O Parlamento turco aprovou por larga maioria uma alteração constitucional que permite o uso do véu islâmico nas universidades do país.
Esta alteração provocou um intenso debate na Turquia, maioritariamente muçulmano, mas que, ao mesmo tempo, quer dividir as águas entre religião e Estado, contando para isso com o apoio das elites militares, da justiça e do ensino (onde os símbolos religiosos continuam proibidos, com a excepção ora aberta).
A alteração constitucional aprovada representa um (grande) passo atrás por parte da Turquia fundada em 1920 num sistema laicista, por Kemal Ataturk, e que pretende aderir à União Europeia.
Espaço onde uma Turquia laicista e sem véu islâmico devia ter lugar, lado a lado com as outras grandes nações europeias.
Porém, a aprovação desta alteração constitucional significa uma diminuição da laicização do Estado turco.
Ou não fosse o véu islâmico mais do que um símbolo da opressão religiosa exercida sobre as mulheres e não um sinal de liberdade dessas mesmas mulheres.
E tudo isto é incompatível com os valores e os princípios da União Europeia.
Basta de o Ocidente querer ser tolerante para com a intolerância.
