quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Durão

Barroso anda imparável.
Depois de um discurso no Parlamento Europeu elogiado por muitos, o Presidente da Comissão Europeia desdobra-se em entrevistas.
Mas, onde andou nos últimos anos?
Sem peso político, Barroso não esquece (ou não consegue esquecer ou não deixam que ele se esqueça) que deve o seu lugar aos principais líderes europeus.
Além disso, apanhou com o Tratado de Lisboa que, de certa forma, esvaziou algumas das suas funções, criando por um lado, o lugar de Presidente do Conselho Europeu (que preside às reuniões onde têm assento os líderes dos países membros da União), lugar exercido por um belga chamado Herman Van Rumpoy e, por outro, pelo Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, cargo exercido pela irlandesa Catherine Ashton.
Mas, o eixo Paris- Bona continua a ser quem de verdade dirige a União, com Merkel a impôr as suas ideias, levando a reboque Sarkozy, com as consequências que se conhece.
Por isso, pouca margem de manobra resta a Barroso, entalado entre o directório (Paris- Bona) que de facto dirige a União e o Sr Rumpoy, que nada mais faz, a não ser manifestar as opiniões do directório.
Quanto à Senhora Ashton, tem um papel demasiado insignificante para agora se falar dela.
Alheado disto tudo, está o Reino Unido, fora do euro e também com um pé dentro e outro fora da União (postura tradicional dos britânicos), sem fazer barulho para os mercados não repararem que a sua dívida soberana e o seu endividamento é um dos maiores da União.
E, assim, vai a Europa.