sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Por Alcochete

A decisão preliminar do Governo Sócrates de escolher Alcochete, por razões técnicas e financeiras, para a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa, é de louvar, uma vez que essa solução parece ser a mais adequada aos interesses do país.
A decisão governamental fundamenta-se no estudo encomendado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), documento que indica Alcochete como "globalmente mais favorável" que a OTA, efectuado na sequência de um outro estudo, patrocinado pela Confederação da Indústria Portuguesa, sobre Alcochete.
Mas, a decisão apenas se tornará definitiva, depois de concluído um estudo de avaliação ambiental estratégico.
A decisão agora tornada pública, mais do que um recuo do Governo, coloca numa posição politicamente insustentável o Ministro Mário Lino (o Sr. "Jamé"), depois da defesa (e dos termos utilizados) que este fez da opção OTA, sendo claramente insuficiente o mea culpa que já fez.
Duas notas finais: como foi possível que sucessivos governos e governantes (incluindo os actuais) nunca tenham pensado em alternativas para a construção do aeroporto, sempre se insistindo na OTA, como a única possível, tendo a opção Alcochete (e o seu estudo de viabilidade) surgido apenas por iniciativa de uma entidade privada?
Cavaco Silva esteve muito bem em todo este processo, revelando a ponderação, cautela e equilíbrio que o Governo nunca soube ou quis revelar, criando, simultaneamente, condições políticas para que este mesmo Governo pudesse recuar numa decisão que teimosamente persistia em querer manter.