segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Espiões à portuguesa

O fim-de-semana, que ontem terminou, lançou mais uma polémica que envolve a actividade dos espiões em Portugal.
Um jornalista do Público esteve sob escuta porque os serviços de espionagem portugueses (ainda por cima os que se dedicam à actividade externa!!) queriam saber quem era a fonte do jornalista que escreveu umas peças sobre os serviços de espionagem.
Historicamente, somos um país, onde quem está no poder gosta de controlar e saber o que os controlados fazem, dizem ou pensam.
Parece que a tradição continua a ser o que sempre foi. 
Afinal, o que esta notícia também revela é que quem tem de fiscalizar não fiscaliza e, por isso, pode-se sempre escutar quem se quiser ou de quem não se gosta.
Há não muito tempo, o Presidente da República afirmou que havia escutas em Belém e até o Procurador- Geral da República afirmou desconfiar que andava a ser escutado.
E, até mais recentemente, quando o actual Governo estava para tomar posse, um futuro secretário de Estado não chegou a sê-lo porque houve alegadas suspeitas sobre a sua actividade profissional reveladas porque andou a ser seguido pelos nossos espiões.   
Por isto tudo, não é de estranhar, que seja possível, em Portugal, um chefe dos espiões demitir-se do cargo e ir trabalhar, de imediato, para uma empresa privada, com significativos interesses económicos na área da comunicação social.
Tá-se bem em Portugal, não tá?