sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Momentos suaves

Mário Soares teve uma semana em cheio.
Primeiro foi à Figueira da Foz participar nas conferências "Conversas do Casino", que decorrem no Casino daquela cidade, onde criticou o actual Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, dizendo que não o percebe, que Portugal precisa de políticos e que ele é um político ocasional.
Longe vão os tempos em que Soares era primeiro- ministro de Portugal por isso é natural que ele se tenha esquecido de quem eram os ministros das Finanças nos Governos que chefiou quando o FMI esteve em Portugal.
Silva Lopes, economista, foi e é um técnico (excelente acrescente-se) e foi político ocasional (ministro das Finanças em 1978), embora mais tarde tenha sido também deputado.
Ernâni Lopes, economista e professor, outro excelente técnico e político ocasional, quando assumiu a pasta das Finanças (entre 1983 e 1985).
Não tenho dúvidas que o actual ministro das Finanças é confrangedor como comunicador, mas não creio que tal possa ou deva ser utilizado para o criticar, pois deverá sê-lo pelas medidas que toma(r).
E, muito menos, por Soares.
Esperemos que Portugal tenha já ultrapassado a época em que o Governo vivia de grandes apresentações públicas de projectos que nunca passaram disso.
O segundo grande momento da semana para Mário Soares foi a sua ida ao Congresso do PS apadrinhar António José Seguro (depois de 25 anos de ausências em congressos do PS).
Com o respeito que a sua idade e passado merecem e xigem, Soares não deveria ter ido.
Não levou nenhuma mais-valia ao partido e Portugal precisa de vozes isentas, não empenhadas partidariamente (embora todos saibamos qu eo PS é o seu partido) que digam alto o que lhes vai na alma, sem serem conotadas com o partido A ou B.
Para Seguro, a presença de Soares no congresso, mais pareceu o apoio que o avôzinho dá ao neto, quando ele se lança num qualquer empreendimento (tipo "vai meu rapaz que agora é a tua vez como eu sempre previ"...).