segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Águas escuras

As notícias que envolvem os negócios de "outsourcing" de guerra no Iraque são, no mínimo, inacreditáveis.
Embora considerados incertos, os media norte-americanos revelam que devem estar no Iraque cerca de 180 empresas por contrato com os militares.
E, neste momento, existem naquele país do Médio Oriente, mais funcionários destas empresas que soldados norte- americanos (180 mil e 160 mil, respectivamente).
Esses funcionários cumprem tarefas tão variadas como lavar a roupa suja e cozinhar, embora cerca de 50.000 possam ser comandos, normalmente ex-militares, como os da Blackwater, contratados para proteger pessoas e bens e até para interrogar prisioneiros.
Só uma minoria será de cidadãos norte-americanos: há iraquianos, filipinos, chilenos, britânicos, entre várias outras nacionalidades.
A Blackwater é considerada especialmente problemática.
E a visibilidade internacional que estes negócios de outsourcing passaram a ter foi causada pela actuação (criminosa?) de funcionários da Blackwater.
De facto, as empresas contratadas são um dos aspectos mais visíveis e odiados da presença americana no Iraque e são confundidos com os próprios militares norte-americanos pela população local.
A actividade destas empresas privadas não estava enquadrada legalmente até esta semana, quando a Câmara dos Representantes aprovou legislação que poderá permitir que todos os trabalhadores das empresas de segurança privadas possam responder por abusos ou crimes em tribunais norte-americanos, pois a justiça iraquiana não tem qualquer jurisdição sobre eles.
Mas, esta legislação ainda terá que passar pelo crivo do Presidente Bush que a poderá vetar.
E, são publicamente assumidas as conexões da Administração Bush com alguns dos propríetários destas empresas de privadas, nomeadamente da Blackwater.