terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Causa perdida?

Reinado+Ramos-Horta+Xanana
Se dúvidas houvesse, os recentes tiroteios ocorridos em Timor-Leste voltaram a recordar-nos a fragilidade do Estado (?) timorense.
É verdade que as estruturas de um Estado não se consolidam em poucos anos, para mais quando os colonizadores portugueses nunca se preocuparam (e mais tarde não tiveram oportunidade) para criar infraestruturas e condições de sustentabilidade de um futuro Estado.
Mas, desde a declaração de independência, os timorenses não demonstram qualquer evolução na construção do seu Estado.
Os trágicos acontecimentos recentes são disso reveladores:
-A residência do Presidente Ramos- Horta é atacada antes das 06:15.
-Os atacantes não encontram o Presidente que está no exterior da residência a fazer jogging.
-Às 06:15 é morto o líder dos atacantes, Major Reinado, pela escolta presidencial.
-Pelas 07:00 o Presidente é atingido a tiro quando se aproxima da sua residência.
-Só nessa altura, a Polícia local e das Nações Unidas são alertadas para a ocorrência dos tiroteios.
-A essa hora é chamada a GNR que chega ao local 15 minutos depois.
-Às 07:10 é chamada uma ambulância.
-Às 07:13, o próprio Presidente telefona à Chefe do Gabinete pedindo ajuda por se encontrar ferido.
Todos estes factos revelam, antes de mais, a mais perfeita incompetência de quem deveria assegurar a defesa do Chefe daquele Estado.
Mas toda esta situação suscita outras questões e dúvidas.
Porque razão o Major Reinado atacou Ramos-Horta e Xanana, quando, aparentemente, terá sempre beneficiado da sua protecção?
Ter-se-à "cansado" de ser um joguete de ambos na queda de Alkatiri?
E qual o papel de Alkatiri e da FRETILIN?
E da Austrália?
Porque razão, os problemas dos peticionários continua por resolver?
O Estado de Timor-Leste e os seus dirigentes fazem lembrar certos adolescentes que apesar de atingirem a maioridade continuam a ser imaturos, irrascíveis, impulsivos, irresponsáveis e a revelar a mais completa impreparação para assumirem o próprio destino em mãos.
Nunca na nossa história recente, Portugal se empenhou tanto por uma causa, como pela causa de Timor-Leste e dos timorenses.
A última vez que Portugal se empolgou por uma causa, foi por Timor-Leste e pelos timorenses.
Cada vez que os timorenses falham, parece que Portugal também falha.
Será que os portugueses se andaram a bater por uma causa perdida?