Grã-Bretanha em 1770 na mesma baía.

De acordo com o pesquisador, a prova do que afirma estaria em mapas marítimos encontrados num baú de uma biblioteca de Los Angeles, nos Estados Unidos. Os mapas, desenhados à mão, descobertos pelo autor Peter Trickett, mostram mais de cem locais nas costas da Austrália e da Nova Zelândia, com nomes em português.
Segundo Trickett, "isso pode ser um choque para os anglófilos, mas as evidências nos mapas não deixam nenhuma dúvida de que os portugueses navegaram na baía de Botany e a representaram graficamente 250 anos antes da chegada de Cook no seu (navio) Endeavour", acrescentando que "os portugueses, provavelmente, estiveram lá em Dezembro de 1522. O seu mapa da baía de Botany foi incrivelmente preciso. Todos os detalhes da baía são mostrados".
De acordo com o livro, a descoberta não foi por acaso, mas, sim, o resultado da expedição de quatro navios ordenada pelo rei português D.Manuel I. As descobertas teriam sido mantidas em segredo por causa da "paranóia de Portugal com a ameaça de seu rival maior e mais poderoso, a Espanha".

"Qualquer tentativa de divulgar esses segredos de Estado era um crime punido com a pena de morte", explicou Tricket. O Atlas Vallard, que contém os mapas, foi compilado pela primeira vez em 1547, na França, usando gráficos portugueses. A obra foi mantida em residências de aristocratas franceses e, posteriormente, britânicos, antes de ser comprada pelo magnata americano Henry Huntington e adicionada à biblioteca criada por ele em Los Angeles.