segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O congresso do PCC

No Grande Palácio do Povo, em Pequim, arrancou hoje o XVIIº Congresso Nacional do Partido Comunista da China.
Num país onde a transparência não existe (o congresso começa hoje mas não se sabe quando termina...) e o partido comunista tudo controla e dirige, a importância deste evento, que se realiza ordinariamente, de 5 em 5 anos, é de grande relevância, tanto mais que foi precedido, nos últimos meses, das habituais movimentações de bastidores que tinham como objectivo consolidar a liderança de Hu Jintao.
Não havendo surpresas, e tudo terá sido preparado para que estas não ocorram, Hu verá reforçada a sua liderança no partido e no governo, quer colocando gente da sua confiança nos lugares de topo, quer pela marca pessoal que pretende incluir no programa do partido, o "conceito científico de desenvolvimento".
Conceito que incorpora as ideias de maior respeito pelo ambiente e menor corrupção.

Mas enquanto o crescimento económico (é difícil falar em desenvolvimento...) prosseguir e a população continuar a ver os seus rendimentos aumentar (principalmente nas cidades) e a repressão não abrandar, o partido continuará firme a dirigir o Estado, sem reformas políticas, sem abertura e sem oposição.
E, como tal, torna-se tarefa hercúlea tentar expurgar a corrupção de uma organização que ocupa o poder há mais de 50 anos.
Porém, a tarefa de Hu, apoiado pelo 1º Ministro Wen Jiabao, não se encontra facilitada pois a economia chinesa permanece "super-aquecida", tendo aparentemente falhado as medidas macro-económicas e de correcção das disparidades sociais tomadas pelo Governo.
É que as reformas económicas empreendidas há quase 30 anos por Deng Xiaoping continuam a provocar muitas divisões dentro do partido.
Daí a necessidade de Hu focar as suas preocupações no reforço da unidade interna do partido e no combate às recentes propostas dos principais partidos de Taiwan que pretendem submeter a referendo a entrada da ilha rebelde nas Nações Unidas.