sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Encerrado para balanço

É isso.
Muitas empresas encerram para balanço nos primeiros dias de cada ano civil.
Aqui vai suceder o contrário. Vai ser antes do final do ano.
Em 2008, haverá mais.
Até lá.
PAZ.

No mundo dos peixes

Um cientista português descobriu que, no mundo dos peixes, a liderança depende da forma como se urina.
A descoberta resultou de uma investigação, a um determinado tipo de peixe existente nas águas de Moçambique, que demonstrou terem os machos dominantes uma maior taxa de micção, uma urina com odor mais forte e uma maior capacidade de armazenamento nas bexigas.
Aliás, o maior odor e a maior capacidade de armazenamento são depois utilizados nas disputas com outros machos e para publicitar o estatuto de dominante.
Posições de liderança definidas pela demarcação do território com recurso à urina parecem, afinal, não ser exclusivas de alguns mamíferos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Tuvalu

Tuvalu é um arquipélago formado por um conjunto de ilhotas, no Pacífico sul, com 10 mil habitantes.
A ilha principal mais não é do que uma estreita língua de terra (em cima na foto), quase ao nível da água (10 cm acima do nível do mar) e onde vive a maioria da população.
Aliás, já agora, o mar invade a ilha, durante as grandes marés da Primavera e do Outono.
O Protocolo de Quioto foi assinado há dez anos e a sua validade termina em 2012.
As suas metas não foram atingidas e apenas obrigam 36 dos 176 países que o ratificaram.
Inclusivé, os principais países poluidores aumentaram, nos últimos anos, a emissão de gases com efeito de estufa.
Na Conferência Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climatéricas, que está a decorrer em Bali, a viabilidade de alcançar um compromisso pós- Quioto parece cada vez mais difícil.
Os Estados Unidos recusam o estabelecimento de metas e a Índia afirma não querer comprometer-se para não pôr em causa o seu desenvolvimento (!!).
A manter-se a actual situação climatérica, o Tuvalu vai desaparecer dentro de 50 anos e os seus habitantes vão constituir os primeiros refugiados em consequência do aquecimento global.

Homem Prada



Em entrevista ao jornal espanhol El País, José Sócrates aceitou partilhar, de forma algo inédita, alguma da sua intimidade!
Uma das pérolas foi quando confessou que calça sapatos da marca Prada...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Cimeira UE/África (III)

Nada melhor do que os "outros" para apreciarem os resultados da Cimeira entre a União Europeia e África, que decorreu em Lisboa, no passado fim-de-semana.
A realização da Cimeira não escapou a uma observação atenta dos chineses que sabem são vistos pelos europeus como uma potência rival, ou não oferecesse a China aos países africanos ajuda ao desenvolvimento sem condições políticas, sociais ou ambientais, além de empréstimos a juros baixos e perdão de dívidas.
Por isso, o balanço feito pelos meios de comunicação chineses (que, obviamente, transmitem a posição oficial), não podia deixar de ser negativo, por contraste com as boas relações entre o seu próprio país e o continente africano.
E dão como exemplo, a recusa africana para celebrar acordos comerciais coma Europa.
O Diário do Povo, órgão do PC chinês, refere mesmo que os europeus não se conseguem desembaraçar da sua "mentalidade colonial"!
A Xinhua, agência noticiosa chinesa, noticia que "os líderes africanos e europeus terminam cimeira com divisões quanto a direitos humanos e comércio".
Outros falam de "desaire" ou do "cheiro a pólvora muito forte".
A imprensa chinesa louva, por isso, as relações entre a China e o continente africano, rebatendo as acusações de neo-colonialismo chinês (lançadas pelos europeus), e de que o interesse de Pequim nos recursos humanos africanos leva a China a apoiar regimes corruptos ou que violam os direitos humanos.
Para os norte-americanos do "International Herald Tribune", a harmonia foi dificil de encontrar entre os europeus e os africanos.
E falam mesmo de conflito aberto em relação ao comércio e aos direitos humanos.
E de perda de influência da Europa em África.
Em África fala-se mesmo da oposição dos africanos às exigências europeias e da preferência pela cooperação com outras potências que não as europeias, a começar pela China, Índia ou Brasil.
A uma pergunta de um jornalista se estava satisfeito pela forma como tinha decorrido a Cimeira, Sócrates respondeu "então não se nota na minha cara?".
Como estará a cara de Sócrates agora?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Impunidade

A impunidade com que se mata no Porto está a abalar a ideia de que os portugueses são um povo de brandos costumes, tanto mais que os crimes são cometidos de forma bem profissional.
Acima de tudo, o que é algo assustador é a ineficácia que as autoridades parecem revelar, dando indicações que terão sido apanhadas desprevenidas e, tentam, à pressa, pôr cobro à violência (bem) organizada.
Mais um, alegadamente, segurança, foi morto.
Recorde-se, o sexto em 5 meses.
Claro que o Director Nacional da PJ vem tentar sossegar o povo, afirmando que em breve esta onda de violência estará terminada.
Concordo com ele: a onda de violência terminará....quando os seguranças se matarem todos uns aos outros, com as autoridades a ver de longe!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Os bois pelos nomes

