
Eis, alguns extractos:
“Na época da governação colonial, os cidadãos de Macau nada podiam fazer quanto aos actos praticados pelos administradores não indígenas. Terminada a governação colonial e criada a RAEM Macau devia abrir uma nova etapa e o espírito de posse das suas gentes ser acordado pelo princípio ‘um país, dois sistemas’. Porém, o dono não somos nós”, afirmou.
E, prosseguiu, afirmando que os recursos políticos do Governo da RAEM “são monopolizados por uma minoria”, enquanto os económicos “são roubados à-vontade por uma outra minoria". Minorias que, acusa, “vendem os bens do Estado a preço de saldo” em “roubos” que “atingem um grau tão feroz que até os governantes colonialistas teriam dificuldade em com eles rivalizar”.
Foi, então , que proferiu a frase da polémica: “Houve já há tempos opiniões no sentido de que os recursos públicos roubados nestes últimos oito anos atingiram valores superiores aos roubados pelos portugueses durante quatrocentos anos."
O discurso de Au Kam San mereceu a (inflamada) contestação dos chamados deputados portugueses (na realidade macaenses) que vieram defender a honra da comunidade portuguesa tendo um deles chegado a afirmar que as declarações do deputado democrata podia pôr em causa as relações China- Portugal.
O director de um jornal em língua portuguesa chamou de inimputável ao deputado.
O próprio cônsul português também já veio pedir explicações, tendo, ainda, afirmado que tais declarações punham em causa o nome de Portugal.
Todas estas reacções (tipo virgem ofendida?), fica sempre bem, em nome do decoro e do politicamente correcto.
Mas, o problema prende-se com a qualidade (ou falta dela...) dos deputados na AL e resume-se a isso.
Problema que se nota por demais e em muitas ocasiões.
O problema do deputado é que se fica pelas opiniões, pelo "ouvi dizer", o que, convenhamos, não abona muito a favor de quem profere tais declarações!
Não é Macau a terra dos rumores e dos boatos???
Espero que na próxima, sim porque há-de haver uma próxima, alguém não se lembre de vir pedir uma indemnização aos colonizadores, como fez o Kadhafi na Cimeira UE/África.