Era uma vez, um cargueiro que afundou em 1992.Com o decorrer do tempo, os respectivos contentores foram-se deteriorando: até que largaram o seu conteúdo em pleno Oceano Pacífico: 29 mil patinhos de borracha, amarelos, de fabrico chinês.
Numa primeira fase, os patinhos navegaram em direcção ao Alasca, para Norte, mas uma parte deles aproveitou a boleia das correntes e circulou pelo litoral da Austrália e da Indonésia.
Outra parte não chegou a dar à costa na zona tropical e desceu até à América do Sul, junto da costa chilena.O percurso mais longo e demorado foi, no entanto, assinalado nas águas do Árctico. Eles conseguiram atravessar o Estreito de Bering, passando entre o Alasca e a Rússia.
Muitos deles ficaram aí congelados ou em deriva lenta, devido ao gelo. Essa aventura polar começou em 1995.
Só em 2000 os primeiros exemplares foram assinalados no Atlântico Norte, perto da Gronelândia. Daí fizeram a sua migração para as costas do Canadá e Estados Unidos.
Os restantes tiveram a sorte de entrar em águas mais amenas, a corrente quente do Golfo. O rumo foi, então, rectificado para Norte e invertido em direcção à Europa.
Depois de uma viagem de 27 mil quilómetros, são esperados exemplares destes brinquedos nas costas da Irlanda e nas praias do Sudoeste de Inglaterra.
Os climatologistas estão interessados na análise dos vários rumos que a carga tomou, uma vez que eles ilustram as correntes oceânicas que influenciam temperaturas e regimes de chuvas nos continentes.
A recolha dos patinhos, desde 2000, revela que estes perderam a cor amarela pelo efeito do sol e devido ao contacto com a água salgada.
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