A semana passada, em Macau, foi marcada, politicamente, pelas declarações bombásticas (pelo menos assim consideradas nos meios jornalísticos lusos) proferidas por Au Kam San (o senhor na foto), deputado democrata, em plena Assembleia Legislativa (AL).
Eis, alguns extractos:
Na época da governação colonial, os cidadãos de Macau nada podiam fazer quanto aos actos praticados pelos administradores não indígenas. Terminada a governação colonial e criada a RAEM Macau devia abrir uma nova etapa e o espírito de posse das suas gentes ser acordado pelo princípio ‘um país, dois sistemas’. Porém, o dono não somos nós”, afirmou.
E, prosseguiu, afirmando que os recursos políticos do Governo da RAEM “são monopolizados por uma minoria”, enquanto os económicos “são roubados à-vontade por uma outra minoria". Minorias que, acusa, “vendem os bens do Estado a preço de saldo” em “roubos” que “atingem um grau tão feroz que até os governantes colonialistas teriam dificuldade em com eles rivalizar”.
Foi, então , que proferiu a frase da polémica: “Houve já há tempos opiniões no sentido de que os recursos públicos roubados nestes últimos oito anos atingiram valores superiores aos roubados pelos portugueses durante quatrocentos anos."
O discurso de Au Kam San mereceu a (inflamada) contestação dos chamados deputados portugueses (na realidade macaenses) que vieram defender a honra da comunidade portuguesa tendo um deles chegado a afirmar que as declarações do deputado democrata podia pôr em causa as relações China- Portugal.
O director de um jornal em língua portuguesa chamou de inimputável ao deputado.
O próprio cônsul português também já veio pedir explicações, tendo, ainda, afirmado que tais declarações punham em causa o nome de Portugal.
Todas estas reacções (tipo virgem ofendida?), fica sempre bem, em nome do decoro e do politicamente correcto.
Mas, o problema prende-se com a qualidade (ou falta dela...) dos deputados na AL e resume-se a isso.
Problema que se nota por demais e em muitas ocasiões.
O problema do deputado é que se fica pelas opiniões, pelo "ouvi dizer", o que, convenhamos, não abona muito a favor de quem profere tais declarações!
Não é Macau a terra dos rumores e dos boatos???
Espero que na próxima, sim porque há-de haver uma próxima, alguém não se lembre de vir pedir uma indemnização aos colonizadores, como fez o Kadhafi na Cimeira UE/África.

domingo, 9 de dezembro de 2007

País deprimido

São honestos, tradicionalistas, pessimistas, as suas maiores preocupações são a recessão e o desemprego, o amor duradouro é mais importante do que o sexo (mas acham que o sexo é bom), não gostam de novidades e por isso preferem as marcas conhecidas (a Mercedes é a preferida e poucos conhecem a Apple), trabalham tantas horas quanto os outros povos europeus, fazem pouco exercício físico, não jogam computador, não lêem jornais na internet e é baixa a utilização desta para transacções bancárias.
Este é o retrato dos portugueses, que continuam deprimidos, acrescente-se.
E estes são os resultados de um estudo efectuado em 31 países, envolveu 40 mil pessoas e analisou as opiniões de consumidores sobre temas tão variados como a situação do país, ambiente, tempos livres e estilos de vida, valores pessoais, tecnologia e influência de marcas.
Outros dados curiosos daquele estudo foram por exemplo que os mais optimistas são os chineses e os indianos (porque será?), embora na Europa ninguém bata os espanhóis e britânicos.
Mais pessimistas do que os portugueses só os japoneses.
A Espanha preocupa-se com o terrorismo, o México com a sida e a Suécia com a poluição.
Os russos e os brasileiros são os povos que mais valorizam o sexo.
E para estes últimos a honestidade é importante, mas já não para os japoneses.
A India e a Turquia são campeões na busca de produtos novos e os japoneses os menos fiéis às marcas.
Os chineses adoram jogos electrónicos e os suecos e australianos os que mais praticam exercício físico (se bem que os suecos dêem pouca importância ao aspecto físico).
Quanto a exercício físico, piores do que os portugueses, só os turcos.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Cimeira UE/África (II)



De acordo com a Freedom House, dos 53 países africanos apenas 11 podem ser considerados livres.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Que o Farol os ilumine

O Governo de Macau autorizou a construção de 2 edificios no sopé da Colina da Guia, onde se encontra o Farol da Guia, a Fortaleza da Guia e a Igreja de Nossa Senhora da Guia (na imagem), e que é um dos locais históricos que foi declarado Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 2005.
Acontece que aqueles edificios têm 99 metros de altura, um, e o outro 126 metros, o que vai provocar que o Farol deixe de ser visto de certos locais de Macau, com até agora acontecia, que podia ser visto de qualquer perspectiva.
A autorização governamental provocou alguma polémica local, nomeadamente de alguns moradores vizinhos do Farol, com as autoridades a defenderem-se com a inevitabilidade do crescimento de Macau, a escassez de terra e, consequentemente a necessidade de construir em altura!!
Aliás, os activistas da defesa do Farol chegaram a ser acusados de estarem contra o crescimento de Macau e de má-fé, argumentando o Governo local que as construções estão a ser efectuadas em terrenos que não estão em zonas protegidas.
Porém, durante a discussão das LAG (Linhas de Acção Governativa), para 2008, veio a saber-se que o Governo central chinês enviou uma carta ao Governo de Macau indagando acerca do que estava suceder a este respeito, na sequência de uma missiva que a UNESCO fez chegar àquele manifestando a sua preocupação com a protecção (ou falta dela...) do património que o Governo de Macau estaria a fazer.
O curioso disto tudo é que um dos edificios, o de 99 metros, é propriedade do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, que acabou por aceitar reduzir a altura do mesmo para 90 metros, altura que todavia continua impedir que o Farol seja avistado de certas perspectivas.
O que toda esta "embrulhada" revela é que o importante é o crescimento desenfreado, sendo o património considerado um impecilho.
Aliás, o "crescimento" dá muito mais dinheiro, certo?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Mulheres na cozinha

