sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sampaio e as prendas de Natal

As declarações prestadas pelo ex- Presidente Jorge Sampaio à saída  do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, onde se deslocou para defender o amigo José Penedos, no processo "Face Oculta", são de pasmar.
Recordemos: "As prendas de Natal não cabiam em três salas. Era sempre a mesma coisa, mas, para mim, era absolutamente indiferente quem me estava a dar a prenda. (...) Nunca comprei uma caneta ou um relógio, mas nunca me senti minorado na minha honestidade por causa disso." 
Claro que não se põe em causa a honestidade de Sampaio.
Nem tão pouco, que ele alterou decisões pelo facto de ter recebido as prendas.
E devolvê-las, poderia ser entendido como descortesia (pelo menos no nosso meio civilizacional).
Mas o que aquelas declarações revelam é a ligeireza de quem ocupa cargos públicos encara o exercício desses mesmos cargos. 
O mesmo se diga para os médicos e as prendas/ ofertas das farmacêuticas.
À mulher de César, não basta parecer!