Debates

As eleições presidenciais são, de facto, um não acontecimento.

Mas, elas aproximam-se, fazendo os debates, entre os principais candidatos, parte da pré- campanha.

Parece não haver dúvidas que o grande vencedor vai ser Cavaco Silva.

Goste-se ou não dele, é o único que tem condições para ocupar a função presidencial, nestes tempos dificeis que se avizinham.

Defensor de Moura e Francisco Lopes não contam ( e o outro, o Coelho da Madeira, não interessa porque o continente não é a ilha atlântica).

Fernando Nobre acredita em extraterrestres...

Restam Alegre e Cavaco.

O poeta candidato apresenta o seu passado distante e o recente, de constante oposição ao (des)governo de Sócrates, como vantagem, mas o apoio "envenenado" do PS, que ele quis, só pode funcionar contra ele e espartilhá-lo nas suas opções.

Cavaco paira por cima.....e é o único que pode segurar o leme da barcaça (que é hoje Portugal) neste mar de tormentas que vivemos. 

Por isso, os desafios de Cavaco nestas eleições, são, sobretudo, convencer as pessoas a votar e a não alherarem-se das eleições.

Mas, não vai ser fácil...

Além disto, Cavaco vai ter contra si, alguns episódios que marcaram o seu primeiro mandato.

As acções que tinha (tem?) da SLN, proprietária do BPN.

As escutas denunciadas por Belém.

Quanto a estas, parece que não há explicações possíveis para esta trapalhada em que o meteram.

Esperemos que, pelo menos, lhe tenha servido de lição.

Quanto às acções da SLN, não entendo porque o assunto lhe causa tantos incómodos e não se liberta de uma vez por todas da matéria.

Porque razão um pequeno accionista tem de ser responsável pelos crimes de que Oliveira Costa é acusado e dos quais se vai defender em tribunal? 

Porque razão o candidato tem de ser responsável pelos crimes que pessoas (amigos?) estão acusadas de cometer? 

Aparte estes dois temas, Cavaco vai passear-se pelo país, a fazer lembrar a campanha do seu velho adversário, Mário Soares, aquando da recandidatura deste, em Janeiro de 91.

Robbie Williams - I Dreamin of A White Christmas

Atraso do Pai Natal

Eu não ponho em causa o princípio, eu digo apenas o seguinte: não é o momento.

Três irmãs

Três irmãs, de 90, 88 e 86 anos de idade viviam na mesma casa. Uma noite a de 90 começa a encher a banheira para tomar banho, põe um pé dentro da banheira, faz uma pausa e grita:

- Alguém sabe se eu estava a entrar ou sair da banheira?

A irmã de 88 responde:

- Não sei, já subo aí para ver....

Começa a subir as escadas, faz uma pausa, e grita:

- Eu estava a subir as escadas ou a descer?

A irmã mais nova, de 86, que estava na cozinha a tomar chá ao escutar as irmãs, abana a cabeça e pensa: "Na verdade, espero nunca ficar assim tão esquecida" e, com este pensamento, bate três vezes na madeira da mesa e logo responde:

- Já vou ajudá-las, antes vou ver quem está a bater à porta.

Caos nos aeroportos

Que o tempo tem vindo a mudar, todos sentimos isso.

Chamam-lhe alterações climáticas.

No Verão, é o calor em demasia e no Inverno é o frio (e a neve nos locais onde ela tem por hábito cair).

Mas, esta situação de caos provocada pelos nevões, no centro da Europa, seja em Paris, Bruxelas, Frankfurt ou em Londres, com centenas de voos cancelados, que obriga milhares de pessoas em longas esperas, é além de desesperante, inadmissível.

Então, no norte da Europa, seja na Finlândia ou na Suécia, os aeroportos não estão em funcionamento?

E, não neva por lá? 

Ontem foi o vulcão, depois os controladores aéreos espanhóis e agora a neve!!

Parece que afinal, ninguém é responsável pela incapacidade aeroportuária europeia de fazer frente às intempéries e às partidas do tempo e dos homens.

A liberdade

A bandeira é de Cuba e a cadeira vazia representa a ausência.
Quem lá devia estar sentado era um homem de seu nome Guillermo Farinas e foi impedido pelo Governo cubano de se deslocar à Europa.
Apenas porque luta pela liberdade do seu povo.
Por isso, o Parlamento Europeu atribuiu-lhe o Prémio Sakharov Para a Liberdade e Pensamento deste ano.
Parabéns!

Mal contado

O BCP de novo nas primeiras páginas.

E, mais uma vez, por maus motivos.

Como acontece ciclicamente.

Desta feita, porque, alegadamente, o seu presidente se terá "disponibilizado" para "passar" informações aos norte- americanos em troca de vantagens negociais com os iranianos.

A história está, obviamente, mal contada.

Quer por parte do próprio Santos Ferreira, quer por parte de quem escreveu o já famoso telegrama diplomático.

Seja como for, os prejudicados são de novo a instituição financeira, os seus accionistas e os seus trabalhadores e o próprio país, dada a dimensão que o banco tem no sistema financeiro nacional.

Blindados para que te quero

Os blindados foram encomendados porque eram tidos como essenciais para garantir a segurança durante a Cimeira da NATO, que decorreu em Lisboa, em 19 e 20 de Novembro.

Mas, os blindados por razões que nunca foram devidamente explicados, não chegaram a tempo.

Mas, a encomenda dos carros policiais (como lhe chama o ministro da Administração Interna), que parece custam 1,2 milhões de euros, manteve-se.

Diz o Senhor Ministro que são necessários para garantir a segurança porque são veículos rápidos....