As mulheres continuam na cozinha.
Pelo menos, é esse o resultado de um estudo internacional levado a cabo por uma universidade norueguesa que envolveu 18 mil casais, com idades entre os 25 e os 65 anos, de 34 países.
As respostas mostraram que, apesar das mudanças na sociedade, são as mulheres as que dedicam significativamente mais tempo à casa (cozinhar, lavar, arrumar ou fazer compras).
O estudo revelou, ainda, que nas sociedades onde as mulheres ocupam lugares de destaque há menos diferenças na distribuição de tarefas em casa, mas ainda assim elas continuam a trabalhar mais do que eles.
Não existe nenhum país onde os homens dediquem mais horas às tarefas domésticas do que as mulheres.
Será que alguém ficará surpreso com os resultados do estudo?
Já é altura de abandonar a ideia (preconceito?) de que as tarefas domésticas são tarefas menores e que, por isso, cabem (quase) exclusivamente a quem se encontra "menorizada" no casal.
Haverá homens que nunca tenham ido às compras, arrumado, lavado ou cozinhado?
Os homens dedicam menos horas a essas tarefas do que as mulheres.
Ok? E, então?
Quantas horas é que elas dedicam a lavar o carro?
Será por acaso que elas dizem sempre que tudo fica melhor quando são elas a fazer?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Quaresma

para mais tarde recordar...

Olha Deus!




"Afinal, existes!"

É o que Mário Soares dirá a Deus se O encontrar, depois da sua morte, segundo confessou num colóquio em que participou, dedicado ao papel da mulher nas religiões.

Foi-se mesmo?



"Não exercerei funções no banco, mas não saio", disse Jardim Gonçalves.
Será que ele também vai andar por aí?
Outros que também andaram por aí, já regressaram...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Por ahora


A Venezuela parece ter conseguido evitar o socialismo do século XXI que Chávez queria implantar.
Mas, o presidente venezuelano deixou claro qual o seu conceito de democracia ao afirmar que aceitava os resultados do plebiscito, "por ahora" (por agora)!!!

Efeméride



Francisco Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980, em consequência da queda do avião onde viajava, em plena campanha eleitoral para as presidenciais que se realizariam dias depois.
Era primeiro-ministro de Portugal.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pérolas de Macau

Uma das especificidades de Macau revela-se através da qualidade dos deputados da Assembleia Legislativa.
Por isso, vale a pena ler este pequeno extracto relativo às intervenções que são efectuadas em plenário e foram publicadas num jornal local:

Primeiro foi Fong Chi Keong, sempre ele, o tal das taças de arroz da semana passada, disse que “se os cidadãos não têm meios para se queixar [dos Serviços de Saúde] depois suicidam-se”; que o Governo dá subsídios às associações e estas andam a organizar manifestações como as do 1º de Maio. “É preciso ter mão nas associações!”. Depois, Susana Chou, a presidente, referiu-se com insistência aos fogões dos TNR (jargão da classe política para designar cidadãos trabalhadores não residentes). “Os TNRs não têm onde ir passear, vão ali para os lagos, precisam de se divertir, mas fazem lixo”, disse repetindo comentários acerca das condições de habitação dos TNRs e do eventual incómodo provocados ao locais. A seguir, Tina Ho defendeu que “os estudantes da Universidade fiquem nos dormitórios porque podem ganhar experiência de vida colectiva”. Au Kam San também contribuiu propondo a limitação nos jornais de anúncios de mulheres com pouca roupa. Por fim, Kou Ho In notou que “no interior da China os estudantes gostam todos muito de ir à escola. Aqui em Macau não. Não se aguenta! É um sofrimento!”. Lá para o fim da sessão, alguém ainda teve força para protestar contra a prática do basquetebol à meia-noite. Parece que não é muito normal!
extracto do hojemacau (30-11-2007), por Carlos Picassinos

domingo, 2 de dezembro de 2007

É nosso

O Estado português exerceu o direito de compra de Deposição de Cristo no Túmulo, quadro de Giambattista Tiepolo.
O artista veneziano terá pintado este quadro em Espanha entre 1769 e 1770 e ia à praça em Lisboa com uma base de licitação de 1,5 milhões de euros, valor pelo qual terá sido arrematado.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Pela Restauração

Foi no dia 1 de Dezembro de 1640 que um punhado de portugueses (dizem que 40) tomou de assalto o Paço da Ribeira, onde se encontrava a Duquesa de Mântua, representante da Coroa espanhola.
Expulsa a Vice- Rainha e dominados os militares espanhóis, os revoltosos logo trataram de proclamar a independência de Portugal e o seu novo Rei D. João IV, até então duque de Bragança, coroado a 15 de Dezembro.
Seguramente, haverá muitos mais pormenores para contar sobre o dia em que Portugal viu restaurada a sua independência face a Espanha, mas este não é o local apropriado, nem eu sou perito em História.
Mas, a referência que agora é feita ao episódio histórico serve não só para recordar um feito brilhante da nossa história comum, mas também para lamentar que este dia não seja aproveitado para tentar melhorar a auto-estima dos portugueses e o orgulho no seu passado e história, sem nacionalismos bacocos e bafientos.

Para não esquecer

Dia Mundial de Luta Contra a Sida

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O meu urso Mohammed

Ser professor num país muçulmano é uma profissão de risco.
Aliás, visitar um país muçulmano é um risco (morar então é melhor nem comentar).
Punir com prisão (seguida de expulsão), por blasfémias à fé e à religião, uma professora APENAS porque concordou que os seus alunos, crianças, tivessem escolhido o nome Mohammed (Maomé, em português) para um urso de peluche que uma aluna tinha levado para a sala de aulas revela, mais uma vez, (mas alguém ainda tinha dúvidas?) a mentalidade de intolerância que impera em muitos países muçulmanos.
Mas, esta professora inglesa, de 54 anos, acabou por ter sorte pois livrou-se de umas valentes chicotadas (os mais radicais chegaram a clamar pela pena de morte!), embora vá ter de passar 15 dias numa prisão feminina sudanesa, sobrelotada (a lotação é de 200 mas os ocupantes rondam os 1200 e 300 crianças) e infestada de mosquitos.
Eu até gostava de ter um urso de peluche para o baptizar de Mohammed.
Mais tarde, talvez o rebaptizasse de Cristo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Madredeus

Haja o que houver

Teresa Salgueiro anunciou o abandono dos Madredeus, para prosseguir um projecto a solo (qual?) e Pedro Ayres Magalhães admitiu estar em reflexão sobre o futuro do grupo.
Os Madredeus encontram-se, ainda, a usufruir o seu ano sabático, não promovendo qualquer actividade, mas aquele músico divulgou que outros dois elementos do grupo não pretendiam dedicar-se a 100%.
Há vinte anos a darem-nos (boa) música, será que o projecto se esgotou e os Madredeus chegaram ao termo da sua existência?

