sábado, 30 de junho de 2007

Police

Vinte e sete anos depois da sua primeira apresentação em Portugal, os Police vão regressar a Portugal para uma apresentação única, no Estádio Nacional, no Jamor, a 25 de Setembro.
A digressão mundial dos Police celebra os 30 anos da banda de Sting, Andy Summers e Stewart Copeland. "Message in a bottle" será o tema de abertura.
Num puro exercício de masoquismo (por estar em Macau e não poder ir ao concerto...), informo que os preços variam entre os 55 e os 95 euros.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Sobre o CD e o iPhone

A rapidez com que o CD destronou o disco em vinil foi algo que me surpreendeu.
É verdade que, então, não era muito dado às novas tecnologias (será que sou agora?) mas pelo menos, agora procuro estar um pouco mais atento.
Constituirá surpresa a notícia que anuncia a " morte" do CD?
É que as vendas de música online estão cada vez maiores, ao contrário dos CDs que registam perdas acentuadas.
Daí que haja quem classifica esta situação como irreversível e declare a morte do CD.
A revista Forbes publicou um estudo que revela uma previsão de queda de 18% nas vendas de CDs até ao fim do ano e mais 20% para 2008. Por outro lado, as vendas de música para download vão aumentar em mais de 28% nos próximos meses.
Além disto, a estatégia das grandes produtoras tem sido a restrição dos respectivos catálogos aos artistas que registam mais vendas e por vezes de qualidade musical mais que duvidosa.
Por seu lado, as pequenas produtoras começam a optar pela música online e desse modo, podem lançar artistas novos sem muito risco.
Acresce a isto, o facto de o CD ter um custo elevado para ser fabricado, distribuído e guardado, o que obviamente não acontece com as músicas para download.
O iTunes, o serviço de downloads pagos da Apple é já o terceiro maior vendedor de música nos Estados Unidos com 9,8% do mercado (os primeiros são o Wal-Mart e o Best Buy com, respectivamente, 15,8% e 13,8%).
Ainda a propósito da Apple, hoje é lançado nos Estados Unidos, o iPhone, o novo telemóvel que poderá revolucionar o mundo dos telefones móveis e já apelidado de "Jesus phone", pelas suas capacidades todas poderosas, que poderá destronar o, até agora, intocável Blackberry.
O iPhone integra as funções de iPod, telemóvel e computador para navegar na Internet, tem câmara fotográfica, mostra vídeos e é activado por simples toques no ecran que dispõe de um único botão.

Nota:este post NÃO tem o patrocínio comercial da Apple

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O telemóvel

O número de utilizadores de telemóveis no mundo atingirá os três mil milhões em julho, o que corresponde a metade da população do planeta, segundo um estudo recentemente publicado.
A indústria dos telemóveis continua a bater recordes, impulsionada por uma grande procura sobretudo na Índia, China e em África.
O mercado progride actualmente a um ritmo de mil novos utilizadores por minuto.
Em breve, a taxa de penetração do telemóvel superará 50% a nível planetário, quando já é de 100% na Europa.
Mais de 250 milhões de telemóveis foram vendidos em todo o mundo no primeiro trimestre de 2007.
Hello??

quarta-feira, 27 de junho de 2007

O Joe (que faz falta?)

Sempre ouvi dizer que dinheiro não dá educação.
E, de facto, educação é coisa que o Senhor José Manuel Berardo (que passou a Joe depois de ter emigrado) parece não ter, embora pareça ter bastante dinheiro!
Até há pouco tempo discreto, agora não resiste ao mediatismo quando os seus "interesses" possam estar em jogo.
E as suas "aparições" começaram durante a OPA da Sonae sobre a PT e o seu apoio à Administração desta empresa, contra o capitalista Belmiro. Foi inesquecível o momento da entrada de Joe na Assembleia- Geral da PT no meio dos beijos e abraços dos trabalhadores da PT.
Claro que o seu apoio à Administração da PT foi, seguramente, a pensar nos interesses dos trabalhadores..
A "vítima" seguinte foi Jardim Gonçalves, contra cujas propostas de alteração dos estatutos do Millennium- BCP Joe se bateu, tendo, então, ocorrido mais um outro momento inesquecível, com a sua saída da Assembleia- Geral do Banco, com ares de gladiador triunfante.
Mas Joe não sossegou e decidiu- se, logo depois, por uma OPA sobre o Benfica.
Também deve ter sido por puro amor clubista, pois, seguramente, ele não se deve importar que o seu investimento nas acções do SLB tenha atingido um valor tão baixo em tão pouco tempo.
Ele que não gosta nada de perder...
É nesta altura que manifesta a sua opinião sobre Rui Costa ( com essa expressão ímpar de bom gosto de "fuck him"!!).
Chegou agora a vez de Mega Ferreira no dia da inauguração do "seu" museu no Centro Cultural de Belém ( mas que rico negócio este, em que o Estado português suporta financeiramente a exibição de um conjunto de obras que continuam a ser propriedade de Joe....).
Se calhar Mega Ferreira até não fez mesmo nada pela Fundação Berardo, mas será que o Joe não poderia "lavar a roupa suja" em privado?
Se calhar podia, mas não é muito melhor fazê-lo em público e, desse modo, conseguir mais uma polémica e mais umas manchetes nos jornais? Quem irá seguir-se?

