quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Chissano- herói africano

Joaquim Chissano, antigo presidente de Moçambique, venceu o prémio de Boa Governação, atribuído pela Fundação Mo Ibrahim, no valor de 5 milhões de dólares.
Kofi Annan, ex- secretário-geral da ONU, e presidente do júri que atribuiu o prémio, justificou a decisão pelo "papel de Chissano na conquista da paz, da reconciliação e do progresso económico em Moçambique".
Criado em 2006, o "maior prémio do mundo", segundo a organização, destina-se a antigo líderes da África subsariana que tenham deixado o poder de forma voluntária. Em comunicado, o júri saudou a decisão de Chissano "de não lutar por um terceiro mandato" apesar de tal estar previsto na Constituição e sublinhou a "força de carácter" de um homem que "demonstrou que o processo democrático é mais importante do que as personalidades".
Annan referiu, ainda, o facto de Moçambique ser uma "história de sucesso em África".
Chissano conseguiu terminar a guerra civil que destruía o país, reconciliou-se com a RENAMO, venceu duas eleições consideradas limpas e retirou-se voluntariamente do poder.
Moçambique tem, ainda, um longo caminho a percorrer, mas está definitivamente no bom caminho e Chissano é um exemplo para outros líderes africanos, como o seu vizinho Mugabe no Zimbabwe ou até o presidente do Gabão, no poder desde 1967.