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Hipocrisia chinesa

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China acusou o Dalai Lama de quebrar o protocolo religioso ao considerar a hipótese de nomear um sucessor antes da sua morte (note-se que de acordo com as crenças budistas, o líder espiritual deve aguardar o processo de reencarnação).
A crítica do ministério chinês surgiu dias após o Dalai Lama, de 72 anos, ter dito a um jornal japonês que poderia quebrar a tradição para evitar a intromissão das autoridades chinesas na escolha do seu sucessor.
"Consideramos que as afirmações do Dalai Lama violam os rituais religiosos e as convenções históricas", afirmou o porta-voz do Ministério chinês.
"A reencarnação de um Buda é a única via de sucessão do budismo tibetano", acrescentou.
A declaração chinesa, ainda é mais absurda, porque no mês passado, a China publicou uma norma que exige que qualquer decisão sobre a reencarnação de um Buda tibetano tem de ser autorizada pelo governo de Pequim.
Em que ficamos?
Será que a autorização governamental chinesa também não viola os rituais e as convenções históricas?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A Ordem

Um parecer do Conselho Geral (CG) da Ordem dos Advogados (OA), recentemente divulgado, rejeita claramente a consulta jurídica on-line a que vários advogados já aderiram, mantendo uma posição igual, à tomada em 2001, o que não impediu que vários sites fossem surgindo.
O parecer surge na sequência do requerimento de um advogado que pretendia instalar um site para "esclarecer de modo geral dúvidas ou questões" levantadas pelos clientes e não para resolução de casos concretos, como acontece com outros sites.
Mas o CG entende que, ainda assim, tal procedimento viola o estatuto dos advogados.
"Os usos, costumes e tradições da prática da advocacia impõem que a regra na relação com o cliente seja o contacto pessoal e directo", lê-se no documento.
Confesso que é bonito ver que ainda existe uma entidade preocupada com os usos, os costumes e as tradições......aliás, os advogados gostam de estar olhos nos olhos com os respectivos clientes, não vá algum malandro estar a mentir-lhe e, desse modo, ser mais fácil detectá-lo!!
A Ordem dos Advogados é toda defensora da tradição, dos costumes e usos e basta ver como não se pronuncia sobre a forma como tantos advogados, supostamente profissionais liberais e por conta própria, trabalham de forma assalariada em grandes escritórios de advogados!!
Mas, isso não interessa, certo?
O referido parecer defende, ainda, que a ausência desse contacto directo não só não permite a identificação do cliente como poderá levar o advogado a responder a questões "sem ter o perfeito conhecimento da situação em causa", o que viola o seu dever de diligência.
Desculpe, importa-se de repetir?? Como é que a ausência de contacto directo impede o perfeito conhecimento da situação em causa??Alguém consegue descortinar a relação causa-efeito?
Estarão os advogados impedidos de utilizar as novas tecnologias (tipo vídeo- conferência), devendo manter-se em escritórios, de preferência a cheirar a papel bafiento e rançoso, com máquinas de escrever e impedidos de utilizar computador?
Acresce ainda, segundo o Conselho Geral, que tais sites podem constituir "actos de publicidade", o que também não é permitido aos advogados.
Pois, a publicidade, de facto, é uma situação complicada de definir, basta atentar nos comentários televisivos do Sr. Bastonário sobre os mais diversos assuntos, inclusivé sobre o "caso Maddie" e a sua contratação posterior pelos pais da dita criança e de outros profissionais que regularmente se deslocam às televisões para analisar casos em matérias das quais são especialistas.
No caso concreto, o requerente pretendia fazer uma espécie de perguntas mais frequentes e colocá-las on-line, acessíveis a todos os utilizadores, "mediante o pagamento de um valor simbólico".
Também aqui o Conselho Geral fala de violação das regras estatutárias ao lembrar a obrigatoriedade de "sigilo de comunicação entre advogado e cliente" e a proibição de estabelecer preços certos, independentemente do serviço prestado.
Pois, os advogados não podem ter preços certos!! Certo....!!!
O CG admite a relação electrónica através da internet, mas apenas quando advogado e cliente já tenham contactado pessoalmente e a identificação esteja assegurada.
Ok!!Podemos ficar descansados, afinal a Ordem permite o uso da internet!
Vá lá!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Piada do ano

O presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, vai propor a nomeação do José Manuel Durão Barroso e a Comissão Europeia para Prémio Nobel da Paz de 2008, revelou à Agência Lusa fonte oficial da presidência timorense.
Para além desta notícia, não consegui ler em nenhum dos sítios na net dos diversos jornais portugueses que consultei as razões que justificam tal proposta.
Esta só pode ser a piada do ano!!

Repousa em paz?

Fracassaram as negociações entre as Administrações do Millennium/BCP e o BPI alegadamente porque não houve entendimento quanto ao rácio de troca das acções entre as duas instituições (a oposição de alguns dos principais accionistas do BCP pode também ter contribuído...).
Surpresa?
Será que a La Caixa estará disponível para abrir os cordões à bolsa e lançar uma OPA a que os accionistas do BCP não consigam resistir (e o Governo português não possa, politicamente, opor-se) ou terão os angolanos da Sonangol uma palavra a dizer no futuro?
A novela vai prosseguir em breve...