terça-feira, 26 de junho de 2007

A corrupção em Portugal

Pinto da Costa já foi acusado em três processos de corrupção desportiva, conforme tem vindo a ser noticiado nos mais diversos meios de comunicação social.
Recorde-se que a investigação do chamado "Apito Dourado" mereceu a constituição de uma "task- force" dirigida pela magistrada Maria José Morgado, por decisão do novel Procurador- Geral da República.
Entretanto, Vale e Azevedo não escapou a nova acusação por apropriação indevida de fundos de provenientes de transferências de jogadores, conforme foi noticiado nos mais diversos meios de comunicação social.
Entretanto, António José Morais (o tal que foi professor do primeiro- ministro Sócrates em 4 das ( 5) cadeiras que lhe faltavam para "concluir" o curso de engenheiro na UnI e responsável pelas equivalências obtidas por Sócrates) foi acusado dos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, conforme foi noticiado em poucos meios de comunicação social.
O inquérito foi aberto em 1999 ( a prescrição estava já próxima) na sequência de uma denúncia anónima e a investigação esteve a cargo do Departamento Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira /DCICCEF) de onde saiu em 2005 com proposta de acusação. O rasto do dinheiro transferido para empresas "off-shore" em Inglaterra perdeu-se, apesar do Ministério Público ter pedido diligências adicionais, que não chegaram a qualquer resultado por falta de cooperação internacional, nomeadamente das autoridades inglesas.
Será que em Portugal os crimes de corrupção desportiva são considerados mais prioritários do que a restante investigação criminal?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

De regresso

Neste regresso a Macau, já em tempo de Verão, os temas são:
- o saldo do orçamento de Macau, em finais de Maio, foi positivo e traduz um crescimento de 80% (face ao período homólogo do ano anterior), devendo este valor registar ainda uma forte subida em Junho, já que os impostos sobre o jogo irão reflectir o valor arrecadado do mês de Maio, que registou um novo recorde em receitas brutas;
- o governo local pretende intensificar o controle dos conteúdos de determinados sítios na internet, depois da divulgação de imagens (em vídeo e fotos) da tortura sexual de uma jovem de 11 anos por um grupo de jovens menores (um dos quais com 16 anos), ocorrida em Macau, através da regulação do uso da net, no que constituirá uma limitação à liberdade de expressão. Justificável?;
- desta vez as "vítimas" foram o Palácio do Governo, o antigo tribunal e diversos estabelecimentos comerciais a ficaram às escuras devido a um novo corte no fornecimento de energia eléctrica, o quarto "apagão" ocorrido no espaço de pouco mais de um mês, alegadamente provocado por trabalhadores da construção civil que cortam a "eito" qualquer cabo eléctrico que lhes apareça pela frente. Será que o crescimento não estará a ser acompanhado pelo respectiva adequação das estruturas básicas, nomeadamente das eléctricas?;
- a China que já é o segundo maior importador de petróleo (a seguir aos EUA) deverá importar metade do petróleo que consumirá em 2010, realçando o papel deste gigante asiático na subida que o preço do "crude" tem vindo a registar. Os analistas prevêem que a subida da procura de petróleo esteja a crescer de forma estável.