Porque será que nunca ninguém é responsabilizado?

Gilberto Gil - Esperando na Janela

Açúcar amargo

Durante a semana que findou o açúcar foi notícia.

Não por razões dietéticas, mas originadas por uma alegada escassez do produto no mercado (malditos mercados...).

E, claro, que isso teve a devida "publicidade" nos meios de comunicação social e provocaram uma corrida aos locais de abastecimento.

Essa corrida foi de tal ordem, que alguns hipermercados/ supercados terão limitado a aquisição do produto a duas embalagens, nalguns locais apenas a uma.

Agora, dizem que a ruptura de açúcar irá ser reposta durante a semana que agora inicia.

O curioso da situação é que esta alegada escassez de açúcar no mercado parece só ter acontecido por cá...

Que vida amarga!!! 

Declaração de guerra

Após uma consulta popular "sobre tanta loja chinesa", Portugal enviou uma mensagem à República Popular da China:

"Chinos de merda, tarrequinhos: declaramo-vos guerra: temos 85 tanques, 27 caças , 4 navios, 2 submarinos (ainda só temos um, mas vem outro a caminho) e 5.221 soldados".

O Estado chinês respondeu-lhes:
"Aceitamos a declaração, temos 38.000 tanques, 16.000 aviões, 790 navios, 455 submarinos e 300 milhões de soldados. "

Ao que Portugal respondeu:

"Retiramos a declaração de guerra... Não temos como alojar tantos prisioneiros".

Paz podre

É a cadeira vazia do laureado, deste ano, do Prémio Nobel da Paz.

Liu Xiaobo, professor, crítico literário, activista dos direitos humanos.

Encontra-se detido por "incitar à subversão contra o poder do Estado".

O prémio foi- lhe atribuído "pela sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China".

Coldplay (live at the BBC) - Viva La Vida

Sem controle

A atitude dos controladores aéreos espanhóis foi inqualificável.

E revela, mais uma vez, as fragilidades e a impotência de um mundo global, que, de um momento para outro, deixa de o ser, com todos os prejuízos inerentes e frustrando as expectativas dos viajantes.

Agora foram os controladores aéreos, antes tinha sido o vulcão, mas também poderiam ser os camionistas, as petrolíferas, ou quem quer que seja, no ar ou em terra, que com a sua atitude impede a mobilidade de uma população em constante movimento.

E, bem esteve o Governo de Zapatero que, dentro dos limites da lei, actuou com rapidez e eficácia.   

Mariza - Oh Gente da minha terra!

Recordar Sá Carneiro

Morreu faz hoje 30 anos.

Foi talvez o político mais irreverente, frontal e dessassossegado que a democracia conheceu.

A nossa história recente teria sido bem diferente se o avião em que seguia não tivesse caído, naquela fatídica dia 4 de Dezembro de 1980.

Representou a esperança e a vontade de mudar de muitos portugueses.

Para recordar sempre. 

Ernâni Lopes

«Honestidade», «grande estadista», «altruísta», «homem de sucesso» e «amigo».

Estes são alguns dos adjectivos publicados ne imprensa quando se soube do falecimento do Prof. Ernâni Lopes, aos 68 anos, vítima de linfoma.

O Professor era atualmente director e professor do Instituto de Estudos Europeus da Universidade Católica e sócio-gerente da consultora SaeR, mas ficou conhecido dos portugueses pela sua passagem pelo Governo do bloco central liderado por Mário Soares (1983 a 1985), onde desempenhou o cargo de ministro das Finanças.

Tive o privilégio de contactar com ele, como aluno.

E, por isso, não posso deixar de lhe prestar esta sincera homenagem.

É um lugar comum, mas, de facto, Portugal ficou mais pobre.  

Planeamento fiscal

O planeamento fiscal (legitimo) consiste numa técnica de redução da carga fiscal pela qual o sujeito passivo renúncia a um certo comportamento por este estar ligado a uma obrigação tributária ou escolhe, entre as várias soluções que lhe são proporcionadas pelo ordenamento jurídico, aquela que, por acção intencional ou omissão do legislador fiscal, está acompanhada de menos encargos fiscais. O planeamento fiscal ilegítimo consiste em qualquer comportamento de redução indevida, por contrariar princípios ou regras do ordenamento jurídico-tributário, das ordenações fiscais de um determinado sujeito passivo.”
in “Os limites do Planeamento Fiscal”, Prof. Saldanha Sanches

Aquilo quer a PT pretende fazer com a distribuição aos accionistas dos ganhos obtidos com a venda da Vivo, operadora brasileira, à Telefónica espanhola, enquadra-se no chamado planeamento fiscal legítimo.

Mas a questão que aqui se coloca, não se prende com a legitimidade (que tem) da PT fazer planeamento fiscal.

Então qual é essa questão?

Será que é do interesse do país estar a criar situações de excepção à Lei direccionadas para casos e momentos concretos? 

Entendo que sim.

O que está em causa, é a responsabilidade social ou a a ausência dela, de uma das mais importantes empresas portuguesas (se não a mais importante), que o comportamento da PT revela, neste momento delicado que o país vive.

A restauração da independência

É feriado e comemora-se o dia em que Portugal restaurou a sua independência, pondo termo à dinastia filipina, castelhana, que reinou durante 60 anos, dando início à dinastia da Casa de Bragança. 

Terá valido a pena?
Será que enquanto colectivo nacional, conseguimos resolver os problemas que há tantos anos amordaçam o nosso desenvolvimento?
Teremos, entre nós, um punhado de gente (como aqueles 40 valentes revoltosos) capaz de liderar o país?
Nunca as dúvidas foram tantas...