O Presidente na Guarda

"Porque é que nascem tão poucas crianças em Portugal?", questionou Cavaco Silva. "Porque não há dinheiro, ora! Somos todos pobres", respondeu prontamente uma mulher que se encontrava na assistência.
in Público, em 25 de Novembro de 2007

domingo, 25 de novembro de 2007

sábado, 24 de novembro de 2007

Diferenças

-"Como é que eu posso sentir-me desiludido por me qualificar? Por amor de Deus... Será que só há porcaria e ruindade no que faço? Não há nada de bom no meu trabalho? Nem o facto de não perdermos há 12 jogos?";
- "Não foi! O que é que a Finlândia fez para marcar? Porque havia eu de sofrer? Tivemos o domínio de todo o jogo, a Finlândia não apostou nada no ataque e Portugal fez uma boa exibição, dentro daquilo a que nos tínhamos proposto... E o burro sou sempre eu? Fiz mais por Portugal do que alguma vez fiz pelo Brasil. Que mais vocês querem?"

Estes são dois extractos das declarações de Felipe Scolari, na conferência de imprensas após o jogo Portugal- Finlândia.


Entretanto, o técnico da selecção espanhola, Luís Aragonés, afirmou, sobre o apuramento de Espanha, que "la clasificación no es un éxito, sino el deber cumplido" ("o apuramento não é um sucesso, mas sim o dever cumprido").
Há mais diferenças entre estes dois treinadores.
Um já foi campeão do mundo e vice-campeão europeu e o outro nunca ganhou nada, em termos internacionais (como treinador "limitou-se" a vencer uma Liga, 4 Copas do Rei e uma SuperCopa de Espanha e como jogador foi considerado como um dos melhores na sua época).

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Bom Sucesso?

Que a justiça em Portugal é lenta (entre outras coisas...), todos o sabemos, mesmo que não tenhamos passado por nenhum tribunal.
Senão, atentem à decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, relativa ao Centro Comercial "Bom Sucesso" localizado próximo da Rotunda da Boavista, em frente ao mercado com o mesmo nome, no Porto, segundo a qual que não vê razões para que não seja cumprida a sentença judicial de 2003 que ordenou a demolição do edifício pela Câmara. Sem licença municipal é que o shopping não pode continuar a funcionar.
Recorde-se que a autarquia portuense (então presidida por Fernando Gomes) e a sociedade Soares da Costa - a empresa que edificou o centro comercial há 13 anos - defenderam a existência de causa legítima para a inexecução da destruição face aos "grave prejuízo para o interesse público", mas o argumento não teve o acolhimento do tribunal.
Para o juiz, só há dois caminhos para o restabelecimento da legalidade o licenciamento do equipamento comercial, se for possível; ou a demolição em três anos e meio.
O prazo de três anos e meio destina-se ao despejo dos comerciantes e à abertura de um concurso público para fazer essa intervenção.
No entanto, o juiz considera que a demolição pode ser evitada, se o centro comercial for licenciado pela Câmara: "apesar de se entender que deverá ser ordenada a demolição da construção, nem por isso fica excluída a possibilidade de o dever de demolir que foi judicialmente imposto se poder vir, mais tarde, a extinguir, por alteração superveniente das circunstâncias de facto ou de direito, designadamente se entretanto se proceder à legalização do edificado".
Este processo arrasta-se desde 1995 e foi iniciado por um particular, por considerar que o centro tinha sido executado ilegalmente.
Os tribunais têm-lhe dado razão ao longo dos 12 anos, mas o shopping continua lá.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A caminho

Apesar de sofrimento q.b., a equipa portuguesa conseguiu o apuramento para a fase final do Euro2008.
Apesar de tudo o que aconteceu...
É uma boa notícia (e Pepe até sabe cantar o hino...), ainda maior porque os ingleses foram afastados!!

Bosingwa, o melhor em campo?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Branquear o Muro

"Ali nunca sequer foi aflorado que o Muro de Berlim foi o recurso possível para que um Estado internacionalmente reconhecido, a República Democrática Alemã, pudesse defender-se de uma permanente invasão "branca" e de um constante fluxo de emigração ilegal".
Esta frase consta de um artigo de opinião publicado no Avante, o jornal oficial do Partido Comunista, em Novembro de 2007.
Valerá a pena recordar que quando as autoridades da República Democrática Alemã decidiram liberalizar o movimento das fronteiras do seu próprio país, o fluxo foi de saída e não de entrada?
Não vale porque a História é o que é.
Excepto para aqueles que apenas pretendem branquear o passado!!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Sangue, suor, lágrimas e saliva

A justiça portuguesa volta a estar em foco e, de novo, por maus motivos.
Além de ignorância científica, os magistrados envolvidos no Acórdão da Relação de Lisboa sobre o despedimento de um cozinheiro infectado com o vírus HIV, revelam uma mentalidade medieval assustadora.
Porque são estes mesmos magistrados que decidem sobre o rumo das vidas dos comuns dos mortais.