Porto sentido

Castelo do Queijo, Foz, Porto

Ao fim destes anos em Macau, continuo a ter um imenso (do tamanho do mar....) prazer em regressar a Portugal, nomeadamente ao Porto.
Mesmo com chuva, tempo nublado e frio a exigir mais roupa, como estiveram as últimas duas semanas, sabe sempre bem regressar.
É o prazer de rever a familia e os amigos (e agora os filhos dos amigos que são cada vez vez mais) e, sobretudo, os locais, os sabores e a maresia do mar.
E como a ausência redobra o prazer de revisitar tudo isso.
Sentimento não traduzível em palavras, mas que "enche" e "preenche" os sentidos!
Todos os sentidos!
Por isso, mesmo com "jet lag" e mais de 20 horas de viagem (incluindo voos e esperas em aeroportos) em cada sentido, tudo vale a pena.
A sensação que trago é que em Portugal as pessoas continuam a sentir dificuldades, a par do desânimo que (ainda) permanece.
Mas, para quem lá vai de "fugida", o Portugal continua lindo como nunca.
É saudade? É!!
É o Porto muito sentido!

domingo, 24 de junho de 2007

S. João


Regresso em Dia de S. João!
Manjerico, cascatas, bailes, namoricos, amizades, martelos, alho porro, sardinhas assadas e o fogo de artíficio na ponte sobre o rio Douro que une as duas cidades, Porto e Gaia!
E o povo fica feliz! Pelo menos uma noite...
Aqui em Macau também houve comemorações sãojoaninas e até teve quadras. A festa decorreu nas instalações da Escola Portuguesa.
Em Macau, a a quadra vencedora foi:
Meu prendado S. João,
Do Bolhão e do Lilau,
Do alho porro e balichão,
Santo do Porto e de Macau

No concurso organizado pelo "Jornal de Notícias", a quadra vencedora foi:
O pobre que faz cantando,
Do lar, cascata modesta,
Vê nos seus filhos brincando,
Os balõezinhos da festa!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A banhos





A banhos na Foz....
Encerrado temporariamente.

O trono de Stanley

Stanley Ho, o magnata do jogo em Macau, comprou num leilão promovido pela Christie´s em Hong Kong (onde ele vive), um trono chinês, alegadamente da Dinastia Qing, pelo preço de 13,76 milhões de dólares de Hong Kong ( cerca de 10,7 milhões de dólares americanos ou 14,4 milhões de euros).
A compra, efectuada pelo telefone, é considerada a maior de sempre nesta categoria de produtos levados à praça pelas empresas de leilões.
O trono imperial pertenceu ao imperador Kangxi, que governou a China durante a dinastia Qing, entre os anos de 1662 e 1772.
A intenção do magnata é exibir o trono no seu novo casino, "Grand Lisboa", a coqueluche do grupo controlado por Stanley Ho.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Receitas do Jogo

As receitas acumuladas dos casinos em Macau encerraram o mês de Maio com um aumento de 60 por cento face ao mesmo período de 2006.
Mas, a partir de agora, o Jogo deverá agora entrar numa fase de crescimento menos acentuado com o controlo exercido pelas autoridades chinesas na emissão de vistos individuais de visita a Hong Kong e Macau.
É que as autoridades chinesas anunciaram recentemente através da imprensa que irão restringir a emissão dos vistos individuais numa medida que é entendida também para combater os trabalhadores ilegais em Macau e Hong Kong, a fuga de capitais e a corrupção em empresas do Estado para jogar nos casinos de Macau.
As novas regras para emissão de vistos individuais implicam o aumento do prazo de seis para dez dias, a diminuição do número de visitas mensais permitidas de duas para uma e a necessidade de intervalo entre as deslocações. O serviço de aceitação de candidaturas via Internet e a emissão de vistos para negócios também foram suprimidos, bem como a possibilidade dos vistos individuais contemplarem Macau e Hong Kong ao mesmo tempo. Cerca de quatro em cada cinco vistos individuais emitidos pelas autoridades da China Continental destinam-se a residentes em Guangdong (Cantão).

