terça-feira, 6 de abril de 2010

Mexia de algibeira


O Sr. António Mexia, presidente (CEO) da EDP, justificou os salários e osprémios que recebeu (3,1 milhões de euros) com o facto de a empresa a que preside, ter atingido os objectivos definidos para os anos de 2008 e 2009 e, por isso, aprovados pelos accionistas da empresa.
Se o critério fosse só esse, então, quantos trabalhadores, de empresas públicas ou privadas, não teriam direito a auferir prémios?
É preciso não esquecer que a EDP é uma empresa, que apesar de cotada em Bolsa, gere o monopólio da electricidade em Portugal.
A qual é 2.2% mais cara do que a média da Europa.
Sem alternativa!!
Será possível, esquecer a conjuntura de crise profunda que se vive em todo o mundo e, particularmente, em Portugal?
Será possível esquecer as dificuldades que atravessam milhares de familias portuguesas, para quem o mês é maior que o ordenado?
Não é esta a primeira vez que me refiro aos prémios que alguns gestores auferem em Portugal.
Não se trata de miserabilismo ou demagogia, nem tão pouco de inveja ou sequer de coscuvelhice mórbida que a publicação (obrigatória) destas noticias (relativas a empresas cotadas em Bolsa) possa originar.
O que aqui está em causa é a falta de sensibilidade social e de despudor que muitas das chamadas "elites", em Portugal, revelam perante o cenário de desalento em que o país está mergulhado.
O que aqui está em causa é mais este exemplo gritante das profundas desigualdades sociais em que Portugal é fértil.