União real

Foi há 60 anos na Abadia de Westminster, em Londres, que Isabel e Felipe uniram os seus destinos para sempre.
Desconheço se este pode ser classificado como um casamento exemplar daquilo que seja ou deva ser um relacionamento que dure décadas.
Porque neste matrimónio real haverá mais de auto-disciplina, dever de Estado e cumprimento de obrigações do que propriamente fortes sentimentos a uni-los.
Mas, num mundo marcado pela debelidade nos relacionamentos humanos, esta data reveste-se de uma intensidade a que cumpre dar a devida relevância.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Bélgica unida

Sem Governo há mais de 160 dias, os optimistas não esperam a constituição de um novo executivo antes do Natal.
E, com as duas comunidades, flamenga e francófona, unidas.
Entretanto, ao que consta, o país continua a funcionar!!!
Será que poderemos prescindir dos governos no futuro?

domingo, 18 de novembro de 2007

Corrida ao óleo

Na cidade chinesa de Chongqing, as autoridades locais proibiram as promoções que causem engarrafamentos de trânsito, danos físicos ao público e comportamentos desordeiros.
Tal ficou a dever-se ao facto de o Carrefour local, ao comemorar o seu décimo aniversário, ter oferecido uma redução, inferior a 10 euros, no preço de uma garrafa de 5 litros de óleo alimentar.
A promoção, que só iria durar 3 dias, provocou que uma multidão, que alguns estimam tenha atingido o meio milhão de pessoas, se tenha empurrado e lutado para entrar no hipermercado, provocando a morte de 3 pessoas e ferimentos em outras 31.

sábado, 17 de novembro de 2007

Ceuta, Melilla e Gibraltar

A foto respeita à recente visita dos Reis de Espanha a Ceuta (que incluiu, ainda, a cidade de Melilla) e que tanta polémica causou em Marrocos.
Ceuta, conquistada, aos mouros, pelos portugueses em 1415, passou para soberania espanhola, em 1580, quando Portugal perdeu a sua independência e foi anexado a Espanha.
Quando Portugal recuperou a sua independência, em 1640, Ceuta permaneceu sob domínio castelhano, situação que foi oficializada em 1668, pelo Tratado de Lisboa, e que pôs fim à guerra da restauração, entre ambos os Estados ibéricos.
A cidade de Melilla foi conquistada pelos castelhanos em 1497 e desde, então, assim, tem permanecida.
Consideradas pela Constituição espanhola como "comunidades autónomas", Ceuta e Melilla, encontram-se geograficamente em território marroquino.
O que explica a reacção de profundo desagrado das autoridades marroquinas a propósito da visita dos Reis espanhóis àquelas cidades do norte de África, que, no entanto, não são consideradas pelas Nações Unidas, como territórios a descolonizar.
Os nossos vizinhos espanhóis esquecem-se de que também têm um espinho cravado na sua garganta, perdão, uma pequena parcela de terreno ocupada por um Estado estrangeiro.
Refiro-me ao rochedo de Gibraltar, no sul de Espanha, que foi cedido pelos espanhóis ao Reino Unido, pelo Tratado de Utrecht, em 1713, como forma de pagamento da Guerra da Sucessão espanhola.
Por duas vezes já, os gibraltinos recusaram, por larga maioria, a integração com Espanha.
Será que os espanhóis gostariam que Isabel II desse um saltito ao rochedo?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

As linhas com que se cose Macau

O Chefe do Executivo assumiu que teve "pouca capacidade para acompanhar o processo de evolução da sociedade e com antecipação, adoptar medidas eficazes para colmatar problemas".
O inédito mea culpa aconteceu durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG), o momento político mais importante da RAEM, na Assembleia Legislativa local, que decorreu esta semana.
Porém, o Chefe do Executivo mostrou-se confiante no futuro, uma vez que entende que o Governo tem "ainda margem para melhorar a actuação", desde que "saiba aumentar a transparência das políticas através de uma melhor interacção entre o Governo e a população".
Não me parece que o actual Executivo disponha de qualquer margem de manobra, ao contrário do que afirma o responsável máximo da RAEM.
Aliás, a análise dos oito anos que leva já de mandato permitem concluir que não vai ser nos dois anos que restam que o Executivo vai alcançar o que não conseguiu ou não soube ou não quis concretizar antes.
De facto, analisando com atenção as LAG conclui-se que as mesmas não trazem nada de novo e revelam um discurso oficial (muito) gasto e descredibilizado.
É verdade que o Chefe do Executivo anunciou aumentos salariais para os funcionários públicos em 7,2% (para uma inflação que deverá ultrapassar os dois dígitos em 2007...), maiores apoios aos idosos e deficientes, defesa do património cultural, isenções fiscais e maior transparência na governação, nomeadamente através da auscultação da opinião pública, com a criação dos Conselhos Consultivos Comunitários.
Mas será que estas "guloseimas", como alguém lhe chamou, serão suficientes para ultrapassar ou fazer esquecer as deficiências governativas?
Temo que o futuro imediato de Macau se vai desenrolar num ambiente político turvo pela corrupção, pela contínua falta de massa crítica local e de uma elite que possa conduzir com eficácia uma população amorfa e que dificilmente desperta para a discussão da res publica, inebriada que está pelo lucro fácil proporcionado pelo jogo e pelos néons das luzes que iluminam as fachadas dos casinos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Lulices

O presidente brasileiro Lula da Silva afirmou que democracia é que não falta na Venezuela, tendo declarado que "podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventem uma coisa para criticar. Agora, por falta de democracia na Venezuela, não é".
E até ressaltou o número de eleições, plebiscitos e referendos que ocorreram na Venezuela durante os mandatos de Chávez em comparação com o número de eleições verificadas no Brasil, para demonstrar a "democracia" venezuelana.
Mas Lula não se ficou por aqui e comparou a continuidade no poder de Chávez com o tempo que alguns dirigentes europeus, como Gonzalez, Helmut Kohl, Margareth Thatcher ou Mitterrand, permanceram à frente dos destinos dos respectivos países, em todos eles bem mais de uma década.
Lula ou é burro ou acha que somos todos burros ou ignorantes.
Comparar personalidades como os que ele nomeou com alguém como Chávez chega a ser ultrajante e só por má-fé de quem as profere é que se podem admitir.
E comparar a democracia brasileira (com todos os problemas que o país possa ter) com aquilo que se passa na Venezuela seja a ser anedota!!
Não consta que Lula atente contra a liberdade de expressão e mande encerrar estações de televisão porque discordam dele ou que reprima manifestações de estudantes promovidas para protestar contra as alterações constitucionais que lhe permitam perpetuar-se no poder.
Será que um escândalo como o mensalão poderia ter sido denunciado na Venezuela??
Não é preciso inventar nada para poder criticar Chávez, basta o que ele faz.
Eu, na parte que me toca, devolvo a burrice das declarações a quem as proferiu.
Vá chamar burro a outro!!
Agora, é oportuno dizer a Lula da Silva: "Porque não te calas?"

