quarta-feira, 19 de março de 2008

A memória da Sho´ah

"Agradeço-vos terem autorizado que me dirija à Knesset. É uma grande honra para mim".
Estas foram as primeiras palavras que Angela Merkel proferiu, em hebraico, no Parlamento israelita, no decurso da visita que a chanceler alemã está a efectuar a Istrael.
Momento carregado de simbolismo, pois foi a primeira vez que um governante germânico se dirigiu aos deputados israelitas, mais de 60 anos depois do Holocausto.
O resto do discurso foi proferido em alemão, circunstância que Merkel também agradeceu.
Como seria de esperar, a presença de Merkel no Knesset não foi pacífica (alguns deputados israelitas estiveram ausentes), apesar de já ter passado todo este tempo sobre a tragédia que marcou, marca e marcará o nosso tempo.
A shoah ou Sho´ah, significa em língua iiliche (dialecto do alemão falado por alemães ocidentais, catástrofe, calamidade ou holocausto), e é utilizado para designar o genocídio dos judeus e outros grupos indesejáveis pelos nazis alemães.
Mas a memória do Sho´ah não foi suficiente para evitar outros genocídios que ocorreram depois, fosse na Europa, nos Balcãs, ou em África, caso do Ruanda ou do Congo (e mais recente e numa dimensão menor o ocorrido no Quénia).