domingo, 21 de setembro de 2008

Sem leite

A adulteração de leite em pó, na China, provocou a morte de 4 bebés.
Os números divulgados são assustadores: na província chinesa de Cantão, foram examinados mais de 48 mil bebés, com 1085 a apresentarem problemas renais, provocados pela presença de melamina nos produtos lácteos. Em termos globais, mais de 6200 crianças, na China continental foram afectadas.
O problema já afectou Macau, Hong Kong, Taiwan e até Singapura, embora sem o registo de vítimas.
A melamina é uma matéria-prima usada no fabrico da resina plástica, utensílios do quotidiano e como líquido pulverizador para materiais têxteis, substância não carcinogénea e de toxicidade baixa, mas que pode afectar os sitemas urinário e genital, causando cálculos na bexiga e rins.
O presidente chinês, Hu Jintao, criticou o comportamento das autoridades (?) do país, considerando que certos quadros perderam o sentido de "responsabilidade" e de "interesse geral".
Este caso é mais um exemplo do que a ganância e avidez dos homens é capaz.
E, na China, esses sentimentos (e práticas...) são levadas a extremos de forma reiterada (não esquecer o caso do azeite adulterado em Espanha há uns anos atrás).
Seja no fabrico de brinquedos com produtos proibidos, na água e, agora, com o leite.
E, claro, tudo isto se passa com a total demissão de controlo de qualidade por parte das autoridades que, na China, praticamente não existe.
As autoridades só actuam quando o escândalo rebenta e estas são obrigadas a agir.
Consequências de um regime totalitário e anacrónico.
E, apesar deste post ser dedicado ao leite, convém não esquecer esse crime, com a cumplicidade das autoridades chinesas, que são as minas, onde milhares morrem todos os anos por falta de condições de segurança.