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Que legal!!

Nos tribunais portugueses são frequentes as queixas de falta de dinheiro para compra do mais básico e da falta de condições essenciais.
Os magistrados do Ministério Público recorrem habitualmente à Polícia Judiciária para conseguirem uma viatura quando necessitam de realizar uma diligência.
O país encontra-se em contenção de custos...
O deficit parece estar a diminuir mas o esforço exigido aos portugueses permanece.
A Administração Pública estava aparentemente sujeita a restrições quanto à aquisição de viaturas novas.
O Ministério da Justiça acaba de comprar 6 viaturas topo de gama, num valor global de 176 mil euros, por ajuste directo (sem concurso público) e sem autorização do Ministério das Finanças, segundo noticia o Diário de Noticias.
O gabinete do Sr. Ministro da Justiça comentou que "o processo decorreu no estrito cumprimento do enquadramento legal".
Ainda bem que foi tudo legal.
Aliás, se tudo isto se tivesse passado no Brasil, poderíamos exclamar: "Mas que legal"!!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Pra rua!!

Será que a denúncia de Francisco Van Zeller, presidente da CIP, e um dos patrocinadores do estudo sobre Alcochete, como melhor opção para construir o novo aeroporto, irá ter alguma consequência?
Duvido!!
O estado a que chegou a situação política portuguesa convive bem com este tipo de fazer política.
Recordo que o presidente da CIP acusou o ministro da Obras Públicas, Mário Lino, de ter preparado um plano de publicação programada para em três dias seguidos e em três jornais diferentes "dar conta" de alegados erros no estudo patrocinado pela CIP.
E, de facto, durante o fim de semana, o Expresso, Público e Correio da Manhã publicaram notícias relativas a alegados erros técnicos daquele estudo.
O próprio director do jornal Público confirmou, em editorial, tudo isto, tendo inclusivé afirmado que a fonte das notícias tinha sido a RAVE, empresa a quem o ministro terá pedido que "desmontasse" o estudo da CIP.
Agora está percebida a vista de olhos que o Sr. ministro Lino disse que ia dar ao referido estudo.
Será que ainda vamos ter de aturar as diatribes deste ministro por muito mais tempo?

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Reprimenda papal

Os bispos portugueses deslocaram-se a Roma e ouviram uma forte reprimenda de Bento XVI, pois o diagnóstico do Papa é pouco abonatório da acção da Igreja nacional.
E, por isso, os bispos portugueses escutaram que "só com um novo estilo de organização e com outra mentalidade, Portugal pode ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado”.
E acrescentou que “à vista da maré crescente de cristãos não praticantes nas vossas dioceses, talvez valha a pena verificardes a eficácia dos percursos de iniciação actuais”.
Note-se que a "maré crescente", nas dioceses portuguesas, de cristãos não-praticantes - os que se afirmam católicos mas não frequentam a missa de domingo, apresenta uma taxa que se situa, actualmente, abaixo dos 25 por cento.
Mas, aquilo que Bento XVI defendeu foi que que o clero português tem de ser mais eficaz na sua organização e na resposta aos anseios das comunidades, por forma a conseguir travar a perda de fiéis e a diminuição constante das vocações.
Parece inquestionável a diminuição da influência da Igreja junto dos portugueses (fenómeno mais recente), já para não falar da dramática redução de vocações que a Igreja sofre há vários anos.
A promiscuidade (cumplicidade?) entre Estado e Igreja, antes de 1974, nunca foi salutar, pelo que a consagração constitucional de Portugal como Estado laico, que consta da Constituição de 1976, com uma clara separação entre Estado e religião, teria de resultar na diminuição da influência da Igreja em Portugal, fenómeno natural no mundo em que Portugal se insere.
Porventura, a influência (quantas vezes coacção) que a Igreja exercia sobre a sociedade era, em tempos idos, sobremaneira contranatura, sendo que a situação que hoje se vive é mais adequada ao papel que uma Igreja ou religião deverão ter.
Isto não significa que não se deva reconhecer o papel relevante que a Igreja tem exercido, em Portugal, a nível social (nomeadamente educacional) e espiritual.
Daí que me pareça demasiado jacobina a ideia da igualdade entre as religiões, pois não me parece sequer comparável o papel da religião católica em relação às outras religiões.
Por outro lado, não consigo vislumbrar como a Igreja vai ter sucesso no combate à redução do número de fiéis e, sobretudo, na dramática falta de vocações.
Parece-me que para inverter este estado de coisas, a Igreja nacional vai ter mesmo de ser muito criativa e, sobretudo, vai precisar de contar com a ajuda de alguém muito especial...

domingo, 11 de novembro de 2007

Divergência ibero-americana

"Por qué no te callas?", perguntou o Rei de Espanha, D. Juan Carlos, ao presidente venezuelano Hugo Chavéz, por causa das críticas sucessivas deste ao antigo primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar.
Trata-se de um mero episódio, mas ele espelha as profundas divergências políticas dos diversos dirigentes da América Latina, tão profundas, quanto as desigualdades sociais entre e dentro dos próprios países.
E, foram, exactamente, essas divergências, o que mais marcou esta cimeira Ibero-Americana, realizada no Chile.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Feios, porcos e maus

Um dos "choques" com a cultura chinesa é a ausência de civismo, a falta de educação (os constantes arrotos, o barulho a mastigar, o sorver da comida, as escarradelas arrancadas do fundo da alma, etc, que a lista é extensa e nojenta...) e a falta de higiene!
Qual não foi o meu espanto quando constatei, segundo um estudo efectuado pelo "Hygiene Council", que 25% dos portugueses não lava as mãos antes de comer e depois de ir à casa de banho ou contactar com animais!
Além disso, em Portugal, 38% da população acredita que os locais onde há mais germes são a sanita e a roupa suja, apesar de, segundo o estudo, ser nos interruptores, auscultadores de telefone ou comandos de televisão que há maior quantidade de germes.
Por isso aqui fica a sugestão, caros compatriotas: "As mãos devem ser lavadas com sabão, num período razoável de tempo, palma com palma, dorso com dorso, entre os dedos, por baixo das unhas, de modo a que toda a superfície da palma da mão e do dorso seja perfeitamente lavada, incluindo a região do pulso".