A raposa

Qual fábula transposta para a realidade, a raposa ataca em plena cidade.
Viseu, cidade beirã e terra de Viriato, tem vindo a ser visitada por uma raposa que tem causado prejuizos nos galinheiros locais, atacando indistintamente patos e galinhas. A malandra...
Até já chegou a ser vista passeando-se em pleno centro da cidade, pelo que alguns viseenses começam a temer pela sua integridade física, tal o descaramento da raposa.
Será que em Viseu não haverá uma "comissária política", tipo D. Margarida da DREN, que possa suspender, instaurar um processo disciplinar e expulsar da cidade a danada da raposa?
É mais gente competente como a D. Margarida da DREN (como lhe chamou o dirigente da Federação do PS do Porto) que faz falta a esta terra, para pôr ordem no rectângulo à beira- mar plantado.
Na foto, a D. Margarida é a da esquerda, acompanhada da senhora ministra da Educação.
A D. Margarida tem "boa pinta", não tem?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Pérolas de Macau


Se em Portugal, o que se passa na DREN, mete asco (segundo os jornais a senhora directora instaura processos disciplinares por delação e o último caso- o sexto?- apenas foi tornado público porque envolveu alguém ligado a um partido político), como classificar o que se passa aqui por Macau, nomeadamente, sobre as declarações de um deputado e advogado, Leonel Alves, ontem a um jornal local, sobre a situação que Macau atravessa.
Essas declarações são bem elucidativas da mentalidade local pelo seguidismo, bajulação ao chefe e cegueira política que revelam.
Afinal, segundo ele, não existe crise política em Macau, o que existe é apenas "insatisfação de um pequeno sector da cociedade".
Mas a realidade local tem outras pérolas, como por exemplo, as declarações proferidas pelo deputado Fong Chi Keong (representante do patronato) durante o debate na Assembleia Legislativa sobre a "lei laboral" ( esta merece um post inteiro...).
O episódio conta-se em poucas palavras: durante o debate daquela lei, nenhum dos deputados conotados com o patronato intervinha, até que Susana Chou, Presidente da Assembleia (ela própria empresária e próxima das posições patronais) suscita a necessidade de equilibrar o debate, até então dominado por questões relacionadas com os direitos dos trabalhadores, alertando para a necessidade de se salvaguardar também os direitos dos patrões (o patronato se calhar não intervinha porque achava que os seus direitos já estavam bem defendidos no projecto em discussão, não?) e chamando a atenção para a " realidade do território" (será que ela queria mesmo dizer isto?).
É, então que o o inefável deputado Fong decidi intervir e sai-se com pérolas como " o papel de um negociante é sempre mais difícil do que o de um trabalhador", " numa sociedade capitalista, os trabalhadores têm sempre que cooperar com os patrões, seguir as suas orientações", "os empresários são os guias do desenvolvimento da economia de Macau","não dorme bem quem é patrão" e que não quer ouvir falar em "salário mínimo ou garantias de aposentação".
Seria esta a realidade do território que a senhora Presidente queria referir-se?

terça-feira, 5 de junho de 2007

O ambiente na China


A posição oficial é que a China é um país em vias de desenvolvimento e por isso não pode ser condicionado por questões ambientais. As fotos publicadas mostram a poluição num rio em Bozhou, na província de Anhui, leste da China, provocada pelas descargas de nutrientes.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Tiananmen: "O movimento de 4 de Junho"

Em chinês ficou conhecido por o “Movimento de 4 de Junho”.
Corria o ano de 1989, e no mês de Abril, ocorreram protestos entre estudantes e a polícia, na sequência do falecimento de Hu Yaobang, antigo secretário- geral do Partido Comunista da China.
Em Janeiro de 1987, Hu tinha “resignado” do cargo que ocupava depois de ter apelado a “reformas rápidas” e manifestado “desprezo pelos excessos maoístas”.
Por isso, foi o bode expiatório para Deng Xiaoping quando ocorreram os protestos estudantis pró- democracia em 1986-1987, tendo sido sujeito a um humilhante processo de auto- censura que conduziu à sua “resignação”.
No funeral de Hu, os estudantes juntaram-se na Praça de Tiananmen, em Pequim, e tentaram encontrar- se, sem sucesso, com o primeiro- ministro Li Peng (considerado o grande rival político de Hu).
Os estudantes apelaram, então, a greves nas universidades de Pequim, mas a resposta das autoridades, através de um editorial publicado no jornal oficial “Diário do Povo”, foi no sentido de os classificar como “pequenos sectores de extremistas oportunistas”.
A reacção dos estudantes traduziu-se na realização de reuniões que juntaram cerca de 50 000 estudantes onde estes, já com o apoio de professores e outros intelectuais, exigiram que as autoridades se retratassem das acusações efectuadas.
Gradualmente, as exigências iniciais dos estudantes evoluiram de protestos contra a corrupção para exigências de liberdade de expressão e do fim do papel pioneiro do Partido Comunista e de Deng na China.
E o protesto dos estudantes começou a espalhar-se a outros grupos sociais e a outras cidades chinesas.
Em meados de Maio, grupos de estudantes ocuparam a Praça de Tiananmen exigindo ao governo que retirasse os insultos publicados no editorial do “Diário do Povo” e desse início a conversações com os seus representantes.
Os protestos, embora ordeiros, começaram a generalizar-se com a chegada de outros estudantes vindos de diversas zonas do país.
Nessa altura, o movimento estudantil empreendeu uma forma de luta mais radical dando início a uma greve de fome que abrangeu “mais do que mil pessoas”, como forma de mostrar à população que os estudantes estavam dispostos a tudo, inclusivé a sacrificar a sua própria vida, pela China.



