sábado, 6 de setembro de 2008

Querida Angola

A imagem reproduz o momento da votação do presidente angolano José Eduardo dos Santos, nas eleições realizadas ontem.
Mas será que podemos falar em eleições?
Será que falar de eleições não implica a existência uma sociedade livre, onde os governantes sejam responsabilizados pelos seus actos de governação, pela existência de meios de comunicação social livres e independentes, pelo primado da lei, pela existência do princípio da separação de poderes, pela existência de uma oposição responsável que possa expressar livremente a sua opinião e que essa opinião chegue à maioria da população, pela não existência de uma polícia política e por um controlo dos dinheiros públicos?
Não é concerteza em Angola!
O que ontem ocorreu em Angola foi mais uma fantochada do regime imposto pela nomenclatura que está no poder há mais de 30 anos, com a cumplicidade da comunidade internacional e, sobretudo, de Portugal.
Claro que Angola tem um taxa de crescimento superior a 16%, um excedente orçamental próximo dos 7% e um saldo positivo na balança de transacções correntes a rondar os 12%.
E é um país próspero (pelo menos para aqueles que enchem os bolsos com o petróleo angolano, os seus diamantes e as suas riquezas).
Em Angola mais de dois terços da população vive na pobreza e 90% da riqueza é detida por meio por cento dos 18 milhões de habitantes.
Eleições em Angola??