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

No Paquistão

O porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Gordon Johndroe, advertiu o Presidente paquistânes, Pervez Musharraf, de que as autoridades "têm que libertar as pessoas que detiveram. Têm que parar de espancar as pessoas nas ruas, têm que repor a liberdade de imprensa e têm que regressar à via da democracia rapidamente. Já.".
Democracia no Paquistão?!!
Nunca tinha dado por nada, mas deve ter sido problema meu, que estou a ver mal!!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quem é o presidente da junta?

Neste caso, é o presidente da junta médica.
O que se passou em Piães, Ponte de Lima, veio de novo trazer à luz do dia, as injustiças e desumanidades praticadas pelas juntas médicas da Caixa Geral de Aposentações.
Mas, este caso só ocorreu porque o diploma que alterava as regras de constituição das juntas médicas, que foi aprovado pelo Governo em Julho passado, parece ter andado "perdido", entre S. Bento e Belém.
Segundo as normas constitucionais, o diploma deveria ter sido promulgado pelo Presidente da República em Setembro e só aconteceu em Novembro...
Ninguém do Governo justifica o atraso (a culpa vai morrer solteira...) e por isso o Ministro das Finanças viu-se forçado a intervir para tentar encontrar uma solução para o tal caso de Piães, que após uma nova junta médica, da Caixa Geral de Aposentações, decretou o regresso ao trabalho de uma funcionária pública, "em virtude de não se encontrar absoluta e permanentemente incapaz para o exercício das suas funções".
Mas, como é que estas decisões serão tomadas? Pela corzinha dos olhos? Os mais escurinhos regressam ao trabalho e os mais clarinhos (que eu gosto mais...) vão para a reforma??
Quem é o responsável por esta situação? Ou será que não é necessário apurar responsabilidades? Estas decisões podem ser legais à luz da legislação que estava (está?) em vigor, mas são um desrespeito à dignidade humana.
Afinal, quem é o presidente da junta?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Jeito ou vontade?

Começou ontem, em Macau, o julgamento do ex- secretário das Obras Públicas e Transportes, Ao Man Long.
O ex-governante é acusado de mais de 70 crimes de corrupção e branqueamento de capitais, e encontra-se detido desde o início de Dezembro do ano passado.
De homem discreto, eficiente e empreeendedor, Ao passou a ditatorzinho, arrogante, ambicioso e sem escrúpulos.
Calcula-se que a sua fortuna acumulada ascenda, em dinheiro, a mais de 800 milhões de patacas (para facilitar dividam por 10 e terão o valor em euros).
Desde a prisão de Ao a situação política em Macau não mais voltou a ser a mesma, embora tudo se "componha" com os milhões de patacas que engordam as receitas públicas, provenientes do sector do jogo.
Na semana passsada, os jornais locais em língua portuguesa (terão os chineses feito o mesmo?) fizeram-se eco de umas declarações prestadas por um antigo responsável pelo "Criminal Intelligence Bureau" (Gabinete de Informações Criminais) de Hong Kong e, actualmente, presidente e CEO da "International Risk", que numa conferência naquela cidade afirmou que a corrupção, através das tríades locais, andava à solta em Macau, e atingia as altas esferas do poder, situação que, segundo ele, preocupava muito Pequim.
No dia seguinte, uma autoridade local, ligada às polícias, classificava de "patéticas" as declarações de Vickers.
Toda esta situação radica sempre no mesmo problema, a falta de transparência com que se faz política e negócios em Macau e que originam as maiores rumores e boatos.
Será por falta de jeito ou será, mesmo, por falta de vontade?

domingo, 4 de novembro de 2007

Ideologia

António Barreto classifica o PS como um "mar de palha".
Ausência de debates e de ideologia que a personalidade de Sócrates ajudou a "secar".
Manuel Alegre defende que existe um " buraco negro na esquerda" e não hesita em afirmar que "não foi só o comunismo que implodiu, foi também o socialismo. Onde estão as políticas socialistas? Estamos numa época de capitalismo global de orientação neoliberal, da flexi-segurança. As receitas são as mesmas em todo lado".
Mas, o problema não é só nacional.
Que políticas socialistas põem (ou puseram..) em prática governantes socialistas com Zapatero, em Espanha, ou Blair, e agora Gordon Brown, no Reino Unido?
Razão tem o politólogo André Freire, quando defende que, "nos partidos portugueses, as tendências são pouco estruturadas, são cliques de amigos com ideias semelhantes, feitas com base na proximidade pessoal".
Num Mundo dominado pelo mediatismo e imediatismo, a ideologia deixou, há muito, de marcar as agendas políticas, fenómeno que se agravou pela queda do Muro de Berlim.
Mas será que por esse facto, as clivagens pelo Mundo fora diminuiram?
Sabe- se bem que não.
Antes se acentuaram, com o surgimento desse maléfico problema do terrorismo.
E, até este carece de ideologia, ou melhor baseia- se na ideologia da violência.
Pragmatismo precisa- se?
Ou, pelo contrário, será precisa mais ideologia?