A 19 de Maio, o então secretário- geral do Partido, Zhao Ziyang visitou os estudantes em Tiananmen e efectuou um veemente apelo para que estes abandonassem a greve de fome (na foto ao lado, de Zhao, à direita pode ver-se o actual primeiro- ministro Wen Jiabao). Foi a última vez que apareceu em público.
O movimento estudantil no centro da capital chinesa estava a ter uma ampla cobertura mediática pois estava a ocorrer a visita de Estado do presidente soviético Mikhail Gorbachev.
Essa cobertura era extensa e geralmente favorável às exigências dos estudantes, mas pessimista quanto à concretização dos seus objectivos.
A 30 de Maio, uma estátua, representando a “Deusa da Democracia” foi erigida no centro da Praça.
O Comité Permanente do Politburo e os “velhos” do Partido estavam esperançados que as manifestações fossem de pouca duração e que reformas superficiais fossem suficentes para acalmar o movimento.
A confusão e a indecisão no interior do próprio movimento estudantil era também o espelho do que se passava no interior do Partido Comunista.
A Lei Marcial foi decretada a 20 de Maio, mas os militares foram impedidos de entrar em Pequim pelos manifestantes.
E, os protestos prosseguiram. A greve de fome ia já na terceira semana.
Foi, então, que foi decidido o uso da força para reestabelecer a ordem.
O assalto começou às 22:30 de 3 de Junho, com “ fogo indiscriminado” para o interior da Praça, segundo relatos da BBC.
Às 05:40 da manhã do dia 4 de Junho, a situação na Praça de Tiananmen estava resolvida, embora os protestos no resto da China ainda se tenham prolongado por vários dias.
Mortos (2 600?), feridos (30 000?), prisões, purgas, julgamentos sumários, execuções marcaram os tempos que se seguiram.
Zhao Ziyang que se tinha oposto à declaração da lei marcial foi demitido dos seus cargos e mantido em prisão domiciliária até à sua morte que ocorreu em 2005.


A condenação do regime chinês em todo o mundo foi generalizado, mas de pouca dura pois o mercado chinês é vasto.
Em pleno século XXI, o Partido Comunista da China mantém um “firme” controlo sobre o país e o movimento estudantil foi totalmente erradicado.
Os protestos de Tiananmen não marcaram o fim das reformas económicas empreendidas por Deng, desde 1978, o que conduziu ao crescimento económico que dura desde meados dos anos 90 e permitiu ao governo ganhar de novo a confiança da população que entretanto tinha perdido.
As preocupações da juventude (e da própria sociedade?) chinesa estão actualmente mais viradas para temas como o desenvolvimento económico, o nacionalismo e a restauração do prestígio da China nos meios internacionais. A memória do sucedido em Tiananmen na madrugada daquele dia 4 de Junho de 1989 vai concerteza juntar-se à memória da Revolução Cultural no baú das recordações.

Vanessa Fernandes II


E vão cinco vitórias consecutivas!!
Vanessa Fernandes venceu, ontem, a etapa de Madrid, das quinze que compõem o circuito internacional do trialto.
A atleta cumpriu os 5km da natação, 40 de ciclismo e 10 de corrida em 2.07.33

domingo, 3 de junho de 2007

sábado, 2 de junho de 2007

40 anos

O oitavo álbum dos Beatles, Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band, que inclui canções como "Getting better", "She´s leaving home", "A Litle help from my friends" ou "Lucy in the sky with diamonds", vai ser recriado 40 anos depois do seu lançamento ocorrido a 1 de Junho de 1967.
O projecto, idealizado por Bob Geldolf, terá a colaboração, entre outros, dos Razorlight, The Fratellis e Oasis.
"Sgt Pepper´s" é considerado a obra- prima do grupo britânico e a revista Rolling Stone classificou- o em 1º lugar no top dos "500 melhores albuns de Sempre", em 2003.

Gravado durante um período de 129 dias, desde o início que o álbum foi um sucesso de vendas e da crítica, face ao seu caracter inovador: desde a estrutura adoptada, às técnicas de gravação e ao trabalho da capa.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Sobre as crianças

Neste dia internacional da criança, o artigo de Maria José Nogueira Pinto, no "Diário de Noticias", publicado na edição de ontem, torna-se ainda mais pertinente:

" (...) O modo como o desaparecimento de Maddie se tornou, imediatamente, um caso nacional assentou, quase só, em más razões. O nosso complexo de inferioridade, a nossa baixa auto-estima que nos colocou, voluntariamente, sob o escrutínio da opinião pública inglesa. O nosso provincianismo, desatado pelas manchetes na imprensa internacional. O medo do que irão dizer e pensar de nós. De repente, Portugal torna-se um país perigoso, o Algarve um antro de malfeitores, a nossa polícia uns incompetentes, as nossas técnicas obsoletas, os nossos meios para actuar ridículos.
O país entrou em competição consigo mesmo. Todos os dias, um novo par de olhos se junta à galeria de notáveis que nos observam, críticos e impiedosos. Li recentemente que Carlos e Camila acabam de se pôr na lista. Outro dia, zapando, vi e ouvi um esganiçado súbdito britânico que, comentando uma iniciativa da nossa polícia, afirmava que se fosse em Inglaterra tal iniciativa já teria sido tomada há muito tempo.
Para quem não queira ajudar a esta perversão informativa, que nos afasta do essencial - e o essencial é Maddie - e desgasta o melhor da genuína compaixão, a que partilha sentimentos e não tablóides, três notas úteis.
A primeira para lembrar que uns pais portugueses que deixassem sozinhos três filhos de tão tenra idade, mesmo que por motivos de força maior, como o de ganhar o pão de cada dia, seriam considerados pelas instâncias competentes (comissões de protecção, curadores, juízes...) como negligentes, senão mesmo incapazes. Ao que parece em Inglaterra não é assim.
A segunda diz respeito ao número crescente de crianças que, cada ano, desaparecem sem deixar rasto, no espaço da União Europeia: 35 mil, segundo há uns meses denunciou o Comissário Europeu responsável pala infância. É de admitir que muitas sejam raptadas por redes de pedofilia e levadas para outros países onde as espera uma vida de escravatura e terrível sofrimento. O comissário europeu fez um veemente apelo mas quase ninguém deu por isso...
Em termos absolutos e relativos, Portugal está muito aquém do Reino Unido no que se refere ao desaparecimento de crianças e aos resultados obtidos pelos respectivos dispositivos policiais. Grande parte dos pedófilos que gozam as doçuras climatéricas do nosso Algarve são de nacionalidade inglesa.
A terceira refere-se à vida quotidiana de milhares de crianças portuguesas cuja situação é de verdadeiro perigo e não de mero risco. Para além daquelas (largos milhares) que integram as famílias que vivem em estado de pobreza persistente, um número crescente de crianças portuguesas é posto em situação de perigo pelos próprios pais.
Um quarto dos quais tem menos de 18 anos, fracas ou nenhumas capacidades parentais e estilos de vida que os levam da rua para a prisão e da prisão para a rua onde se dedicam a actividades ilícitas. Cresce, assustadoramente, o fenómeno do abandono.
Continuamos sem saber ao certo quantas crianças estão institucionalizadas e em que condições. O instituto da adopção continua emperrado. A falta de meios, a multiplicidade de actores e a burocracia impedem, frequentemente, procedimentos expeditos.
Estas crianças estão, à partida, condenadas a não ter futuro. De vez em quando, noticiam a morte de uma delas às mãos da própria família. Perpassa uma tão forte como efémera comoção. Não dá para mais. Essa criança não é inglesa. Carlos e Camila não sabem que ela existe. É esta realidade, portuguesa, nossa, que nos devia envergonhar a todos. O Governo, o Parlamento, os cidadãos. Perante o escrutínio internacional mas, sobretudo, o da nossa própria consciência."